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segunda-feira, 4 de maio de 2015

O propósito dos Dons Espirituais

Assim, também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar neles, para a edificação da igreja” 1Co 14.12


Muitas dúvidas pairam sobre os crentes pentecostais quando o assunto é os dons espirituais. Elas (as dúvidas) prejudicam a obra de Deus e o recebimento das bênçãos divinas. Os dons do Espírito Santo são recursos indispensáveis para o Corpo de Cristo. Eles contribuem para a expansão e edificação da Igreja.

Os dons são sempre concedidos aos crentes visando um propósito específico. Qual será este objetivo? O alvo divino é a edificação de todos os membros do Corpo. Infelizmente, alguns fazem um uso errado dos dons. Vemos crentes tentando usar os dons para alcançar interesses pessoais. Em vez de glorificar o nome do Senhor, estes se utilizam dos dons a fim de galgar posições eclesiásticas. Muitos não estão mais sendo usados pelo Espírito Santo, mas estão tentando usar o Espírito. Eles estão enganando a si próprios. O Senhor conhece nossos corações e as nossas intenções. Haverá um dia que teremos que prestar contas ao Senhor a respeito do uso dos nossos dons e talentos. Neste dia muitos ouvirão do próprio Senhor a quem tentaram enganar (Mt 7.24).

O objetivo dos dons não é a superioridade ou elitização de um grupo (1Co 12.7). Por falta de conhecimento bíblico, muitos acreditam, erroneamente, que os dons são um sinal de grande espiritualidade e até de superioridade, mas não o são. Tomemos como exemplo os irmãos da igreja de Corinto. Ao visitar aquela igreja, Paulo relatou que ali havia a manifestação de muitos dons espirituais (1Co 1.7). Corinto era uma cidade cosmopolita, marcada pela idolatria, paganismo e imoralidade. Ser um crente fiel naquela cidade não era fácil. Logo, Deus concedeu muitos dons do Espírito Santo àqueles irmãos a fim de que tivessem condições de lutar contra a idolatria, a imoralidade e permanecessem em santidade até a volta de Cristo. Todavia, a igreja de Corinto estava longe de ser uma igreja espiritual. O pecado havia adentrado ali. Paulo chama os irmãos de Corinto de carnais e meninos (1Co 3.1). Fica então a pergunta: "O que torna o crente espiritual? Os dons?" Podemos aprender, por intermédio dos irmãos de Corinto, que não. Quem tem poder para santificar os crentes é o Espírito Santo. Os dons são dádivas divinas. São presentes e não tem o poder de nos santificar.

Os dons espirituais são dádivas importantes e necessárias à igreja nestes últimos dias antes da Segunda Vinda de Cristo. Estamos vivendo tempos trabalhosos (2Tm 3.1), por isso, precisamos ser cheios do Espírito Santo e procurar com dedicação os dons espirituais (1Co 12.31).
Revista Ensinador Cristão nº58

Os dons são recursos concedidos por Deus para fortalecer e edificar a Igreja espiritualmente.

COMENTÁRIO
Os dons espirituais são habilidades concedidas pelo Espírito Santo para edificação da igreja. Para receber estas habilidades basta crer e pedir com fé. Os dons são presentes divinos e fruto da misericórdia do Pai. É graça de Deus!


INTRODUÇÃO
Os propósitos dos dons podem ser compreendidos a partir de sua natureza. Myer Pearlman diz que os dons do Espírito “...descrevem as capacidades sobrenaturais concedidas pelo Espírito para ministérios especiais...”. Para esse teólogo, o propósito principal dos dons do Espírito Santo é “edificar a Igreja de Deus, por meio da instrução aos crentes e para ganhar novos convertidos”. [1]


I - OS DONS NÃO SÃO PARA ELITIZAR O CRENTE
1. A igreja Coríntia.
CORINTO Capital da província romana da Acaia.

