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segunda-feira, 23 de maio de 2016

A Bíblia na Família e na Sociedade

A Bíblia na Família e na Sociedade

Na sociologia, uma “instituição” é um padrão estabelecido da vida social. Os sociólogos costumam identificar cinco instituições:
(1) o governo,
(2) a economia,
(3) a educação,
(4) a religião e 
(5) a família. 
Mas, em maior grau que qualquer outra instituição, a família incorpora todas as funções de uma sociedade. Ela manifesta os padrões de autoridade e organização (governo). Ela recebe e dispensa fundos (economia). Ela ensina habilidades e conhecimento (educação) e alguma forma de devoção (religião). A família é, portanto, a unidade básica da sociedade.

As famílias são necessárias na vida pessoal e social. As pessoas precisam de famílias para desfrutar de intimidade, relacionamento estreito e segurança. As sociedades precisam de famílias para garantir sua continuidade e lhe preparar membros responsáveis.

Um modelo bíblico de família
A Bíblia reconhece que todas as culturas necessitam da família. A família repõe a população (Gn 1.28). Ela estabelece controle sobre instintos sexuais (1Ts 4.3-6; Hb 13.4). Ela dá identidade a seus membros (Sl 127-3-4). Ela prove treinamento básico para a vida social (Pv 4.1-27).
O interesse principal da Bíblia, porém, é fazer com que a família tenha o devido relacionamento com Deus. O ensino bíblico é organizado em torno de três conceitos chave: (1) a primazia absoluta do casamento, (2) a função da família e (3) as relações funcionais na família.

A prioridade do casamento.
A Bíblia confirma com veemência a primazia do casamento como a unidade básica da vida social. Isso é feito de pelo menos três maneiras.

Psicologicamente. O mais fundamental dos princípios do casamento é a complementaridade, a interdependência de homem e mulher na intimidade marital. Esse é um tema importante nos relatos da criação.
Gênesis 1.27 registra que Deus criou “o homem à sua imagem [...] homem e mulher os criou”. Alguns estudiosos entendem que a “imagem de Deus” consiste na união de macho e fêmea. A imagem de Deus parece incluir mais que masculinidade e feminilidade. E, é claro, a Bíblia permite, de acordo com o momento, o celibato (Mt 19.12; 1Co 7.8,32). Entretanto, o casamento é o que permite expressão plena da identidade sexual.
O princípio de complementaridade é mais explícito no relato da criação da mulher: “Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” (Gn 2.18). A solidão do homem não era boa (cf. Gn 1.31), de modo que Deus providenciou uma “ajudadora idônea”. A palavra hebraica traduzida por “idônea” significa literalmente “colocada em oposição a ele para que possa ser comparada a ele”. Isso indica uma correspondência ou uma adequação, uma interdependência de tipos diferentes, mas semelhantes, de pessoas.
A declaração máxima de complementaridade está em Gênesis 2.24: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”. No pensamento hebraico, “carne” pode referir-se não só à matéria biológica, mas ao que hoje é chamado “personalidade”. Um casal, portanto, não só se torna biologicamente um, como também emocional, espiritual e psicologicamente um. No casal há um dar e receber mútuo daquilo que está no íntimo deles. Isso explica em parte o eufemismo bíblico de “conhecer” como sinônimo de relação sexual (Gn 4.1; 19.8).

Sociologicamente. O casamento também tem primazia como a unidade social básica. O casamento é uma “ordenança da criação”, não uma ordenança da igreja. Isso significa que o casamento é válido e impõe obrigações para todos, independentemente da fé em Cristo (1Tm 4.3-5).
A Bíblia apresenta o casamento como provisão de Deus para regular e sancionar a atividade sexual (Hb 13.4; Gn 2.24). Isso é crucial para qualquer sociedade. Na Bíblia, todos os privilégios, responsabilidades e consequências da vida sexual são confiados ao ambiente conjugal de compromisso mútuo e aprovação social.

