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sexta-feira, 5 de junho de 2015

Jesus e o dinheiro - Jesus, o Homem Perfeito

E, vendo Jesus que ele ficara muito triste, disse: Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os que têm riquezas!” Lucas 18.24

O assunto “dinheiro” tem sido um tema controverso no meio evangélico. Muitas orientações passadas ao povo, de modo geral, mais parece fiel a perspectiva secular que a cristã. Quando falamos de perspectiva secular, nos referimos a maneira individualista, egoísta e mesquinha de lidar com o dinheiro. A iniciativa de acumular bens para si é diametralmente oposta a do Evangelho, que ordena compartilharmos o que se tem. Uma parábola de Jesus que sugere isso é a do “Rico Insensato”. Uma pessoa obstinada a somente acumular bens nesse mundo e não atentar seriamente para o que importa. Precisamos ter a coragem de afirmar que a perspectiva cristã não incentiva a busca pela riqueza, pelo contrário, desestimula. Isso mesmo, o Evangelho desestimula a busca da riqueza pela riqueza, o consumismo desenfreado. Note alguns versículos bíblicos que seriam em muitos lugares hoje impraticáveis e até proibidos de serem lidos:
“Vendei o que tendes, e dai esmolas, e fazei para vós bolsas que não se envelheçam, tesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão, e a traça não rói” (Lc 12.33).

“Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro, somente males; e, agora, este é consolado, e tu, atormentado” (Lc 16.25).

“E, quando Jesus ouviu isso, disse-lhe: Ainda te falta uma coisa: vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me. Mas, ouvindo ele isso, ficou muito triste, porque era muito rico. E, vendo Jesus que ele ficara muito triste, disse: Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os que têm riquezas!” (Lc 18.22-24).

“Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas” (1Tm 6.8,17).

“Eia, pois, agora vós, ricos, chorai e pranteai por vossas misérias, que sobre vós hão de vir. As vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão comidas da traça. O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós e comerá como fogo a vossa carne. Entesourastes para os últimos dias” (Tg 5.1-3).

Esses versículos não querem proibir o direito de uma pessoa, por intermédio do trabalho honesto, buscar o conforto para sua família (2Ts 3.6-13). Coisa que o brasileiro faz e deve fazer com orgulho! Mas o que não podemos é fazer da vida um estilo materialista para gerar e acumular riquezas.
Revista Ensinador Cristão nº62 pg.41

COMENTÁRIO
O assunto “dinheiro” não é fácil de ser tratado no meio evangélico. Muitos hoje têm sido levados por caminhos nada bíblicos e evangélicos, quando o assunto é dinheiro. Entretanto, o nosso objeto de estudo é o Evangelho de Lucas. Ou seja, o que nos interessa saber é o que a Palavra de Deus, revelada em Lucas, diz acerca do dinheiro. Qual o estilo de vida que o cristão deve ter à luz desse texto? É o que nos interessa responder nesta lição. [1]

As Escrituras não condenam a aquisição honesta de riquezas, e, sim, o amor a elas dispensado.

INTRODUÇÃO
O cristianismo bíblico e ortodoxo sempre manteve uma posição de cautela e até mesmo reserva com respeito ao uso do dinheiro e aquisição de riquezas. Na verdade, os primeiros líderes cristãos, inspirados nos ensinos de Jesus, passaram a desestimular a aquisição de bens materiais. Entretanto, o secularismo e o materialismo sempre rondaram o arraial cristão e, vez por outra, Mamon tem deixado suas marcas em nosso meio.

Observaremos, nesta lição, que os ensinos de Jesus sobre a aquisição de riquezas se distanciam do judaísmo de seus dias e, também, daquele que é praticado hoje por muitos setores do cristianismo evangélico. Longe de estimular a aquisição de bens, como fazem dezenas de igrejas, Jesus aconselhava se desvencilhar delas.

Aprendamos com o Mestre o uso correto do dinheiro e como ser bons mordomos dos bens que nos foram confiados. [1]

Até bem pouco tempo, ninguém poderia imaginar que o nome “Jesus”, o carpinteiro de Nazaré, pudesse se tornar uma mercadoria valiosa. Ninguém poderia imaginar também que ele fosse transformado em uma das marcas mais rentáveis do mundo. Jesus, que já era vendido em lojas de suvenires, foi transformado com grande sucesso em mercadoria literária, podendo ser encontrado praticamente em todas as livrarias.

O comércio da autoajuda é o que mais tem crescido e que mais tem lucrado com esse comércio em torno de Jesus. Tenho em mãos alguns desses títulos: Jesus, o homem mais sábio que já existiu; Jesus, o maior filósofo que já existiu; Jesus, o maior psicólogo que já existiu; Jesus, o maior líder que já existiu; Jesus, o mestre dos mestres; Jesus, o mestre da sensibilidade; Jesus, o mestre da vida; Jesus, o mestre do amor, Jesus, o mestre inesquecível e Jesus, o milionário de Nazaré.