Corinto uma cidade muito antiga. Os primeiros colonizadores chegaram a Corinto no quinto ou no sexto milênio a.C. Mas a Corinto do período clássico foi realmente estabelecida com a invasão dos dórios. Por volta de 1000 a.C. este povo grego se estabeleceu no sopé da acrópole de Corinto. Ocupando um lugar de segurança, eles também controlavam a principal rota comercial por terra entre o Peloponeso e a Grécia central, como também a rota Istmiana. [2]

A Igreja em Corinto localizava-se numa cidade comercial e próxima do mar, sendo uma das mais importantes do Império Romano. Corinto era uma cidade economicamente rica, porém marcada pelo culto idolátrico. Durante a segunda viagem missionária de Paulo, a igreja recebeu a visita do apóstolo (At 18 1-18). Por conhecer muito bem a comunidade cristã em Corinto foi que o apóstolo dos gentios tratou, em sua Primeira Epístola dirigida àquela igreja, sobre a abundância da manifestação dos dons do Espírito, chegando a afirmar daquela igreja que "nenhum dom" lhe faltava (1Co 1.7). [1]

2. Uma igreja de muitos dons, mas carnal.
Paulo censura os coríntios pela fraqueza e incompetência deles. Aqueles que são santificados somente o são em parte: ainda há lugar para crescimento e aumento na graça e no conhecimento (2Pe 3.18). Aqueles que são renovados pela graça divina para uma vida espiritual, ainda podem ser defeituosos em muitas coisas. O apóstolo lhes diz que “não lhes pôde falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo” (1Co 3.1). Eles estavam tão longe de basear suas máximas e medidas sobre o chão da revelação, e entrar no espírito do Evangelho, que se tornou muito evidente que eles estavam sob o controle das inclinações corruptas e carnais.

Eles ainda eram meros bebês em Cristo. Eles haviam recebido alguns dos primeiros princípios do cristianismo, mas não haviam crescido até a maturidade de entendimento neles, ou de fé e de santidade; e ainda está claro, por diversas passagens nesta epístola, que os coríntios eram muito orgulhosos de sua sabedoria e conhecimento.

Note que é muito comum para pessoas de entendimento e conhecimento muito restritos terem uma grande medida de orgulho próprio. O apóstolo assinala a pouca competência que eles têm no conhecimento do cristianismo como uma razão pela qual ele não lhes havia comunicado mais das suas coisas profundas. Eles não podiam suportar tal comida, eles precisavam ser alimentados com leite, não com carne (v.2). Note que é tarefa do fiel ministro de Cristo estudar a capacidade de entendimento de seus ouvintes e ensinar-lhes o quanto eles puderem suportar. E também é natural que os bebês cresçam até se tornarem homens; e bebês em Cristo devem se empenhar em crescer em estatura e tornar-se homens em Cristo. Espera-se que seu desenvolvimento no conhecimento seja proporcional aos seus recursos e oportunidades, e ao tempo da profissão da sua religião, que eles possam ser capazes de suportar discursos sobre os mistérios de nossa religião, e não descansar sempre em coisas simples e claras. Era uma vergonha para os coríntios que eles tivessem se sentado tanto tempo sob o ministério de Paulo e não tivessem feito progresso significativo no conhecimento cristão. Observe que os cristãos são totalmente culpados se não se empenham em crescer na graça e no conhecimento.

Ele os censura por sua carnalidade, e menciona sua disputa e discórdia acerca de seus ministros como evidência dela: “porque ainda sois carnais, pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois, porventura, carnais e não andais segundo os homens?” (v.3). Eles mantinham rivalidades mútuas e rixas e facções entre eles, por conta de seus ministros, “porque, dizendo um: eu sou de Paulo; e outro: eu, de Apolo; porventura, não sois carnais?” (v.4). Essas são provas de que eram carnais, que inclinações e interesses carnais os controlavam. Note que rivalidades e rixas sobre a religião são tristes evidências de carnalidade remanescente.