Teologicamente. O casamento é uma relação de compromisso firmado de maneira formal, como demonstram os termos “deixar” e “unir” (Gn 2.24; também Mt 19.5; Mc 10.7; Ef 5.31). Esse compromisso resulta em aprovação social para a união do casamento.
Para os cristãos, o casamento bíblico leva mais adiante o ideal do compromisso. Trata-se de uma “aliança” entre os parceiros (Ml 2.14) e com Deus (Ml 2.10). O casamento cristão deve, assim, ser “no Senhor” (1Co 7.12-16; 2Co 6.14-18). Ele também possui significado teológico, simbolizando a relação de Cristo com a igreja (Ef 5.32).

A família como unidade funcional.
A Bíblia usa dois grupos de palavras para descrever uma família. De longe, o mais comum dentre os dois é “casa” ou “família” (grego oikos; hebraico bayit). No Antigo Testamento, ele ocorre mais de mil vezes; no Novo, mais de trezentas.
Com frequência, as palavras referem-se simplesmente a uma habitação. Mas em geral referem-se a pessoas que vivem juntas num relacionamento familiar. Muitas vezes as palavras têm o sentido ampliado, como “a casa de Israel” (Êx 40.38) e “casa de Levi” (Nm 17.8) ou a “casa de Saul” (2Sm 3.1). Às vezes elas denotam uma família nuclear ou imediata (Mc 6.4; 1Tm 3.5).
Essas palavras definem a família de acordo com sua função. Um oikos (bayit) é um grupo em atividade. É um sistema ou um ambiente caracterizado por certas atividades essenciais. A palavra “economia” serve bem como ilustração. Ela vem de oikos e de nomos (“lei”), assim, seu primeiro significado é a lei da família. Em grego, oikonomia denota a gerência ou administração da casa (Lc 16.3).
O oikos (bayit) é uma unidade social a que Deus atribui algumas responsabilidades. Entre elas estão a provisão de necessidades básicas (1Tm 5.8), a criação de filhos (1Tm 3.12), a proteção (Mt 12.25) e a promoção da qualidade de vida para pais e filhos (“edificar a casa”, Pv 24.3). A Bíblia pressupõe que essas tarefas exigem certa ordem estrutural dentro da família e ordem estrutural também no que diz respeito à família na sociedade.
Dentro da família, é preciso que a ordem prevaleça (1Tm 3.5,12; Pv 11.29). A autoridade legítima é reconhecida, mas delimitada com cuidado. O marido é encarregado de liderar a família em amor (Ef 5.24), compreensão e respeito (1Pe 3.7; Cl 3.18-19). A esposa tem a obrigação de respeitar essa responsabilidade de liderança (Ef 5.22; Cl 3.18), de incentivar o marido nessa responsabilidade (Tt 2.4; Pv 31.10-11), mas sem nenhuma sensação de medo ou intimidação (1Pe 3.5-6).
As tarefas de manter e edificar a casa estabelecem desse modo as esferas de responsabilidades básicas. A esfera do marido é a provisão e a liderança para o bem da casa. Em 1 Timóteo 5.8, por exemplo, ele é considerado responsável pelo “cuidado dos seus”. A esfera da esposa é a provisão e a liderança dentro da casa. Em 1 Timóteo 5.14 as mulheres são instruídas a serem “boas donas de casa” (também Tt 2.4-5; Pv 31.27).
É claro que essas áreas não se excluem. A diferença está no eixo. A responsabilidade principal do marido é dar provisão e direção para a casa. A da esposa é cuidar e gerir a casa.
As famílias precisam não só de ordem interna, como também de ordem em relação à sociedade. A Bíblia entende que a família é a principal unidade na concessão de cuidados para seus membros. A responsabilidade de instruir os filhos (Sl 78.4-6; Pv 22.6) e o cuidado com os idosos (1Tm 5.4), por exemplo, são da família, não de outras instituições sociais. Numa sociedade altamente complexa, essas tarefas são com frequência exercidas de maneira indireta. Mas a Bíblia deixa claro que são obrigações da família.
Além disso, a Bíblia fala da família como o ponto de contato estratégico entre o indivíduo e a comunidade maior. A família é um amortecedor, oferecendo refúgio e paz (Pv 25.24; Lc 10.5; Mc 3.20-21). É um ambiente para desenvolver relacionamentos (cf. 1Tm 5.1-2), suprir necessidades (Rm 12.13) e comunicar ideias (especialmente o evangelho) de maneira seletiva, mas liberal (Mt 9.10-11; 10.12-13; Fm 2). É notável que os lares foram os principais instrumentos de evangelização e ministério na igreja primitiva (At 2.46; 1Co 16.15; Cl 4.15). A família é o campo de treinamento de cidadãos responsáveis (Dt 11.9-21) que podem causar um impacto permanente na sociedade (Sl 127.3-5; Ml 2.15). Ela é, acima de tudo, um ambiente propício para desenvolvimento da fé viva (Dt 6.7; 2Tm 1.5).

