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quinta-feira, 27 de agosto de 2015

O furo no barco

"Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles;..." Mateus 7.12

Um homem foi chamado à praia para pintar um barco. Trouxe com ele tinta e pincéis, e começou a pintar o barco de um vermelho brilhante, como o dono lhe havia pedido. Enquanto pintava, viu que a tinta estava passando pelo fundo do barco. Percebeu então que havia um vazamento, um furo no casco e decidiu consertá-lo. Quando terminou a pintura, recebeu seu dinheiro e se foi.

No dia seguinte, o proprietário do barco procurou o pintor e presenteou-o com um belo cheque, inclusive com um valor muito maior do que o pagamento pela pintura.
 O pintor ficou  surpreso, e disse:
- O senhor já me pagou pela pintura do barco!

O proprietário do barco lhe respondeu:
- Mas isto não é pelo trabalho de pintura. É por ter consertado o vazamento do barco.

- Ah! Disse o pintor. Mas foi um serviço tão pequeno... Certamente, não está me pagando uma quantia tão alta por algo tão insignificante!

Então continuou o homem a dizer:
- Meu caro amigo, você não compreende. Deixe-me contar-lhe o que aconteceu.
Quando pedi a você que pintasse o barco, esqueci de mencionar o furo.
Quando o barco secou, meus filhos o pegaram e saíram para uma pescaria. Eles não sabiam que havia um furo no casco. Eu não estava em casa naquele momento.

Quando voltei e notei que haviam saído com o barco, fiquei desesperado, pois lembrei-me que o barco tinha um furo. Imagine meu alívio e alegria quando os vi retornando da pescaria, sãos e salvos. Então, examinei o barco e constatei que você o havia consertado! Percebe, agora, o que fez?
Salvou a vida de meus filhos!
Não tenho dinheiro suficiente para pagar a sua "pequena" boa ação.

Não importa quem, quando ou de que maneira. Apenas ajude, ampare, enxugue as lágrimas, escute com atenção e carinho, e conserte todos os "vazamentos", todos os “furos” que perceber, pois nunca sabemos quando estão precisando de nós ou quando Deus nos reserva a agradável surpresa de ser útil e importante para  alguém.
Autor desconhecido.

Pode ser que você tenha tampado inúmeros “furos” de “barcos” de várias pessoas sem saber quantas vidas já foram salvas!

Em meio a um mundo tão tenebroso e “repleto” de maldade, vamos a cada dia propagar tudo aquilo que o nosso Mestre JESUS nos ensinou: Amar ao próximo como a nós mesmos.

Abraço fraterno
Pastor Ismael

"E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo." Mateus 22:37-39

Aqui eu Aprendi!

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

O Vale de Cedrom

Vamos conhecer um pouco sobre o Vale de Cedrom!

Um grande e estimado amigo, Presbítero Anderson, me perguntou sobre o Vale de Cedrom. Querido irmão em Cristo, vamos conhecer e aprender juntos mais sobre o Cedrom e o que ele nos leva a meditar.


CEDROM
Nome dado ao profundo desfiladeiro que começa ao norte de Jerusalém, nas proximidades do pé do monte Escopus; vira para o sul para separar o lado leste da cidade do Monte das Oliveiras (2Sm 15.23); e então continua em direção sudeste, para o Mar Morto.

Os nomes modernos são variados e inconsistentes para o curso do ribeiro ou torrente de inverno (Jo 18.1) que hoje raramente transporta água. Uma das razões para esta situação seca é que o leito moderno é cerca de 12 a 32 metros mais alto do que o leito do rio dos tempos bíblicos, tendo sido enchido de escombros ocupacionais e entulho de várias batalhas destrutivas. Isto também mudou o fundo do desfiladeiro cerca de 27 metros para o leste.
Monte Scopus - uma montanha no nordeste de Jerusalém - Israel

Na antiguidade, a fonte de Giom encheu o ribeiro. Por meio de irrigação, suntuosos jardins e pomares eram mantidos ao longo das margens do vale (cf. 2Rs 23.4: Jr 31.40), e na verdade sabe-se que várias pessoas e oficiais da realeza possuíram propriedades no vale. Este ribeiro foi desviado para encher o Tanque de Siloé e foi protegido para garantir uma fonte de água para a cidade durante o reinado de Ezequias (2Cr 32.3,4). Ao menos parte deste vale foi o local de muitas destruições e queima de imagens pagãs durante os tempos de reforma em Judá (1Rs 15.13; 2Rs 23.4,6,12; 2Cr 15.16; 29.16; 30.14). Na verdade, o vale era uma visão muito familiar a todos os que habitavam ou frequentavam Jerusalém. O Senhor Jesus passou por ele em direção ao Getsêmani (Jo 18.1), bem como várias outras vezes durante a semana da Páscoa.

Na maior parte do tempo, este vale é quente e seco. Sua descrição no hebraico: Escuro.

Hoje é vulgarmente conhecido por Vale de Josafá. A palavra Cedrom é, segundo alguns escritores, o genitivo plural grego de cedro, significando "dos cedros", e talvez seja, uma forma "popular" pela semelhança no som com a palavra hebraica Kidron (escuro).

O Vale é o local de muitos túmulos, inclusive o Pilar de Absalão e o túmulo de Zacarias.

Atualmente permanece sem água mesmo no inverno.