A verdadeira religião torna os homens pacíficos e não contenciosos. Os espíritos de divisão atuam com base nos princípios humanos, não nos princípios da religião verdadeira; eles são guiados por seu próprio orgulho e paixões, e não pelas regras do cristianismo: “não andais segundo os homens?” Note que é para lamentar-se que muitos que deveriam se comportar como cristãos, isto é, acima da média dos homens, andam realmente como homens comuns, e vivem e se comportam exatamente como os outros homens. [3]

3. Dom não é sinal de superioridade espiritual.
MUITOS creem erroneamente que os irmãos agraciados com dons da parte de Deus são, por isso, mais espirituais que os outros. Todavia, os dons do Espirito são concedidos pela graça de Deus. Por ser resultado da graça divina, não recebemos tais dons por méritos próprios, mas pela bondade e misericórdia de Deus. Que a mensagem de Jesus possa ressoar em nossa consciência e convencer-nos de uma vez por todas de que os dons não são garantia de espiritualidade genuína: "Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade." Mateus 7:22,23. [1]



Il - EDIFICANDO A SI MESMO E AOS OUTROS
1. Edificando a si mesmo.
Diz Paulo que “O que fala língua estranha edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja” (1Co 14.4). É um aspecto muito interessante do propósito dos dons. O membro da igreja, em particular, precisa ser edificado, para que a coletividade, a igreja, também o seja. Não pode haver igreja edificada, se os membros não tiverem edificação espiritual. Quando o crente fala línguas, sem que haja intérprete, não edifica a igreja, porque o que fala fica sem entendimento para os demais. Mas não se deve proibir que o crente fale língua para si próprio (1Co 14.39). Tão somente, deve ser ensinado que ele se controle e não eleve a voz, numa mensagem ininteligível. Há irmãos que, ao falar línguas, querem chamar a atenção para si, para mostrar que são espirituais. Isso é falta de maturidade.

O apóstolo ensina: “E, agora, irmãos, se eu for ter convosco falando línguas estranhas, que vos aproveitaria, se vos não falasse ou por meio da revelação, ou da ciência, ou da profecia, ou da doutrina?” (1Co 14.6). Ele quer dizer que, se falar língua sem interpretação, é ótimo para si próprio, pois “edifica a si mesmo”. Mas, se não houver interpretação, não haverá revelação, ciência, profecia ou doutrina. E a igreja fica sem edificação, sem aproveitamento. Daí, porque, no mesmo capítulo, ele exorta: “Pelo que, o que fala língua estranha, ore para que a possa interpretar. Porque, se eu orar em língua estranha, o meu espírito ora bem, mas o meu entendimento fica sem fruto” (1Co 14.13,14).

Quem fala línguas, sem interpretação, “edifica-se a si mesmo”, mas “... não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios” (1Co 14.2). Naturalmente, quando o crente ora em línguas, mesmo que ele não saiba o sentido das palavras, Deus o entende. O crente, batizado com o Espírito Santo, deve procurar desenvolver uma adoração individual, plena da unção do Espírito Santo. Há ocasiões em que as palavras do seu idioma nativo não conseguem expressar o que sua alma deseja dizer a Deus, seja glorificando, intercedendo ou suplicando ao Senhor.

E nessas horas, quando o crente não sabe orar, que o Espírito Santo intercede por ele de maneira especial. “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26). Esses “gemidos” do Espírito, pronunciados em línguas estranhas, são incompreensíveis ao que ora, mas perfeitamente entendidos por Deus, pois há línguas estranhas que são linguagem do céu, ou “línguas dos anjos” (1Co 13.1). [1]

Falar ou orar em línguas provenientes do Espírito é uma bênção espiritual maravilhosa.

2. Edificando os outros.
No versículo 12 (1Co 14), Paulo volta incansavelmente ao seu ponto de maior ênfase: Assim, também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar neles, para a edificação da igreja. O primeiro objetivo do cristão deve ser a edificação da igreja e o fortalecimento dos seus membros. Se o crente quiser promover o bem-estar da igreja, ele analisará os seus dons de acordo com este critério. [4]

Em lugar de buscarmos prosperidade material, como se pudéssemos barganhar com Deus usando dinheiro em troca de bênçãos, busquemos os dons espirituais. Agindo assim edificaremos a nós mesmos e também aos outros.