Quem poderia imaginar, por exemplo, que aquEle que certa feita disse não ter onde pousar a cabeça fosse transformado em o “milionário de Nazaré”? Esta é exatamente a proposta da escritora Catherine Ponder, uma das autoras de autoajuda mais lidas no mundo, quando escreveu o seu livro O Milionário de Nazaré.1 As informações sobre Ponder dão de conta que ela é considerada a mais notável autora sobre prosperidade nos Estados Unidos. E informado também que a mesma escreve sobre o assunto há quase vinte anos, e tem inúmeros livros publicados, incluindo o best-seller As Leis Dinâmicas da Prosperidade. Ela também escreveu a série Os Milionários do Gêneses.

Como Ponder transformou um simples carpinteiro no milionário de Nazaré é explicado ainda na introdução do seu livro. Para ela os Evangelhos estão repletos de ouro! Jesus, portanto, não teria sido apenas um homem que fez milagres e que tinha suas orações respondidas. Pelo contrário, Ele também foi um mestre que, depois de compreender e assimilar as leis mentais e espirituais de prosperidade as usou e ensinou de uma forma nunca vista antes. [1]

O dinheiro, os bens e as posses, na perspectiva de Jesus, não devem ser o significado último da vida.

Qualquer leitor da autoajuda pode notar a grande semelhança existente entre os ensinamentos de Ponder e o que está escrito em O Poder do Subconsciente de Joseph Murphy e principalmente em O Poder do Pensamento Positivo de Norman Vicent Peale. De fato na biografia de Ponder, lemos que ela é ministra da Igreja não denominacional Unity desde 1956 e que também é tida como a versão feminina de Norman Vicent Peale. Peale é considerado uma espécie de guru da autoajuda evangélica americana. Dentre os inúmeros livros escritos por Peale, há também um dedicado a explicar os ensinamentos de Jesus: O Poder Positivo de Jesus. Tive contato com esse tipo de gênero literário ainda nos anos 80 quando um amigo me emprestou as obras de Joseph Murphy e Norman Vicent Peale. As mensagens desses livros são de fato fascinantes, recheadas de ilustrações e exemplos de pessoas que deram certo ou que foram até mesmo curadas de doenças incuráveis graças ao poder da mente.

Algumas perguntas são inevitáveis: Jesus era de fato um milionário que Ponder insiste em afirmar que era? Jesus incentivou as pessoas a serem ricas e terem muito dinheiro? Qual de fato foi a relação de Jesus com o dinheiro? Ele era o milionário de Nazaré ou um simples carpinteiro que como os demais camponeses de seu tempo lutaram pela sobrevivência? Não há como não contrastar o “Jesus” da autoajuda com o Jesus, o homem perfeito, apresentado nos evangelhos.

O “Jesus” rico, próspero, milionário capaz de transformar pedra em ouro não surgiu dos ensinos dos evangelhos mas dos ensinos de Phineas Parkhurst Quimby, um adepto do mesmerismo e um dos primeiros proponentes do Novo Pensamento.
De acordo com a Enciclopédia virtual Wikipedia, Quimby era filósofo, hipnólogo e inventor que desenvolveu o ensino de que a doença se desenvolve na mente do homem por falsas crenças, e que a mente aberta para a sabedoria de Deus vence a doença. O princípio se baseava no ensino de que o corpo era uma casa para a mente do homem. Se havia um “inimigo” instalado no corpo, se dava por uma crença errada da mente, mesmo com o desconhecimento do portador, a mente é quem adoecia o homem. Quimby prometia entrar na casa e com o poder da mente, expulsar o intruso, corrigindo a “impressão errada” pelo restabelecimento da “verdade” na mente.8 Quimby exerceu grande influência sobre Mary Baker, fundadora da Ciência Cristã.

A partir dos ensinos de Quimby, o Novo Pensamento se espalhou como uma febre pela América do Norte. Influenciou pensadores, filósofos, denominações religiosas e pastores como E. W. Kenyon. Foi através de Kenyon, um pastor da Igreja Batista Nova Aliança, que essa crença teve penetração no arraial protestante. Kenyon é considerado pelos apologistas como o pai da Teologia da Prosperidade e teve enorme influência sobre pastores como Dom Gosset e Kenneth Hagin. Por outro lado, foi através de Hagin que a teologia da prosperidade se propagou no meio pentecostal americano e brasileiro.9

I. O DINHEIRO, BENS E POSSES NAS PERSPECTIVAS SECULAR E CRISTÃ
Perspectiva secular.
Uma das formas mais comuns de se enxergar o dinheiro, bens e posses na cultura secular é vê-los apenas como algo de natureza puramente material. Tanto no mundo antigo quanto no contemporâneo, é possível observar que a realidade material pareceu sempre se sobrepor à espiritual. O material passa a dominar a vida das pessoas e isso inclui dinheiro, bens e posses. No Mundo Ocidental, essa forma de enxergar as coisas transformou-se em uma filosofia de vida que se recusa a enxergar outra coisa além da matéria. Por essa perspectiva, o material é superestimado enquanto o espiritual é ignorado e suplantado. Nesse contexto, quem tem posses é valorizado, e quem não as possui nada vale. O dinheiro, como valor material que garante posses, ganha o status de senhor em vez de servo.