O Vale fica entre o Monte das Oliveiras e a cidade de Jerusalém.


O Vale de Cedrom é citado no Antigo Testamento nos livros de Crônicas, Reis, Samuel e Jeremias; no Novo Testamento no Livro de João.

Vejamos algumas passagens e o que elas representam para nos hoje.

2 Crônicas 29.16 
"E os sacerdotes entraram na casa do SENHOR, para a purificar, e tiraram para fora, ao pátio da casa do SENHOR, toda a imundícia que acharam no templo do SENHOR, e os levitas a tomaram para a levarem para fora, ao ribeiro de Cedrom"
Aqui, a Bíblia nos relata sobre o rei Ezequias quando trouxe os sacerdotes, e os levitas, e iniciou a purificação do templo. Ezequias estava fazendo uma aliança com o Senhor Deus de Israel. Era (é) necessário a Purificação no templo.

1 Reis 15.13
"E até a Maaca, sua mãe, removeu para que não fosse rainha, porquanto tinha feito um horrível ídolo a Aserá; também Asa desfez o seu ídolo horrível, e o queimou junto ao ribeiro de Cedrom."
Neste relato temos a remoção dos ídolos, onde Asa destruiu o "tropeço" de Israel (os ídolos). "Porque não te inclinarás diante de outro deus; pois o nome do Senhor é Zeloso; é um Deus zeloso." (Êxodo 34 14)

Veja a postagem: Os Dez Mandamentos 



Somos templo do Espírito Santo de Deus.
Que possamos limpar "o templo" e permanecer limpos!
"ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?" 1 Coríntios 6.19



2 Samuel 15 23;30-32
"E toda a terra chorava a grandes vozes, passando todo o povo; também o rei passou o ribeiro de Cedrom,[...] E seguiu Davi pela encosta do monte das Oliveiras, subindo e chorando, e com a cabeça coberta; e caminhava com os pés descalços; e todo o povo que ia com ele [...] Então fizeram saber a Davi, dizendo: Também Aitofel está entre os que se conjuraram com Absalão[...] E aconteceu que, chegando Davi ao cume, para adorar ali a Deus,[...]"
Aqui vemos o rei Davi sendo vitima da rebelião de seu próprio filho, a saber, Absalão.
Seu filho usurpa o trono do pai. Davi não reage e foge passando pelo escuro vale sabendo que chegará a um local de paz para falar com Deus.
Davi parte e atravessa o Cedrom, sem joias, sem luxo, simples e quebrantado se achega como um Adorador ao Todo Poderoso Deus. O que ele deseja? Comunhão com Deus!

Este texto faz um paralelo com o que podemos ler em João 18 1; vejamos:
"Tendo Jesus dito isto, saiu com os seus discípulos para além do ribeiro de Cedrom, onde havia um horto, no qual ele entrou e seus discípulos. E Judas, que o traía, também conhecia aquele lugar, porque Jesus muitas vezes se ajuntava ali com os seus discípulos." João 18:1,2

O Mestre amado passa o vale da "escuridão" com os seus discípulos. Lugar de terrível sequidão mas que no final se encontra com um lindo jardim, o Monte das Oliveiras. Jesus em comunhão com o Pai tem junto de si um traidor, Judas, que por conhecer o local, entrega o Mestre aos malfeitores. Depois do vale, o jardim, e então o Getsêmani!



"E todo o vale dos cadáveres e da cinza, e todos os campos até ao ribeiro de Cedrom, até à esquina da porta dos cavalos para o oriente, serão consagrados ao Senhor; não se arrancará nem se derrubará mais eternamente." Jeremias 31:40


UM LOCAL DE DECISÃO
"Suscitem-se os gentios, e subam ao vale de Jeosafá; pois ali me assentarei para julgar todos os gentios em redor. Lançai a foice, porque já está madura a seara; vinde, descei, porque o lagar está cheio, e os vasos dos lagares transbordam, porque a sua malícia é grande. Multidões, multidões no vale da decisão; porque o dia do Senhor está perto, no vale da decisão." Joel 3:12-14

Devido a eventos ocorridos no período do reinado do rei Josafá, (de Judá), o Vale da torrente do Cedrom também passou a ser profeticamente chamado de "Vale de Josafá" ou "baixada de Jeosafá" Emek Yehoshafat que significa "o vale onde Deus julgará" (Vale do Julgamento).


O Livro de Zacarias (Zc 14) traz profecias Escatológicas profundas onde incluem o Monte das Oliveiras e seu Vale.




Que possamos deixar tudo que nos afasta do Senhor no Vale da Decisão (no Vale de Cedrom) e corramos a nos encontrar com o nosso SENHOR.


Fonte:
Dicionário Biblico Wycliffe
Dicionário Bíblico (Bíblia.com.br)
Wikipédia
Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia Defesa da Fé
Aqui eu Aprendi!

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Quem foram os Massoretas?

Você já ouviu falar nos massoretas? Quem foram eles?

Os massoretas são grupos de rabinos eruditos que se especializaram na tarefa de registrar, por escrito, a tradição exegética dos textos Sagrados.

Por vezes o termo também é usado para indicar comentadores hebraicos dos textos sagrados.

Os Massoretas substituíram os escribas (Sopherins) por volta do ano 500 até o ano 1000 d.C.

O termo MASSORETA originou-se do hebraico, MASSORAH, que tem o significado: Tradição. Literalmente significa transmissores.