3. Edificando até o não crente.
Paulo teve coragem de dizer que era um “sábio arquiteto” (1Co 3.10), na edificação da igreja. Nem todo obreiro pode dizer isso, nos dias presentes. Os terrenos em que a igreja está sendo edificada são tão instáveis, que desafiam a capacidade de todos os engenheiros ou arquitetos. Os ventos fortes de falsas doutrinas e movimentos heréticos, disfarçados de genuínos movimentos cristãos conspiram contra a estabilidade e a unidade da Igreja de Cristo. Os edificadores de hoje têm tantos ou maiores desafios do que os do tempo de Paulo, mesmo que tenham mais recursos humanos e técnicos que o apóstolo dos gentios.

Mas a missão dos obreiros do Senhor é cuidar da evangelização, buscando as almas que se integram à igreja, e o cuidado delas, através do discipulado autêntico, que se fundamenta na sã doutrina, esposada por Jesus Cristo, e interpretada e aplicada pelos seus apóstolos e discípulos, ao longo da História. Os cristãos devem ser edificados para serem templos do Espírito Santo (1Co 6.19,20). E os dons são indispensáveis nessa edificação espiritual. [1]


IIl - EDIFICAR TODO O CORPO DE CRISTO
1. Os dons na igreja.
Na Primeira Carta aos Coríntios, Paulo dedica dois capítulos (12 e 14) para falar a respeito do uso dos dons na igreja. O Apóstolo mostra que quando os dons são utilizados com amor, todo o Corpo de Cristo é edificado. Conforme diz Thomas Hoover, parafraseando Paulo em Efésios 4.16, "os membros do corpo, cada qual com sua própria função concedida pelo Espírito, cooperam para o bem de todas. O amor, é essencial para os dons espirituais alcançarem seu propósito". Se não houver amor, certamente não haverá edificação (1Co 13). Sem o amor de Deus nos tornamos egoístas e acabamos por colocar nossos interesses em primeiro lugar. O propósito dos dons, que é edificar o Corpo de Cristo, só pode ser cumprido se tivermos o amor de Deus em nossa vida.

"Do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor." Efésios 4:16


2. Os sábios arquitetos do Corpo de Cristo.
1Cor 13.9. "Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;"
Nosso conhecimento é parcial, até mesmo com a ajuda dos mais elevados dons da sabedoria e do conhecimento. Essa admissão e declaração, feitas pelo apóstolo, deveria ensinar-nos a sermos cautelosos quando cercamos a Deus com os nossos dogmas, como se, já sabendo tudo quanto tem importância, não precisássemos mais de fazer qualquer pesquisa honesta pela verdade. A tendência da religião «ortodoxa» é olvidar-se desse grande fato, apodando de heterodoxa qualquer opinião que não se adapte facilmente dentro dos limites dos dogmas já aceitos.
Da covardia que teme novas verdades,
Da preguiça que aceita meias-verdades,
Da arrogância que conhece toda a verdade,
Oh, Senhor, livra-nos. (Arthur Ford). [5]

Os intelectuais de Corinto faziam uma ideia exagerada da grandiosidade de seu conhecimento.

Deus levanta homens para edificarem espiritual, moral e doutrinariamente a igreja local. A Igreja é o “edifício de Deus” (1Co 3.9). Os ministros, sábios arquitetos (1Co 3.10). O fundamento já está posto pelos apóstolos: Jesus Cristo (1Co 3.11). Mas os ministros têm de tomar o cuidado com as pedras assentadas sobre este alicerce, pois eles também tomam parte na edificação espiritual da Igreja de Cristo segundo a mesma graça concedida aos apóstolos. Por isso, Paulo faz uma solene advertência para a liderança hoje: “mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (1Co 3.10,11).