Perspectiva cristã.
No contexto cristão, o mesmo Deus que fez o espiritual é o mesmo que fez o material. Nos ensinos de Cristo, não há um dualismo entre matéria e espírito! Todavia, as coisas espirituais, por serem de natureza eterna, ganham primazia sobre as materiais, que são apenas temporais (Lc 10.41). Na perspectiva cristã, portanto, as dimensões material e espiritual devem coexistir. Assim como servimos a Deus com o nosso espírito, nossa dimensão espiritual, devemos também servir com o nosso corpo (1Co 6.19,20; 1Ts 5.23), nossa dimensão material. Dessa forma, quem se tornou participante dos valores espirituais deve também servir com seus bens materiais (Rm 15.27; Lc 8.3). Aqui, o dinheiro, como valor material, não é visto como senhor, mas apenas como um servo.

O cristianismo por ser uma crença de natureza escatológica não estimulava a aquisição de posses materiais. Os primitivos cristãos, incluindo os apóstolos, mantinham a expectativa de que Jesus poderia voltar ainda na sua geração. Isso fazia com que a preocupação com a propagação da mensagem do reino se tornasse sua principal fonte de motivação e não o acúmulo de bens terrestres. Acusar as gerações posteriores de cristãos de terem implantado uma mentalidade de pobreza na igreja não condiz com os fatos históricos.

Essa sedução pela riqueza que acabou contaminando a teologia cristã provém de ensinos pagãos e até mesmo de técnicas xamãs e não dos ensinos do Novo Testamento. O apologista Davi Hunt denunciou o que denominou de tentação pelo poder:
“O feiticeiro mascara sua rebelião postulando em lugar do Deus pessoal da Bíblia, diante de quem somos moralmente responsáveis e cuja vontade temos que obedecer, uma “Força” metafísica impessoal que pode ser “cientificamente” manipulada como se explora a energia do átomo. Muitas vezes sem perceber, crentes sinceros aceitam a mesma ideia básica apresentada em terminologia psicológica e pseudocristã. A confissão positiva, bem como o pensamento positivo e o pensamento da possibilidade são exemplos adicionais. Em seu livro mais vendido, O Poder do Pensamento Positivo, que vendeu mais de 3 milhões de cópias, Norman Vicent Peale revela o fato de que todo o seu sistema é baseado nesse mesmo alicerce. Ele declara, por exemplo:
“O poder da oração é uma manifestação de energia. Assim como existem técnicas científicas para a liberação da energia atômica, existem também procedimentos científicos para a liberação de energia espiritual por meio do mecanismo da oração. Demonstrações espetaculares dessa força energizante são evidentes...
É importante perceber que você está lidando com o mais tremendo poder do mundo quando ora... Técnicas espirituais novas estão sendo constantemente descobertas... faça experiências com o poder da oração...”.11
Hunt conclui:

“Muitos que alegam querer conhecer a Deus frequentemente não querem conhecer o Deus verdadeiro, mas um deus cujo poder possam usar para seus próprios fins. Os próprios títulos de livros como O Poder Criativo de Deus Trabalhará Por Você, de Charles Capps, e Como Conseguir o que Quiser com Deus, de Kenneth Hagin, parecem dar um tom que se ajusta à fraqueza do homem, não importa quanto material benéfico possa existir neles. Nossa ambição egoísta nos cega para o fato de que Deus não é um “gênio da garrafa”, que existe para cumprir nossos desejos sempre que o convocarmos, mas é o Criador de todas as coisas, Ele nos chama para deixarmos de lado nossa insensatez e nos submetermos à sua vontade”.12

Na perspectiva secular, o dinheiro é apenas um elemento material; na cristã, as dimensões espiritual e material devem coexistir.