Os Massoretas eram escribas judeus que se dedicaram a preservar e cuidar das escrituras que atualmente constituem o Antigo Testamento.

Papiro Nash (Século II a.C.) contém uma parcela do texto pré-Massorético,
especificamente os 
Dez Mandamentos e as práticas do Shemá Israel.

Texto Massorético (800 d.C.) é um texto em hebraico do Tanakh, usado no Judaísmo como leitura sagrada. Inclui a Torá e outros livros considerados de inspiração divina.

Conhecido como Bíblia Hebraica ou Tanakh, foi utilizado como base em várias traduções protestantes do Velho Testamento.

O cânone da Igreja Católica, fixado através do Concílio de Trento (1545-1563), utiliza para o Antigo Testamento ou Escrituras Hebraicas a versão conhecida como Septuaginta, que é a tradução do Antigo Testamento para o idioma grego, patrocinada pelo faraó Ptolomeu II (287 a.C.- 247 a.C.) do Egito. Escrito em hebraico antigo, com letra quadrada, os massoretas levantaram a pronúncia tradicional do texto de consoantes (o hebraico não tinha vogais), graças a um sistema de pontuação inventado para atender a acentuação vocálica. Com isso, eles padronizaram uma pronúncia das palavras do texto, tornando-o igual para qualquer pessoa que o lesse após a época em que iniciou-se a compilação.

Nessa época o hebraico já não era um idioma popular e havia, principalmente por parte da comunidade hebraica muita dificuldade em pronunciá-lo corretamente, conforme a pronúncia original. A metodologia utilizada era bastante rigorosa: ao final de cada cópia pronta, todas as letras eram contadas, e uma letra era estabelecida como letra central de referência. Assim, as letras do início da cópia até a letra central teriam de estar perfeitamente iguais às do documento original. Também eram contadas todas as letras desde a letra final até a letra central. Em caso de discordância, todo o trabalho era destruído e uma nova compilação realizada.

Por criarem uma base para a interpretação do texto hebraico, aperfeiçoando os símbolos da escrita, já que até então não havia um sistema definido de regras gramaticais por escrito, os massoretas são considerados os pais da gramática da língua hebraica atual.

A partir da invenção da Imprensa, no século XV, o Texto Massorético foi impresso por Daniel Bomberg, um abastado cristão veneziano originário da Antuérpia, em 1524 e utilizado posteriormente por Lutero em sua tradução para a língua alemã do Velho Testamento.

Codex AleppoBíblia hebraica do século X com pontuação massorética.

SUBSÍDIO
Os massoretas tinham publicado manuais que serviam de orientação para copiar o texto. Nestes manuais, chamados “massora” (termo hebraico técnico para a primitiva tradição quanto à forma correta do texto das Escrituras), se encontravam: a) normas orientadoras que os copistas deviam seguir enquanto estivessem copiando o texto sagrado; b) todas as regras gramaticais sobre a língua hebraica; c) os princípios sugeridos pelo Talmude na transmissão do texto.

O Tetragrama Sagrado para o Nome de Deus
Um dos casos mais famosos de “Qerê”, é o tetragrama usado para Deus. Deus é designado na Bíblia por vários nomes, porém o mais comum era aquele que O designava por quatro consoantes hebraicas, o “iod”, o “hê”, o “vau”, e novamente o “hê”, conhecidas como Y H W H, algumas vezes também transliteradas em J H V H.
Os judeus eram excessivamente respeitosos para com o nome da Divindade, assim para evitar que alguém o profanasse, pronunciando-o, usavam em seu lugar Adonai = o Senhor.
Os massoretas colocavam sob o tetragrama do texto hebraico consonantal as vogais a, o, â da palavra Adonai. Desde que este título era tão comum, pois aparece no Velho Testamento 6.823 vezes, os massoretas acharam desnecessários chamar a atenção para este “Qerê” = o que deve ser lido; recebendo até o nome de “Qerê Perpétuo”. Já no tempo da Reforma quando se incrementou o estudo das línguas bíblicas, ao lerem o Velho Testamento, por não compreenderem bem o problema de “Qerê e Kethibi” uniram as vogais da palavra Adonai com as consoantes do tetragrama, aparecendo a palavra hebraica Jeová, até aquele tempo inexistente. A pronúncia correta em português para este nome da Divindade deve ser Javé ou Jaweh.

Os livros que estudam o trabalho dos massoretas ainda nos dizem que havia:
1) A Massora Inicial – Um estudo da palavra inicial do livro, que sempre era usada como título para o livro.
2) A Massora Pequena – Eram os comentários que se encontravam nas margens laterais.
3) A Massora Grande – Comentários colocados nas partes posteriores e inferiores da página.
4) A Massora Final – como o nome indica, era posta no final do livro, contendo, especialmente, dados estatísticos para o copista, como número de letras e palavras daquele livro, a palavra medial, etc.
...ainda...
Os Massoretas receberam os textos SOFERINS (escribas). Textos Targuns (100 a.C.) – Tradução do texto hebraico para o aramaico. É uma paráfrase, isto é, apenas como comentário do texto.
Texto Pentateuco Samaritano (720 a 200 a.C.) – Foi escrito em hebraico. Só aceitavam o Pentateuco como inspirado.
Texto Síriaca – Feita em 100 antes de Cristo.
Texto Vulgata – Versão escrita em latim. Versão da Igreja Católica Romana escrita e traduzida pelo padre Jerônimo. Esta versão inclui os livros apócrifos.
Texto Septuaginta ou LXX – Tradução do Antigo Testamento para o grego. Foi feita por mais ou menos 72 judeus no Egito no terceiro século a.C. Esta versão era muito usada no primeiro século da era cristã. Foi usada por Cristo e pela Igreja Primitiva.