3. Despenseiros dos dons. (1Co 4 1-2) (1Pe 4 10-11)
Vida na comunidade cristã é vida de serviço aos outros.
Jesus foi o Servo de Deus, Aquele que “não veio para ser servido, mas para servir” (Mc 10.45). Na Sua vida, tal como nos mostram os Evangelhos, Ele demonstrou esse princípio, servindo ao Seu povo e aos Seus (como ilustrado em Jo 13.1-17). Servi uns aos outros é, assim, um chamado a sair de si mesmo e dos seus problemas, e se dedicar aos outros. É  essa exteriorização que está o fundamento da ética cristã, como vida de serviço aos outros “enquanto outros” (ou seja, não uma extensão de mim próprio, ou “outros” a quem eu comando ou manipulo, e coloco dentro do meu esquema).

A palavra grega é diakonuntes, de onde vem diaconia, serviço. Aqui, ela tem um significado abrangente, incluindo todo tipo de serviço que se pode prestar a outros (em palavra e ação).
Essa diaconia é possível porque todos receberam dons com os quais podem servir aos outros. Charisma é o termo usualmente empregado no N.T. para se referir aos chamados “dons espirituais”. São várias as definições e especificações deles (cf. 1Co 12; Rm 12; Ef 4); trata-se de capacidades que Deus concede a todos os cristãos (associadas à habitação do Espírito Santo neles, 1Co 12.7) para o serviço dentro do contexto da comunidade cristã. Podem se tratar de talentos naturais que recebem um novo impulso e uma nova orientação pela ação do Espírito, ou de capacitações originais, concedidas ao crente para que com elas sirva aos outros.

Esta questão dos dons às vezes tem causado polêmicas entre os cristãos. Nunca devemos perder de vista que são dados soberanamente pelo Espírito Santo, e que sua função é servir (nada mais que isso; usá-los para autopromoção é absolutamente contrário à sua natureza, sendo uma atitude exemplarmente repreendida em At 8.18-24).

Importante é também que cada um dos crentes recebeu um dom, o que, de saída, nivela a todos, e toma todos igualmente importantes uns para os outros. Cada um deve colocar o dom que tem a serviço de todos, porque, ao receberem dons, os cristãos se tornam despenseiros da graça de Deus. A charis (graça) é a fonte dos charisma (dons, carismas). Quem os recebe, recebe graça de Deus, e os recebe por causa da graça de Deus que lhes concedeu o Espírito Santo. Ter um dom espiritual, então, é ter um “depósito de graça”, que deve extravasar (porque graça é para ser doada).

Despenseiros é oikonomoi, um termo técnico referente ao mordomo, o administrador da casa (lembrando que “casa” é a oikos do mundo da época, uma instituição social fundamental, a “comunidade doméstica” que incluía família e trabalhadores, bem como os hóspedes). O oikonomos era o encarregado de atender as necessidades de todos, administrando os bens nessa direção. E uma bela figura para o papel dos cristãos na igreja (e note-se que todos o são). Todos na “casa de Deus” têm necessidade de “graça”, e todos são chamados a suprir essa necessidade mutuamente. E não devemos espiritualizar em demasia a questão, pois essas necessidades muitas vezes serão bem materiais e rotineiras. E o chamado ainda é para ser bons despenseiros, estando implícito que se pode não ser um bom administrador da graça de Deus. Vem a propósito aqui a parábola do bom e do mau oikonomos (mordomo), de Lucas 12.42-48 (especialmente pelo contexto escatológico) [6]

O apóstolo Pedro exortou a igreja acerca da administração dos dons de Deus (1Pe 4.10,11). Ele usou a figura do despenseiro que, antigamente, era o homem que administrava a despensa e tinha total confiança do patrão. O despenseiro adquiria os mantimentos, zelava para que não estragassem e os distribuíam para a alimentação da família. Desta forma, os despenseiros da obra do Senhor devem alimentar a “família de Deus” (1Co 4.1; Ef 2.19). Eles precisam ter o cuidado no uso dos dons concedidos pelo Senhor para prover a alimentação espiritual, objetivando a edificação do Corpo de Cristo: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá, para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o poder para todo o sempre” (1Pe 4.10,11).