Vejamos o comentário do Teólogo French L. Arrington - passagem bíblica de Lucas 18.18-30: “Sem confiança própria de criança, a entrada no Reino de Deus é bloqueada. Um exemplo é o príncipe rico (vv.18-25), que não está disposto a responder a Jesus com humildade e fé. Mateus diz que ele é jovem (Mt 19.20), e Lucas o identifica como príncipe, talvez de uma sinagoga (cf. Lc 8.41). Como os fariseus, ele confia em suas boa ações. Ele também tem riquezas, às quais está apegado.
Este príncipe presume que falta uma obra que ele não está fazendo atualmente para herdar a vida eterna. Ele reconhece Jesus como figura de autoridade e lhe pergunta: ‘Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?’. O jovem faz esta pergunta à maior autoridade no assunto, mas ele saúda Jesus com um simples ‘bom mestre’. Sua compreensão de Jesus é rasa. Ele o considera somente como homem e não tem ideia de que Jesus é o Messias, o Filho de Deus. Sua estima pelo Salvador não é mais alta do que ele teria por um professor distinto. O modo como ele se dirige a Jesus parece ser nada mais que lisonja.
[...] Como discernidor perfeito do coração humano, Ele [Jesus] percebe que o príncipe adora seus bens materiais e o lembra que ele tem de fazer mais uma coisa: ‘Vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me’. Jesus pôs o dedo no pecado do coração deste homem — seu amor pelos bens materiais. Suas riquezas terrenas estão entre ele e Deus. Visto que ele não pôs Deus em primeiro lugar no coração, Jesus exige que o homem distribua o dinheiro. [...] ‘Não terás outros deuses diante de mim’ (Êx 20.3).
Pouco disposto a obedecer a Jesus, o jovem príncipe rico vai embora sem a vida eterna. Enquanto vai, Jesus observa o quanto é difícil os ricos entrarem no Reino de Deus (v.24). Sua tentação é confiar nas coisas terrenas. Eles acham difícil se entregar à misericórdia de Deus e escolher o Reino. Para ilustrar o quanto é difícil, Jesus insiste que não é mais fácil para o rico entrar no Reino de Deus do que para um camelo passar pelo fundo de uma agulha. Esta ilustração vívida ensina o quanto é impossível os ricos, por méritos próprios, entrarem no Reino de Deus. Falando humanamente, é impossível. Qualquer tentativa de libertar alguém de um amor demoníaco pelas coisas terrestres fracassará.
[...] Jesus lembra à sua audiência que, embora seja impossível para uma pessoa salvar a si mesma, Deus pode. Ele pode fazer o que é impossível para os seres humanos. Ele pode redirecionar o coração do amor por bens terrenos para um amor pelo eterno, e pode operar o milagre da conversão no coração do rico e do pobre. As pessoas não podem mudar o coração; mas quando respondemos a Deus pela fé, o Espírito Santo transforma nosso coração e nos proporciona a salvação” (ARRINGTON, French L.Lucas. In ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, pp.436-37).


II. DINHEIRO, BENS E POSSES NO JUDAÍSMO DO TEMPO DE JESUS
Ricos e pobres.
No judaísmo do tempo de Jesus, a sociedade estava dividida em dois grupos: os ricos e os pobres. Na classe mais abastada, estavam os sacerdotes, participantes de uma elite que controlava o sistema de sacrifícios e lucravam com ele, e os herodianos que possuíam grandes propriedades. Um outro grupo era formado por membros da aristocracia judaica que enriqueceu à custa de impostos de suas propriedades e ao seu comércio. O último grupo era formado por judeus comerciantes, que, embora não possuíssem herdades, participavam ativamente da vida econômica da nação. No extremo oposto dessa situação, estavam os pobres! Estes eram “o povo da terra” (Lc 21.1-4). Não possuíam nada e ainda eram oprimidos pelos ricos (Tg 2.6).

Generosidade e prosperidade.
Na cultura judaica nos dias de Jesus, a posse de bens materiais não era vista como um mal em si. O expositor bíblico P. H. Davids observa que os exemplos de Abraão, Salomão e Jó serviam de inspiração àqueles que almejavam a prosperidade. A ideia era que os ricos prosperavam porque sobre eles estava o favor de Deus. Dessa forma, a prosperidade passou a ser associada à piedade. Para evitar a avareza e a ganância, a tradição rabínica estimulava os ricos a serem generosos e solidários com os pobres, que era maioria na comunidade. Evidentemente que essa concepção estimulava apenas as ações exteriores, sem levar em conta as atitudes interiores (Lc 21.4).

Ricos e Pobres
No livro de minha autoria A Prosperidade à Luz da Bíblia (José Gonçalves), procurei mostrar como era formado o conceito de prosperidade no antigo Israel. Esses conceitos estavam em vigor nos dias de Jesus. Eram duas as ideias mais comuns, porém equivocadas, sobre a natureza das riquezas.

A primeira delas associava a riqueza como uma dádiva de Deus a alguém merecedor, e a pobreza como uma marca do julgamento divino.
A segunda associava a riqueza com a maldade e a pobreza com a piedade.