Os rolos do Mar Morto encontrados em 1947 por um jovem pastor árabe veio confirmar a sua fidedignidade devido às semelhanças com os textos massoréticos.


Fonte:
herancajudaica.wordpress.com/2012/08/20/manuscritos-da-biblia-hebraica/
ministrolacerda.xpg.uol.com.br/os-massoretas.html 
Wikipédia_Massoretas
imagens wikipédia
Aqui eu Aprendi!

sábado, 15 de agosto de 2015

Eu sei em quem tenho crido!

[...] porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia” 2Tm 1.12

Caro [leitor] professor, esta lição iniciará a abordagem da segunda Epístola de Paulo a Timóteo. Nesta oportunidade, o apóstolo encontrava-se preso. É a última vez que ele falara da sua prisão, pois de onde estava o apóstolo, este iria para o “matadouro”, isto é, o martírio. Uma das características mais tocantes nesta carta é a comprovação da fé inabalável do apóstolo Paulo. Numa prisão, e do ponto de vista humano, perder a esperança é explicável.

Na história da Igreja de Cristo, ao longo das perseguições do império romano, muitos cristãos negaram oficialmente a sua fé, pelos menos apenas de lábios, para não perderem as suas vidas e protegerem a integridade da sua família. Mas a vida do apóstolo, ainda que “presa” em sua dimensão física, confinada pela prisão romana, tinha liberdade plena e confiança em Deus para propagar livremente a palavra divina.

O apóstolo dos gentios tinha uma convicção internalizada na alma de que estava cumprindo sua missão, mesmo preso numa prisão abjeta. Toda a sua vida se dava em torno da dimensão proclamatória do Evangelho a todos os povos. Isso fazia Paulo compreender que tudo o que acontecia com ele, direta ou indiretamente, levaria prosperar o Evangelho nas regiões habitadas por povos gentílicos. Paulo cria firmemente que Deus, segundo a sua maravilhosa graça, estava conduzindo a sua vida e a expansão do Evangelho como um tapeceiro que, por intermédio de movimentos ondulado, tece o tapete. Então, como o “tapeceiro da vida”, Deus “tecia” a existência do apóstolo. Por isso, é possível vermos na epístola expressões como “dou graças a Deus, a quem, desde os meus antepassados, sirvo com uma consciência pura, porque sem cessar faço memória de ti nas minhas orações, noite e dia” (v.3). Diante de todas as circunstâncias que o apóstolo estava imerso, ele dava “graças a Deus”, o servia “com uma consciência pura”, e fazia “memória de ti [Timóteo] nas minhas orações, noite e dia”. Ou seja, o jovem pastor de Éfeso constantemente era objeto das orações do apóstolo Paulo, mesmo este preso.

Ao longo dos capítulos 1 e 2, o apóstolo expõe uma série de conselhos que perpassa pelo despertamento da vocação de Timóteo (v.6), de sentir-se valorizado por testemunhar o Senhor pela mensagem que o apóstolo pregava (v.8), da conservação do modelo das sãs palavras aplicadas pelo apóstolo (v.13), do fortalecimento na graça que há em Cristo Jesus (2.1), um convite a sofrer as aflições como um bom soldado de Cristo (2.3) etc. Eis os convites de um preso do Senhor!
Revista Ensinador Cristão nº63

2 Epístola Timóteo
É importante ressaltar que esta foi a última carta de Paulo. Esta epístola foi escrita em uma época em que os crentes estavam enfrentando uma forte oposição por parte do imperador Nero. Paulo estava sob a custódia do governo romano, sendo tratado como um criminoso comum e abandonado por alguns amigos (1.15).

O crente, assim como o líder, precisa ter convicção de sua chamada e de sua condição de salvo em Jesus Cristo.

Na primeira carta a Timóteo era evidente a preocupação do apóstolo Paulo em alertar a igreja em Éfeso com relação aos falsos mestres e seus ensinos perigosos contra a fé cristã. Na segunda carta, no entanto, podemos perceber que ele se dedica a ensinar sobre diversos assuntos, de caráter específico e bem pessoal para com o seu discípulo amado. Paulo começa a segunda carta lembrando a sua origem e firmeza no evangelho, e demonstra o cuidado extremado que tinha para com a vida espiritual de Timóteo, lembrando, também, a origem do discípulo, oriundo de uma família cristã exemplar.

Escrevendo da prisão, Paulo demonstra seu caráter cristão fortalecido na fé em Jesus. Quando muitos, sem estarem presos, não conseguem manter-se firmes na fé, Paulo manifesta sua fortaleza de caráter e personalidade cristãos. A prisão é lugar que destrói a muitos, levando-os ao desespero e à descrença. No entanto, Paulo comprova que podia estar preso fisicamente, confinado a uma cela romana, mas seu espírito e sua fé estavam perfeitamente livres para continuar servindo a Deus e que “a palavra de Deus não está presa” (2Tm 2.9). Ele mostra que valeu a pena ter contribuído para a formação de um jovem obreiro, o qual, em seu lugar, o representava tão bem, a ponto de ser seu embaixador junto à igreja em Éfeso.

