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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Você sabe o que é Califado?

Os jihadistas sunitas que proclamaram a criação de um califado nas zonas conquistadas do Iraque e Síria se apresentam como herdeiros de um regime que existiu da época do profeta Maomé até um século atrás.
O Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), que a partir de agora se chama Estado Islâmico (EI), pediu a todos os muçulmanos que jurem lealdade a seu chefe, proclamado califa, o que representa uma ameaça para o papel da Al-Qaeda na causa jihadista mundial.

O que é um califado?
Depois da morte do profeta Maomé, em 632, seus seguidores concordaram com a criação do califado, que significa sucessão em árabe, como um novo sistema de governo.

O califa é literalmente o sucessor do profeta como chefe da nação e líder da 'umma', comunidade de muçulmanos, e tem o poder de aplicar a lei islâmica (sharia) na terra do Islã.
Uma eleição em duas etapas escolheu o primeiro califa: os representantes das comunidades muçulmanas o designaram antes que seu nome fosse proposto ao povo para que lhe jurasse lealdade.
No entanto, desde o primeiro dia, existe uma disputa entre os muçulmanos sobre o conceito de califado, que se mantém principalmente como um sistema sunita. Os xiitas acham que o primo e genro de Maomé, Ali Ibn Abi Talib, e seus descendentes têm o direito divino de dirigir os muçulmanos depois da morte do profeta.
Os sucessivos califas expandiram o império islâmico do oeste até a atual Arábia Saudita.
A expansão do território do Islã sempre representou uma parte do papel do califado. Por exemplo, em seu apogeu, o Império Otomano abarcava o Oriente Médio e o norte da África, o Cáucaso e partes do leste da Europa.

Quanto tempo esteve vigente o califado?
Para os muçulmanos mais fervorosos, o califado durou até sua abolição na Turquia como consequência do desaparecimento do Império Otomano depois da Primeira Guerra Mundial.

No entanto, acredita-se que o califado tenha durado apenas três décadas, durante o governo dos primeiros quatro sucessores de Maomé, conhecido como os Quatro Califas Bem Guiados ou os Quatro Califas Ortodoxos.
Posteriormente, várias dinastias lutaram pelo poder e governaram os territórios do vasto império, como os Omíadas em Damasco (661-750), os Abássida em Bagdá (750-1258), os Omíadas em Córdoba (929-1031) e os Otomanos na Turquia (1453-1924).
Apesar de os dirigentes destas dinastias adotarem o título de califa, os processos de sucessão foram essencialmente hereditários.
Em março de 1924, o presidente turco, Mustafa Kemal Atatürk, aboliu constitucionalmente a instituição do califado.

Existem movimentos partidários de reviver o califado?
O Islã político defende a sharia como um sistema de vida, incluindo a política.

O fundador da Irmandade Muçulmana, Hassan al Bana, considerava o califado um símbolo da unidade islâmica e seu restabelecimento era o objetivo da organização, apesar de afirmar que o califado deveria ser precedido por um acordo de cooperação entre os estados muçulmanos.
O Hizb ut Tahrir (Partido da Libertação) é um grupo pan-islâmico criado em 1953, que defende a unificação dos países muçulmanos sob um califado.

Al-Qaeda queria estabelecer um califado?
"O grande sonho da Al-Qaeda era a criação de um Estado Islâmico desde os atentados de 11 de setembro", segundo Mustafá al Ani, do Gulf Research Centre.

Para os jihadistas, o anúncio do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) é apenas "o núcleo do califado, que se expandirá com a queda de outros estados", explicou.
Os talibãs instalaram em 1996, no Afeganistão, um emirado islâmico, que dirigiu o país até sua queda, depois da intervenção dos Estados Unidos em 2001.

O califado tem futuro?
Um estado islâmico poderá subsistir na atual conjuntura 'caracterizado pela fragilidade do poder em Bagdá e na ausência de uma intervenção estrangeira', afirma Ani.