Essa forma de pensar está presente também no mundo do Novo Testamento. Todavia as causas para a pobreza não podem ser vistas de forma tão simples assim.
O historiador William L. Coleman (1991, p. 165) mostra que um estudo criterioso sobre a pobreza no mundo bíblico deve levar em conta alguns fatores determinantes. Com acerto, ele diz:
“Eram vários os principais fatores que contribuíam para a existência de um grande número de pobres em Israel. É claro que havia muitas variáveis. Mas para entendermos bem o quadro geral, precisamos considerar alguns dos obstáculos com que eles se defrontavam.
1. Impostos. O sistema de impostos constituía um grande peso para muitas famílias, para os pequenos agricultores e negociantes. Durante toda a história da nação, os governos impuseram pesadas taxas ao povo em geral, com o objetivo de realizar seus projetos de construção ou cobrir os custos de suas operações militares. E foi justamente o excesso de impostos baixados pelo rei Salomão que ocasionou a divisão do reino.
2. Desemprego. Nas áreas rurais, a presença de escravos não afetava muito a economia, mas nas cidades sim, pois gerava forte desequilíbrio nos mercados de empregos. Como o preço dos escravos era muito baixo, os ricos chegavam a ter um servo simplesmente para conduzir o seu cavalo. Por isso o homem livre tinha que aprender um ofício, se quisesse conseguir um bom salário.
3. A morte do chefe da família. A perda do chefe da casa, que podia ser causada por enfermidade, acidente ou guerra, geralmente deixava a família na pobreza, principalmente se os filhos fossem pequenos.
4. Seca e fome. Às vezes a própria natureza destruía rapidamente toda a colheita de uma temporada. A seca, o excesso de pragas, ou chuva em demasia fora de época, bem como outras calamidades naturais acabavam com todo o sustento de uma família de uma hora para outra (SI 32.4).
5. Agiotagem. Pela lei, era proibido cobrar juros de empréstimos feitos a pobres (Ex 22.25). Mas apesar dessa recomendação divina, muitos credores tinham atitudes impiedosas, cobrando juros exorbitantes e empregando métodos cruéis para receber o pagamento da dívida. Isso sempre foi um problema grave para os Israelitas, durante toda a sua história, e vários escritores bíblicos denunciaram esses excessos.”13

Com tantos limites não era de admirar que os pobres se tornassem presas fáceis dos mais ricos. Para se justificarem, os mais abastados costumavam fazer doações, algumas delas bastantes generosas, mas o objetivo não era de fato amenizar a situação do pobre, mas barganhar com Deus. A religião, em vez de cultivar os valores da alma, fomentava apenas um legalismo exterior.
Jesus denunciou essa religiosidade farisaica. Em seu livro Jesus e o Dinheiro, o escritor José Antônio Pagola comenta sobe esse fato. Embora o seu livro reflita traços de um evangelho social, de esquerda, todavia seus comentários são pertinentes:
“Temos que recuperar no cristianismo um dado de suma importância. O primeiro olhar de Jesus não se dirige ao pecado do ser humano, mas ao seu sofrimento. O contraste entre Jesus e o Profeta João, o Batista, é esclarecedor. Toda atividade do Batista gira em torno do pecado: ele denuncia os pecados do povo, chama os pecadores à penitência e oferece aos que acorrem ao Jordão um batismo de conversão de perdão. O Batista não se aproxima dos enfermos, nem toca a pele dos leprosos, não abraça as crianças da rua, não se senta para comer com pecadores, excluídos e pessoas indesejáveis. O Batista não se aproxima do sofrimento das pessoas, não se dedica a fazer a vida mais humana. Não sai de sua missão estritamente religiosa. Para Jesus, ao contrário, a primeira preocupação é o sofrimento das pessoas enfermas e desnutridas da Galileia, a defesa dos camponeses explorados pelos poderosos latifundiários, ou a acolhida a pecadores e prostitutas, excluídos pela religião. Para Jesus, o grande pecado contra o projeto de Deus consiste sobretudo em resistirmos a tomar parte no sofrimento dos outros encerrando-nos em nosso próprio bem-estar”.14

No judaísmo do tempo de Jesus havia dois grupos sociais, os ricos e os pobres; a ideia era de que os ricos prosperavam porque tinham o favor de Deus.

*Teófilo - uma pessoa de excelente posição social (rico)
O personagem Teófilo.
Muitos autores debateram com respeito a esta personagem, que aparece na abertura do evangelho. Afinal quem ele era? Existiu de fato? Ou foi apenas um recurso de linguagem. O nome Teófilo vem do grego que quer dizer, “Teo = Deus”, "filos = amigo", seria na tradução “o amigo de Deus”. Paulo como ele mesmo afirma, queria que Teófilo conferi-se a veracidade dos fatos, pudesse conhecer de perto Jesus Cristo e sua doutrina. A leitura do texto sugere que Teófilo seria um alto funcionário do Império Romano, que de fato existiu, convertido ao cristianismo. Se ele possuía a habilidade da língua grega, latina, sua leitura e compreensão, não poderia ser um cidadão comum, ou analfabeto. Lucas queria que ele tomasse conhecimento de sua narrativa, com ordem descritiva, narrando os fatos da vida de Jesus. Como era costume da época, certamente Teófilo, teria patrocinado este escrito e depois iria difundi-lo entre seu círculo de relacionamento.

O que dizem os autores:
Ivo Storniolo em sua obra “Como ler o evangelho de Lucas” afirma:
“Sua obra foi dedicada a Teófilo, certamente uma pessoa de posição que, segundo o costume, teria patrocinado e iria difundir os escritos”, pág. 17

Na Introdução ao Novo Testamento, Carson confirma:
“A maneira mais natural de entender a expressão é que Teófilo era uma pessoa de verdade e o mecenas de Lucas, provavelmente pagando os custos da publicação do livro, e que por isso a ele dirigido. O adjetivo provavelmente significa que Teófilo era uma pessoa de posição”, pág. 131.