Paulo concita Timóteo a não se envergonhar do evangelho, nem dele, seu mestre, pelo fato de estar na prisão. Certamente, ele já tinha a consciência de que um discípulo de Cristo não pode envergonhar-se dEle (Mt 10.32,33). Paulo declara solenemente sua certeza e firmeza na fé, estimulando Timóteo a não fraquejar em qualquer circunstância: “[...] por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho, por que eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia” (2Tm 1.12). Um exemplo de fé para todos os obreiros, em todos os tempos. Nunca se deve desanimar, mesmo quando as circunstâncias forem adversas.

I - ORAÇÕES E AÇÕES DE GRAÇAS

1. Intercessão por Timóteo
O pastor Paulo sabia das necessidades de Timóteo, e orava por ele, intercedendo por sua firmeza e vitória espiritual, ante as lutas que enfrentava como um jovem obreiro, ainda sem a experiência necessária para saber conduzir-se em situações de maior desafio à liderança. Ele passa a expressar seu cuidado, dizendo que orava sem cessar, “noite e dia” (2Tm 1.3). Será que nos dias presentes os pastores mais antigos oram pelos mais novos com verdadeiro amor? Sem dúvida, nos dias de hoje, faz-se necessário ainda mais esse cuidado com os novos obreiros do Senhor.

Muitos deles ressentem-se da falta de interesse dos que os consagraram ou sobre eles impuseram as mãos, no dia da consagração ou separação para o ministério. Devemos seguir o exemplo de Paulo, que, tendo enviado Timóteo para supervisionar a igreja em Éfeso, não deixou seu “filho na fé” (1Tm 1.2) entregue a si mesmo, nas pesadas tarefas que havia de desenvolver. Lembremos que, para uma carta chegar às mãos de um destinatário, àquela época, muitos dias ou até meses levariam para chegar ao destino.

2. A Sensibilidade de Paulo
Paulo era um dos expoentes máximos dos apóstolos de Cristo. Suas qualificações ministeriais são reconhecidas por todos os estudiosos e intérpretes do Novo Testamento. Mas não se descurava do lado humano do ministério. Um exemplo para a liderança cristã. Há casos em que o obreiro é (ou julga-se) tão importante, que se esquece dos aspectos humanos e emocionais da igreja e dos seus liderados. E dirigem a igreja local como se fosse uma organização técnica, racional e fria. Há casos em que, se o obreiro “não atingir as metas”, geralmente financeiras, pode ser “dispensado” sem a menor consideração. Isso não deve ser característica de um ministério cristão.

Paulo diz a Timóteo, depois de algum tempo cumprindo a missão em Éfeso (1Tm 1.3; 2Tm 1.18), que desejava vê-lo de perto, e se lembrava de suas lágrimas, para ser confortado com sua presença. Lembremos de que Paulo estava preso, em meio à perseguição de Nero aos cristãos (2Tm 1.16,17); fora abandonado por muitos amigos (2Tm 1.15); e sentia que seu ministério aproximava-se do fim. Nessa seção da carta, podemos perceber, de um lado, as necessidades emocionais de Paulo; e o cuidado e o afeto que o velho pastor tinha por seu discípulo mais novo. De outro lado, percebemos que Timóteo era um obreiro igualmente sensível e humano. Ele derramava lágrimas, em algumas ocasiões, quando comungava com Paulo os seus sofrimentos ou decepções no ministério. Chorar faz bem, quando as lágrimas são de alegria, ou de emoções incontidas, diante das adversidades. Tranquiliza e equilibra a mente e o corpo. O próprio Senhor Jesus chorou, ao ver a dureza dos seus concidadãos, em Jerusalém (Jo 11.35).

3. A Formação Familiar de Timóteo
Timóteo era um jovem obreiro de caráter exemplar. Seu discipulado começou no lar, com o exemplo de sua avó, Loide, e de sua mãe, Eunice, ambas judias, mas convertidas ao evangelho. Seu pai era grego. Não há informação quanto a ele ter ou não se convertido ao evangelho.

Não temos a menor dúvida de que a formação familiar de Timóteo incluía o ensino da sã doutrina, do culto no lar e a valorização da piedade cristã. Em seu crescimento espiritual, cumpriu-se o que a Bíblia diz: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele” (Pv 22.6). Para isso, faz-se necessário que a adoração a Deus, no lar, ou o culto doméstico, seja valorizada. Uma recomendação que fazia parte da educação judaica, desde tempos antigos. “Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por testeiras entre os vossos olhos, e ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te; e escreve-as nos umbrais de tua casa e nas tuas portas” (Dt 11.18-20). A educação familiar de Timóteo serve de exemplo para as famílias cristãs atuais.