Para manter-se, o califa deve "acabar com outros grupos islamitas que não sejam leais, castigar qualquer tentativa de insurreição popular, reforçar capacidades defensivas e generalizar os tribunais islâmicos", concluiu

Quem é Abu Bakr al-Baghdadi?
O nome de nascimento é Awwad Ibrahim Ali al-Badri al-Samarrai e nasceu na cidade iraquiana de Samarra. Tem 43 anos e acredita-se que começou a carreira como pregador salafista. Envolvido na resistência à ocupação, foi preso pelas tropas norte-americanas na prisão de Camp Bucca. Mas há versões divergentes quanto a esta detenção: al-Baghdadi terá estado preso entre fevereiro e dezembro de 2004; ou entre 2005 e 2009. Seja em que período for, parece coincidir a versão que diz que foi libertado por decisão de uma comissão de revisão dos processos dos presos.
Abu Bakr Al-Baghdadi, ou o califa Ibrahim
Abu Bakr Al-Baghdadi, ou o califa Ibrahim
Em maio de 2010, o EIIL anunciou que al-Baghdadi era o novo líder da organização. E em 29 de junho de 2014, o EIIL anunciou a criação do califado e a sua nomeação como califa, com o nome de Ibrahim.

Estado Islâmico:
Também conhecido como ISIS, sigla em inglês para Estado Islâmico do Iraque e da Síria, o Estado Islâmico (EI) é um grupo muçulmano extremista fundado em outubro de 2004 a partir do braço da Al Qaeda no Iraque. É formado por sunitas, o maior ramo do islamismo.
Entre os países muçulmanos, os sunitas são minoria apenas entre as populações do Iraque e do Irã, compostas majoritariamente por xiitas. Em janeiro deste ano (2014), o EI declarou que o território sob seu controle passaria a ser um califado.
Abu Bakr Al Baghdadi, que liderou o braço da Al Qaeda no Iraque, foi nomeado califa, ou líder, sucessor do profeta Maomé. Em fevereiro, a rede Al Qaeda anunciou que não apoiava o EI, apesar de defenderem o mesmo tipo de ideologia jihadista.
O sunitas radicais do EI consideram que os xiitas são infiéis e devem ser mortos. Aos cristãos, os extremistas dão três opções: a conversão, o pagamento de uma taxa religiosa ou a pena de morte.

No Iraque, o EI tenta se aproveitar da situação conflituosa entre curdos, árabes sunitas, cristãos e xiitas, que atualmente governam o país, para ampliar sua área de controle. Lá, tem a simpatia dos iraquianos sunitas, que estiveram no poder durante as décadas de governo Saddam Hussein, perseguindo a maioria xiita. Atualmente, os sunitas são perseguidos pelo governo xiita. Na Síria, o EI também tem a simpatia de parte dos rebeldes que lutam contra o governo de Bashar Al Assad.

A maior parte dos militantes do EI vem de nações árabes, entre elas, a Arábia Saudita, o Marrocos e a Tunísia. Estima-se que cerca de 3 mil cidadãos de países ocidentais também estejam entre os combatentes. Alguns levantamentos indicam que as nacionalidades dos voluntários do EI chegam a mais de 80.


Território atual:

     Áreas controladas pelo Estado Islâmico     Áreas reivindicadas pelo Estado Islâmico     Restante do Iraque e da Síria

O Estado islâmico controla quase metade do território da Síria e uma parte do norte do Iraque, separando o território curdo do resto do Iraque. A capital do grupo jihadista é a cidade ao norte da Síria "Raqqa", perto da qual se situa a barragem de Tabqa, a maior do rio Eufrates e da Síria. A localidade, estrategicamente situada no vale do Eufrates e a menos de 200 quilômetros da fronteira iraquiana, tornou-se, segundo militantes, a base do ISIS, que, desde o início de Junho, leva a cabo uma vasta ofensiva no Iraque.
Controla cidades como:
Deir es-Zour (importante centro petrolífero da Síria);
Sinjar (a maior da comunidade yazidi);
Mossul, a segunda cidade do Iraque, com 1,8 milhão de habitantes. 

A barragem de Mossul, a maior do rio Tigre, situada a 60 km a norte da cidade, foi reconquistada pela tropas curdas com o apoio aéreo dos EUA.

Fonte:
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/06/entenda-o-que-e-um-califado.html 
http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia
http://www.publico.pt/mundo/noticia  

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