O dicionário enciclopédico da Bíblia no verbete Teófilo assim se expressa:
“cristão nobre, provavelmente de Antioquia, ao qual São Lucas dedicou seu evangelho (Lc 1,3) e os Atos dos Apóstolos (At 1,1)”, pág. 1491.

**Segundo John Wesley, o honorífico era usado para os governadores romanos. Teófilo seria um personagem importante de Alexandria.

**Segundo Matthew Henry, Teófilo seria o patrono de Lucas, a quem ele dedica o livro. 


III. DINHEIRO, BENS E POSSES NOS ENSINOS DE JESUS
Dinheiro.
A cobiça pelo poder e o desejo irrefreável de adquirir riquezas são inseparáveis. Para os que possuem estas pretensões, o acúmulo de bens materiais nunca é suficiente (SI 62.10; PV 30.15); o ter é mais importante que o ser. Nas prateleiras das livrarias somam-se, a cada ano, livros que alimentam a ambição pelas posses, entretanto, tais obras nunca alertam que o "amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males" (1 Tm 6.10). [2]

Jesus alertou sobre os perigos da riqueza.
O ensino de Jesus sobre o uso das riquezas foi muito mais radical do que ensinava o judaísmo e a tradição rabínica dos seus dias. Jesus, ao contrário dos rabinos, não associou a piedade com a prosperidade. A riqueza de alguém nada dizia sobre a sua real condição espiritual. Para Jesus, o perigo das riquezas estava no fato de que elas poderiam, até mesmo, se transformar numa personificação do mal e reivindicar o culto para si. Por isso, advertiu: “Não podeis servir a Deus e [as riquezas]” (Lc 16.13). O vocábulo traduzido como “riqueza”, nesse texto, corresponde à palavra grega de origem aramaica Mammonas, traduzida na ARC como Mamom. A riqueza pode se transformar em um ídolo, ou deus, para aqueles que a possui. Nesse aspecto, as riquezas tornam-se um obstáculo no caminho daquele que serve a Deus (Lc 8.14).

Mercenários.
Infelizmente, em nossos dias, há certos obreiros que abrem igrejas e fundam ministérios visando apenas o lucro financeiro. Por isso a Bíblia nos adverte acerca daqueles que não são pastores, mas mercenários (Jo 10.12,13), "lobos cruéis", que não perdoam o rebanho (At 20.29).
O mercenário é aquele que trabalha em troca de qualquer vantagem material, sem nenhum interesse e intenção honesta de cuidar das ovelhas (2 Pe 2.3). Deus rechaça terminantemente a ganância, a avareza e a cobiça (Lc 12.13-21; Tg 4.1,2). [2] 

Mamom
Segundo a Bíblia é impossível servir a Deus e às riquezas ao mesmo tempo (Mt 19.23-26; Pv 16.5), porque o senhorio de Mamom é contrário ao de Cristo (Mt 6.24). Portanto, cada cristão deve examinar a si mesmo e perguntar: "Sou cobiçoso?" "Sou egoísta?" "Aflijo-me, perdendo a paz e o sono para ficar rico?" "Tenho intenso e incontido desejo de honrarias, prestígio, fama, poder e posição?" Já os que são ricos, não devem julgar-se como tal, e sim, como administradores dos bens de Deus (Lc 12.31-34, 42,43). Os tais devem ser generosos e fartos em boas obras (Ef 2.10; 4.28; 1 Tm 6.17-19). [2]

"Duas coisas te pedi; não mas negues, antes que morra:
Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume; para que, porventura, estando farto não te negue, e venha a dizer: Quem é o Senhor? ou que, empobrecendo, não venha a furtar, e tome o nome de Deus em vão." Provérbios 30:7-9

Jesus ensinou a confiança em Deus.
Embora Jesus tenha mostrado que as riquezas podem, até mesmo, se tornar uma personificação do mal, Ele não as demonizou. No entanto, na perspectiva lucana, Jesus desencoraja a aquisição de riquezas (Lc 12.13; 18.22) e estimula a confiança em Deus. E havia uma razão para isso. Logo após mostrar os perigos da avareza a alguém que queria fazer dEle um juiz em uma questão relacionada a uma herança, Jesus revela a seus discípulos que a melhor forma de se proteger desse mal é confiar inteiramente na provisão divina (Lc 12.13-34). As riquezas dão a falsa sensação de segurança e de independência das coisas espirituais. Daí, sua recomendação para não se confiar nelas (Lc 12.33,34).[1]

Jesus ensinou sobre o dinheiro e alertou sobre o seu perigo. Por isso, os discípulos deviam colocar a sua confiança em Deus.