II - A CONVICÇÃO EM DEUS

1. A Imposição de Mãos
Paulo conclui essa parte da sua segunda carta a Timóteo fazendo referência ao “dom de Deus”, que nele existia, pela imposição de mãos do seu mentor espiritual “Por este motivo, te lembro que despertes o dom de Deus, que existe em ti pela imposição das minhas mãos” (2 Tm 1.6). Esse “dom” (gr. charisma) era sem dúvida o “dom” para o ministério. A imposição de mãos sempre foi um ritual de grande valor, na vida ministerial da igreja cristã.1 Jesus usou as mãos para efetuar várias curas (Mc 6.3; Lc 4.40). Saulo foi curado pela imposição de mãos de Ananias (At 9.17). Jesus impôs as mãos e abençoou crianças (Mc 10.16); o batismo com o Espírito Santo era ministrado com imposição de mãos (At 19.6), como uma das formas de seu recebimento. A consagração de obreiros era solenemente realizada com imposição de mãos do ministério ou do presbitério (1Tm 4.14; 2Tm 1.6), prática que é seguida, hoje, em quase todas as igrejas evangélicas.

2. 0 Espírito de Fortaleza, de Amor e de Moderação
“Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação” (2Tm 1.7). Não obstante a tradução do termo “espírito” estar em letra minúscula, refere-se à presença do Espírito Santo na vida do jovem obreiro. Esse “espírito” ou essa presença, não é de “temor”. Mas é espírito de “fortaleza, e de amor, e de moderação”. Aqui, vemos algo muito sublime. O Espírito Santo é Espírito de fortaleza, mas suas ações e atividades são feitas com equilíbrio. O poder do Espírito Santo atua com “fortaleza” e, ao mesmo tempo, com “amor” e “moderação”. Há lugares, em que, em determinados eventos ou reuniões, há um verdadeiro escândalo de falta de equilíbrio, no uso dos dons espirituais.

A falta do discernimento espiritual tem levado igrejas inteiras ao histerismo sensacionalista, que em nada glorifica ao Senhor.

Diante dessa declaração enfática sobre o poder do Espírito Santo, na vida dos crentes, Paulo exorta Timóteo, dizendo:
Portanto, não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes, participa das aflições do evangelho, segundo o poder de Deus, que nos salvou e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos dos séculos, e que é manifesta, agora, pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte e trouxe à luz a vida e a incorrupção, pelo evangelho. (2Tm 1.8-10)

Essa exortação nos mostra que o crente em Jesus não deve jamais se envergonhar dEle nem dos seus pastores que dão suas vidas pela igreja do Senhor.

O apóstolo concitou Timóteo a participar “das aflições do evangelho”. Ele sabia o que falava, não por ouvir dizer, ou por teoria ou retórica humana. Paulo passou pelo fogo do sofrimento pelo amor a Deus e à sua obra.

Timóteo tinha conhecimento das experiências de Paulo, em suas jornadas em prol da igreja do Senhor Jesus. Mais do que qualquer outro apóstolo, ele sofreu de modo intenso para cumprir sua missão. Ele lembrou tais fatos a Timóteo, para que o jovem obreiro não se envergonhasse de Deus nem do seu pastor ante os inúmeros momentos de tribulações que experimentara. Sua certeza da vitória, não obstante as circunstâncias adversas se levantarem, quais ondas num mar encapelado, o fez exclamar, num verdadeiro “Cântico de Vitória” (Rm 8.37-39).

3. Doutor dos Gentios
Dando seqüência às suas palavras de encorajamento, Paulo diz a Timóteo, exaltando a Cristo: “(...j para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios; por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho, porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia” (2Tm 1.11,12). Ele tinha consciência e convicção de sua chamada tríplice, tendo sido constituído para ser “pregador, apóstolo e doutor dos gentios”. Como pregador Paulo tinha o talento e o dom natural da oratória. Exímio orador, poliglota, Deus usou-o com essas qualidades, fazendo dele o maior dos intérpretes do evangelho de Cristo, através de suas mensagens a muitos povos. Como apóstolo, ainda que sendo “grande” em sua estatura espiritual e ministerial, considerava-se a si mesmo “o menor dos apóstolos” (1Co 15.9).

Como “doutor dos gentios”, reconheceu que, em si mesmo, recebeu, da parte de Deus, conhecimentos e sabedoria que não foram dados a outros. Seu “doutorado” foi realizado e concluído na “faculdade da tribulação” (Rm 5.3), nos cursos de especialização em sofrimentos:
Até esta presente hora, sofremos fome e sede, e estamos nus, e recebemos bofetadas, e não temos pousada certa, e nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos; somos injuriados e bendizemos; somos perseguidos e sofremos; somos blasfemados e rogamos; até ao presente, temos chegado a ser como o lixo deste mundo e como a escória de todos. (1 Co 4.11-13)

Após sua autoapresentação, Paulo exorta Timóteo a manter-se firme na fé, conservando “o modelo das sãs palavras”, que o jovem discípulo recebeu, da parte de Paulo, “na fé e na caridade que há em Cristo Jesus’ (2Tm 1.13). E o incentiva, dizendo: “Guarda o bom depósito pelo Espírito Santo que habita em nós” (2Tm 1.14). O “bom depósito” era o acervo de conhecimentos que Paulo e Timóteo receberam da parte de Deus. É o “tesouro”, guardado em “vaso de barro” que deve glorificar a Deus: “Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2 Co 4.7).