Quando os dons espirituais são utilizados com amor 
todo o Corpo de Cristo é edificado.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Dado conforme o Espírito Deseja
A primeira relação dos dons com a repetição do fato que cada um é dado pelo Espírito (1Co 12.8-10) leva ao clímax no versículo 11, que diz: ‘Mas um só e o mesmo Espírito opera todas as coisas, repartindo particularmente [individualmente] como quer'. Aqui temos um paralelo com Hebreus 2.4, que fala dos apóstolos que primeiramente ouviram o Senhor e depois transmitiram a mensagem: ‘Testificando também Deus com eles, por sinais [sobrenaturais], e milagres, e várias maravilhas [tipos de obras de grande poder] e dons [distribuições separadas] do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade’. É evidente, à luz destes trechos, que o Espírito Santo é soberano ao outorgar os dons. São distribuídos segundo a sua vontade. Buscamos os melhores dons, mas Ele é o único que sabe o que é realmente melhor em qualquer situação. Fica evidente, também, que os dons permanecem debaixo de sua autoridade. Nunca são nossos no sentido de não precisarmos do Espírito Santo, pela fé, para cada expressão desses dons. Nunca se tornam parte da nossa própria natureza, ao ponto de não perdê-los, de serem tirados de nós. A Bíblia diz que os dons e a vocação de Deus são permanentes (Deus não muda de opinião a respeito deles), mas aqui há referência a Israel (Rm 11,28,29)" (HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 201 2, ,.P- 230).

Dicionário
Apodando = alcunhando; escarnecendo; qualificando.
Apodar: v.t. Dizer apodos a; zombar de; escarnecer de.
Alcunhar, qualificar.
Comparar depreciativamente, em tom de zombaria
Dogmas = Teologia. Aspecto, item particular, mais importante de uma doutrina religiosa que se apresenta como algo indubitável ou inquestionável. 
P.ext. Qualquer discurso ou ideologia de teor inquestionável. 
Heterodoxo = Contrário aos padrões, às normas ou às regras preestabelecidas.
Herético; que se opõe aos preceitos de uma religião
s.m. Algo ou alguém que não concorda com críticas, pensamentos ou ideias tradicionais, normalmente compartilhadas por um grupo. 
Algo ou alguém contrário à doutrina ortodoxa ou à opinião tradicional.
Herege; sujeito heterodoxo; aquele que nega a fé cristã.
Ortodoxa = Que se refere ou está em conformidade com a ortodoxia. Que adota, desempenha, pratica ou segue as regras e/ou dogmas considerados tradicionais.P.ext. Que concorda ou aceita as normas estabelecidas e consideradas verdadeiras por uma Igreja.Informal. Pej. Que não se adapta ou admite o novo.s.m. Aquele que acompanha de maneira rigorosa quaisquer normas e/ou regras já estabelecidas.
Indivíduo cristão que segue a fé de ritualização bizantina, geralmente, se refere às Igrejas Católicas Ortodoxas.
Olvidar =  Deixar de lembrar de; perder as lembranças de alguma coisa, de alguém ou de si mesmo; não conseguir lembrar; esquecer-se.

Fonte:
[1]Elinaldo Renovato de Lima. Dons Espirituais e Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Ed.CPAD.
[2]PFEIFFER. Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Ed.CPAD.
[3]HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Ed.CPAD.
[4]Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. Ed.CPAD. Vol.8.
[5]CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Ed.Candeias.Vol.4.
[6]Ênio R. Mueller. I Pedro. Introdução e Comentário. Ed.Vida Nova
SOUZA, Estêvam Ângelo de. Nos Domínios do Espírito. 2 ed., RJ.CPAD, 1987.
HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12 ed., RJ.CPAD, 2012
Dicionário on-line portugues
Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia ACR Fiel
Bíblia NVI

Sugestão de leitura:
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