IV. DINHEIRO, BENS E POSSES NA MORDOMIA CRISTÃ
Avaliando a intenção do coração.
Os léxicos definem a avareza como um apego demasiado e sórdido ao dinheiro e mesquinhez. Vimos que, para evitar esse mal, a tradição rabínica estimulava as práticas filantrópicas e solidárias. O ensino de Jesus sobre o uso das riquezas vai muito além da simples doação de bens e ações filantrópicas. Ele não se limitava a avaliar apenas as ações exteriores, mas, sobretudo, voltava-se para as atitudes interiores. Dessa forma, valorizou as atitudes da mulher pecadora na casa de Simão, o leproso, e de Maria de Betânia, a irmã de Marta e de Lázaro (Lc 7.36-50). Não era, portanto, apenas se desfazer dos bens, mas a atitude e intenção com que isso era feito (Lc 11.41; 21.1-4). Não basta apenas ofertar, ou dar o dízimo, mas a atitude com que se faz essas coisas. Não era apenas doar, mas doar-se. [1]

Jesus conhece a mente
A Bíblia não nos supre todos os pormenores quanto ao que se passava na mente de Judas. Alguns afirmam que talvez entretivesse aspirações políticas e ficasse desapontado por Jesus não ter estabelecido um reino terrestre em que ele, Judas, pudesse ter papel destacado. Seja como for, o egoísmo e a cobiça devem ter estado envolvidos, de alguma forma. Isto é indicado pelo ocorrido dois dias antes da morte de Jesus. Naquela ocasião, Maria, irmã de Lázaro, ungiu Jesus com óleo perfumado no valor de 300 denários, cerca do salário de um ano dum trabalhador. (Mt. 20:2) Judas objetou fortemente que o óleo poderia ter sido vendido e o dinheiro dado aos pobres. “Ele disse isso, porém”, declara o Evangelho de João, “não porque estivesse preocupado com os pobres, mas porque era ladrão e tinha a caixa de dinheiro e costumava retirar dinheiro posto nela”. — João 12:2-6.

A personalidade de Judas, segundo revelada na Bíblia, mostra que deixou de ser um servo fiel de Deus e se transformou num hipócrita egoísta, cobiçoso e enganoso. Não é de admirar que Jesus, na noite final de sua vida terrestre, dissesse sobre Judas: “Teria sido melhor para este homem, se não tivesse nascido.” (Mc. 14:21) Segundo a Bíblia, não existe defesa alguma para Judas Iscariotes. [3]

O contentamento do Cristão
A Bíblia nos orienta a vivermos satisfeitos em Cristo: "Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei" (Hb 13.5). Esse contentamento pode ser resumido da seguinte forma:

1. Deus é o nosso provedor. O crente deve viver contente e satisfeito porque suas necessidades são supridas em Deus (Sl 23.1; Fp 4.1 9). Ele é o Senhor que provê - Jeová Jiré - todas as exigências naturais da vida humana (Gn 22.14; Sl 34.10).

2. Ausência de cobiça (Pv 15.27). Isto decorre da confiança do crente em Deus (Mt 6.25, 31-33) e da obediência irrestrita à sua Palavra (At 20.33-35; Rm 12.16; Hb 13.5; 1 Tm 6.9,10).

3. Disposição de suportar a privação (2 Co 4.16-18). O crente fiel sabe, melhor do que qualquer pessoa, que não somos imunes às provações, ao contrário (Rm 8.18; 2 Tm 3.12), precisamos passar por elas para sermos aperfeiçoados (Tg 1.2-4; Rm 8.28). Temos de estar dispostos a sofrer privações, se necessário, para realizarmos os elevados propósitos de Deus (Fp 4.11,12).
a) Privação não significa pobreza e penúria. "Contentar-se" não significa se acomodar à pobreza, preguiça ou inatividade (Pv 6.6-11; 12.27; 15.19). A Bíblia não se opõe àqueles que labutam diariamente pela vida cotidiana (Pv 10.5), entretanto, condena os que se enriquecem ilicitamente (Pv 10.4; 11.1), esquecendo-se do Reino de Deus (Mt 6.33; Jo 6.27).
b) Privação não significa resignação. O cristão não deve portar-se com indiferença, inércia e acomodação diante das adversidades da vida, mas com disposição, trabalho e honestidade (At 20.33-35; Rm 12.11; Ef 4.28).

Somos Mordomos
O que é Mordomo?
Pessoa responsável por cuidar da casa (oikos) e de tudo o que há nela. Não é o dono, mas cuida para seu senhor. Um administrador de confiança.
“E disse o Senhor: Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor pôs sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração?” Lc 12.42

O que é Mordomia?
- é o exercício dessa capacidade de administração. Mordomia Cristã é o manejo responsável dos recursos do reino de Deus que foram confiados a uma pessoa ou a um grupo. (Somos mordomos desta casa)

Mordomia é Administração - “E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isto que ouço de ti? Dá contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo.” Lc 16.2

Exemplos de Bíblicos de Mordomia
Eliezer - “E disse Abraão ao seu servo, o mais velho da casa, que tinha o governo sobre tudo o que possuía:” Gn 24.2

José - “José achou graça em seus olhos, e servia-o; e ele o pôs sobre a sua casa, e entregou na sua mão tudo o que tinha.” Gn 39.4

Paulo -  Mas de nada faço questão, nem tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus.” Atos 20.24

Somos Despenseiros
Pessoa encarregada da despensa (local da casa onde se guardam mantimentos, alimentos)

O cristão como “bom” administrador (despenseiro) - “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” 1Pe 4.10

O obreiro como responsável por cuidar das coisas de Deus - “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus.” 1Co 4.1

“Porque convém que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância;” Tt 1.7

Mordomia é o ofício do Mordomo (grego – oikonómos)
Administrador dos bens de uma casa ou de um estabelecimento alheio. (Pequena Enciclopédia Bíblica – O.S. Boyer).