III - UM CONVITE AO SOFRIMENTO POR CRISTO

1. 0 Fortalecimento na Graça
“Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus. E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (2Tm 2.1,2). Todo cristão precisa ser forte, principalmente no aspecto espiritual. O jovem discípulo de Paulo certamente enfrentava desafios além de suas forças. Obreiro novo, deve ter se defrontado com homens mais idosos e experientes, que não acreditavam no seu potencial. Os falsos mestres que se encontravam em Éfeso devem ter se oposto ao jovem obreiro. Diante dessa realidade, estando tão distante, Paulo lhe diz que devia fortificar-se “na graça que há em Cristo Jesus”. Sem dúvida essa fortaleza deve fazer parte da vida do obreiro em qualquer situação. Muitas vezes, em situações de tranquilidade no ministério, o obreiro pode descuidar-se de buscar o poder de Deus, e fracassar.

Diante das lutas, tribulações e tentações, o crente só vence se tiver a força que vem do alto. Escrevendo aos efésios, Paulo disse: “No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder (Ef 6.10). Fortalecer-se na graça é fortalecer-se no Senhor e na força do seu poder”. Paulo estava sofrendo. Preso e sentindo o abandono de seus amigos, na hora mais triste de sua vida, se ele não tivesse a força do poder de Deus, não teria resistido. Com esse sentimento, Paulo diz a Timóteo que confiasse o que aprendeu com seu pai na fé a homens fiéis e idôneos com capacidade para ensinarem a outros. Se Timóteo demonstrasse fraqueza, não teria credibilidade para dar exemplo a outros.

2. 0 Bom Soldado de Cristo
“Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo (2Tm 2.3). A vida cristã é um misto de alegrias e tristezas; de lutas e vitórias. Jesus advertiu seus discípulos, dizendo: “Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). Há crentes que não experimentam aflições em sua vida porque não se dispõem a viver de acordo com os padrões cristãos. Preferem uma vida de prazeres e satisfações materiais, fogem da luta contra o pecado, o mundo e o Diabo. E buscam seus interesses pessoais. Para esses, que não se incomodam, mas se acomodam ante os desafios, o desinteresse pelas coisas de Deus os fazem sentir-se melhor. Porém, para os crentes que aceitam tomar a cruz (Mt 16.24), renunciando a si mesmos, a vida cristã e uma luta constante, sem tréguas. Sua vida pode ser comparada à de um soldado, que está na frente da batalha. Como diz Paulo, sofre as aflições como bom soldado de Cristo . E é na luta, nos combates espirituais, “pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd 3), que o servo de Deus se fortalece e acumula experiências que o capacitam a ser mais que vencedor (Rm 8.37).

Um bom soldado, nas forças armadas, engaja-se na vida militar com amor, dedicação, esforço e disciplina rígida. O bom soldado de Cristo também precisa demonstrar sua vocação para fazer parte do Exército de Cristo. Não pode servir a Deus agradando ao mundo. “Ninguém que milita se embaraça com negócio desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente” (2Tm 2.4,5). Quantos, na vida cristã, ficaram para trás, caídos à beira do caminho e do campo de batalha, porque não vigiaram nem oraram (Mt 26.41), e se embaraçaram com coisas fúteis e passageiras desta vida.

3. 0 Lavrador de Cristo e os Sofrimentos da Obra
“O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos” (2Tm 2.6). A agricultura é um dos motivos de inspiração para o uso de figuras de linguagem, em relação à pregação do evangelho. Jesus, o Mestre, usou várias parábolas em seus sermões para mostrar o significado do Reino de Deus ou o Reino dos céus. Na parábola do semeador, Ele demonstrou que o lavrador semeia em todos os terrenos. Figura da pregação do evangelho aos diversos tipos de pessoas, dentre as quais há as que são comparadas a terras que não produzem, e apenas “outra caiu em boa terra e deu fruto: um, a cem, outro, a sessenta, e outro, a trinta” (Mt 13.1-8; ver Jo 15.1; Mt 21.33). Paulo também usou essa metáfora diversas vezes. Ele diz aos coríntios que somos “lavoura de Deus”; “porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus” (1Co 3.9). Diz a Timóteo que quem deve gozar dos frutos da plantação é o “lavrador que trabalha”.

Depois de convidar Timóteo a sofrer com ele “as aflições de Cristo”, Paulo ressalta que ele próprio muito sofrerá e sofria, na ocasião, por causa do trabalho do Senhor. Estava preso, injustamente, por causa do evangelho. Mas exortou o jovem obreiro, assegurando que o Senhor lhe daria “entendimento em tudo” (2Tm 2.7), visto que ressuscitou dos mortos, conforme ele pregava (2Tm 2.8).

E conclui esta parte da missiva, de modo eloquente e vibrante, dizendo a Timóteo: “Portanto, tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna. Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos; se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará; se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo” (2Tm 2.10-13). De um lado, essa conclusão nos mostra que Deus dá a recompensa aos que o servem, em meio às tribulações e aflições da vida. Mas se formos infiéis, ele não corresponde à infidelidade, pois “não pode negar-se a si mesmo”.


CONCLUSÃO
O apóstolo Paulo era homem de fé inabalável. Sofreu como nenhum outro apóstolo experiências dolorosas em seu ministério. Outros apóstolos também sofreram, e foram mortos por amor do evangelho. Mas Paulo, antes de sua morte, passou por momentos de grandes tribulações. Sofreu naufrágio, passou fome, foi espancado, preso em calabouço, foi abandonado por seus amigos e irmãos, além de outras agruras em sua missão. Mas demonstrou ter um caráter firme e decidido, jamais fraquejando ante as pressões e ameaças à sua fé. Demonstrou ter aquela firmeza de Daniel, de Sadraque, de Mesaque e de Abdênego, os quais também não se encurvaram ante as ameaças do Diabo. Por isso, teve autoridade para dizer a Timóteo, referindo-se a Jesus Cristo: “por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho, porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia” (2Tm 1.12).


1 A imposição de mãos não se fazia apenas na Igreja Primitiva. Povos pagãos usavam a imposição de mãos como um ato místico e sagrado. Na índia, em Roma, no Egito, na Babilônia e em muitos lugares, essa prática era comum. Acreditava-se que pelas mãos passava energia que curava e abençoava as pessoas.

A segunda carta de Paulo a Timóteo foi escrita no ano de 66 ou 67 d.C.(aproximadamente). Foi escrita durante a prisão em Roma. Depois de um ano ou dois de liberdade, Paulo foi novamente preso e executado durante o governo do imperador Nero
[Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD. pg.1710.]

Fonte:
A Igreja e o seu Testemunho - As ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais
As Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais - Elinaldo Renovato de Lima (livro de apoio)
Revista Ensinador Cristão - CPAD - nº63
Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia Defesa da Fé
Aqui eu Aprendi!

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Carta de Paulo à Filemon

AS PÉROLAS DA CARTA DE PAULO À FILEMON

Uma carta de intercessão!
Vinte e cinco versículos em um capítulo.
Escrita por Paulo entre 60 e 62 d.C., enquanto estava preso, provavelmente em Roma.

Filemon, um cidadão da cidade de Colossos (aproximadamente 160 quilômetros de Éfeso), um comerciante bastante rico, e em sua casa se reunia a igreja (v.2).
Onésimo, um dos escravos de Filemon.

Em uma sequencia extraordinária de acontecimentos, este escravo fugitivo tornou-se Cristão, serviu fielmente a Paulo, e agora estava retornando para Filemon.
O apelo de Paulo a Filemon: receber Onésimo de volta, "não como servo", mas "como irmão amado" (v.16).

"o qual noutro tempo te foi inútil, mas agora a ti e a mim muito útil;..." Filemon 1.11


Que sejamos úteis a Deus...

A carta de Paulo a Filemon é a mais breve entre as cartas que formam a coletânea paulina e consiste apenas em 335 palavras no grego original. É pequeno no tamanho e profundo em seu conteúdo. O ilustre comentarista bíblico Albert Barnes a chama de uma brilhante e bela gema no tesouro dos livros inspirados.

Ao olharmos para esta carta vemos algumas pérolas que, se não olhadas com profundidade, fogem dos nossos olhos. Senão vejamos:

1) Vemos o poder do Evangelho em ação. O evangelho de Cristo é o poder de Deus para salvação de todo o que crê. Ele transforma o rico e o pobre; o escravo e o livre; o patrão e o empregado. Onde o evangelho chega todas as barreiras, preconceitos são rompidos. Ele é capaz de alcançar todos, não fazendo nenhuma distinção de classes sociais.


O mundo ergue muralhas entre as pessoas, mas Jesus destrói esses muros. Ele abraçou aqueles que eram escorraçados. Ele acolheu os que eram repudiados. Ele estendeu sua graça aos leprosos, às prostitutas, aos samaritanos e trouxe esperança para os gentios.


2) Vemos a igualdade que o Evangelho traz. Na família de Deus o senhor de escravos não é melhor que os escravos. No reino de Deus são todos iguais. Eles são membros da mesma família, são irmãos. Filemon deveria receber Onésimo não mais como um escravo, mas como um irmão amado.


Paulo agiu como advogado de Onésimo. Ele confiou que Onésimo voltaria ao seu senhor e se submeteria a ele, sujeitando-se às conseqüências de seus atos. Paulo confiava em Onésimo como um verdadeiro irmão na fé.  O evangelho de Cristo não apenas torna as pessoas iguais, mas também as aproxima! Num tribunal secular Filemon seria colocado de um lado e Onésimo do outro. Porém, o evangelho transforma os corações, as circunstâncias e aproxima aqueles que as leis humanas poderiam separar.


3) Vemos a graça que há no Evangelho. O evangelho de Cristo é gracioso. Não há casos irrecuperáveis para Deus. Não há poço tão profundo que o Evangelho não seja mais profundo. A graça é maior que nosso pecado. Onésimo roubou, fugiu, escondeu-se, foi capturado e encarcerado, mas quando pensou que havia chegado o fim da linha, Deus lhe abriu a porta da esperança. Deus ainda continua transformando escravos em livres. Deus ainda continua encontrando os fugitivos para lhes trazer de volta ao lar.


Lutero disse acertadamente que todos nós somos “Onésimos”. Todos nós éramos escravos do pecado. Todos nós estávamos perdidos e fomos achados. Estávamos condenados e fomos libertados. Estávamos mortos e recebemos vida. Nossa salvação não é resultado do nosso mérito, mas pura expressão da graça de Deus. Nada somos, nada temos, nada merecemos. Porém, Deus nos alcançou, nos libertou e nos adotou como seus filhos amados, membros de sua família bendita.


"Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus." 1 Coríntios 6:20

Texto Pr Marcelo de Oliveira
Bibliografia: BARCLAY, William. I y II Timoteo, Tito y Filemon
LOPES, Hernandes Dias. Tito e Filemon. Editora Hagnos
WIERSBE, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora
Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia Defesa da Fé
Aqui eu Aprendi!
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