Jesus o grande exemplo
“Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas.” 1Pe 2.21

Entesourando no céu.
Mordomo é alguém que administra os bens de outra pessoa. Os bens não lhe pertencem, mas ele pode usufruir deles enquanto os administra para seu legítimo dono. Jesus contou a parábola do administrador, ou mordomo infiel, para mostrar esse fato (Lc 16.1-13). O entendimento entre os intérpretes da Bíblia é que essa parábola tem um fim escatológico. Assim como os filhos deste mundo são perspicazes e astutos no que diz respeito ao uso de suas riquezas, assim também os filhos do Reino devem ser sábios na aplicação de seus bens. O ensino da parábola é que o melhor investimento é usar os recursos materiais adquiridos na propagação do Reino de Deus e, dessa forma, ganhar amigos para a vida eterna (Lc 16.9). [1]

"E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor." Mateus 25:21

Jesus ensinou a respeito do uso correto do dinheiro, mostrando o cuidado que devemos ter com a avareza.

Não há valor moral no dinheiro em si. Ter dinheiro pode ser uma coisa boa ou ruim. Isso vai depender do conjunto de valores daquele que o utiliza. Certamente, usar o dinheiro para ajudar uma obra filantrópica, ou investir na obra missionária, é uma coisa útil e louvável. Todavia, usar esse dinheiro, como advertiu Jesus, simplesmente com a atitude de querer mais posses, mais prestígio, mais autossatisfação, acaba se tornando uma coisa ruim. Leiamos com cuidado o terceiro Evangelho e descubramos o exercício da verdadeira mordomia cristã.


PARA REFLETIR
Sobre os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:
Como é visto o dinheiro na cultura secular?
Uma das formas mais comuns de enxergar o dinheiro, bens e posses na cultura secular é vê-los apenas como algo de natureza puramente material.

Como era a situação dos pobres nos dias de Jesus?
Os pobres eram "o povo da terra" (Lc 21.1-4). Não possuíam nada e ainda eram oprimidos pelos ricos (Tg 2.6).

Como o judaísmo via as riquezas?
A posse de bens materiais não era vista como um mal em si.

Como Jesus avaliava aqueles que possuíam riquezas?
Ele avaliava não apenas as ações exteriores, mas sobretudo as atitudes interiores.

O que você pensa a respeito do ter dinheiro?  É algo ruim ou bom?
Resposta livre. A ideia é que o aluno responda sob a perspectiva bíblica ensinada na lição

NOTAS
1 PONDER, Catherine. O Milionário de Nazaré - seus segredos de prosperidade. São Paulo: Editora Novo Século, 2013.
8 http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Novo_Pensamento. Acesso
26.08.2014.
9 A obra The New International Dictionary of Pentecostal and Charismatic Movements (Novo Dicionário dos Movimentos Pentecostal e Carismático) destaca que “embora ele (Hagin) tenha sido criticado como líder dos movimentos “Palavra da Fé” e "Confissão Positiva” (Hunt, 1987, 56; McConnell, passim), sua mensagem enfatiza a necessidade de orar somente de acordo com os princípios de Deus encontrados nas Escrituras Judaicocristãs” (p.687, BURGESS, Stanley M. org.).
10 Conforme citado em GONÇALVES, José. A Prosperidade à Luz da Bíblia. CPAD.
11 HUNT, Dave & MA.CMAHON, T.A. A Sedução do Cristianismo - discernimento espiritual dos últimos dias. Porto Alegre: Editora Chamada da Meia Noite.
12 A Sedução do Cristianismo. Op.cit.
13 GONÇALVES, José. A Prosperidade à Luz da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD.
14 PAGOLA, Antônio José. Jesus e o Dinheiro. Petrópolis: Editora Vozes.

Fontes:
[1]José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. Ed.CPAD 
Lucas, O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. José Gonçalves - Livro de Apoio Ed.CPAD
[2]As doenças do nosso século-A cura que a Bíblia oferece-Lições Bíblicas CPAD-2008
[3]Biblioteca Bíblica - Existe defesa para Judas Iscariotes? 
Estudos Bíblicos e Significados 
*Quem era Teófilo - abiblia.org 
**Wikipédia  
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Ed.CPAD
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão - CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia Defesa da Fé


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