A família como unidade relacional.
O segundo grupo de palavras que denotam “família” é patria (e outra afim, genos), no Novo Testamento (em hebraico, mispabah). Elas ocorrem menos de vinte e cinco vezes no Novo Testamento, enquanto mispahah ocorre no Antigo Testamento cerca de trezentas vezes. Essas palavras destacam as relações que mantêm as famílias juntas, ou seja, o parentesco.
Associações frágeis às vezes chamadas “família” na cultura contemporânea são desconhecidas na Bíblia. A família é formada pelo casamento, depois nascimento ou adoção (Gn 15.3). Pela Bíblia, um relacionamento não é uma ligação emocional. O relacionamento implica um conjunto de responsabilidades exigidas por laços de compromisso (casamento) e sangue (filhos).
Os princípios bíblicos para construir relacionamentos devem ser interpretados nesses termos. A Bíblia mostra pouco interesse em preocupações modernas como capacidade de relacionar-se ou dinâmicas interpessoais. Os relacionamentos familiares repousam principalmente na responsabilidade para com o cônjuge, os filhos, os pais e os parentes (Ef 5.22-6.4).


A Bíblia como recurso para Edificação da Família

"...porque desde criança conheces as Sagradas Escrituras,..." 

A conhecida passagem de 2 Timóteo 3.16 sobre a inspiração é uma declaração não só da origem da Bíblia, mas de sua utilidade “para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça”. É interessante que o versículo fazia ligação entre o ministério de Timóteo na época e sua infância (2Tm 3.15). Paulo lembrou a ele que as Escrituras que haviam moldado seu caráter na infância agora serviam de fundamento para o trabalho de sua vida. As Escrituras desempenhavam papel crucial na participação de Timóteo na mesma “fé sem fingimento” que possuíam sua mãe e avó (2Tm 1.5).

Escritores antigos como Tertuliano (falecido em cerca de 215 d.C.) afirmaram que a leitura da Bíblia estava no centro da vida familiar cristã primitiva (À Sua Esposa 2.8). Agostinho (falecido em 430 d.C.) menciona a leitura do salmo 101 pela família para consolo na casa de sua mãe no funeral dela (Confissões, 10.12). Policarpo, um discípulo do apóstolo João (falecido em cerca de 155 d.C), elogiou a igreja de Filipos pela constância na devoção familiar: “Tenho certeza de que sois bem versados nas sagradas Escrituras e que de nada vos esquecestes” (Aos Filipenses, 12.1).

Infelizmente, muito dessa ênfase na devoção familiar dissolveu-se na Idade Média. A Bíblia foi restrita ao clero, e diminuiu-se a ênfase no estudo acadêmico da Bíblia. A Reforma (século VXI) muito fez para reviver a vida devocional da família, ainda que não tenha chegado aos níveis dos primeiros séculos cristãos. Em anos recentes, a prática voltou a ser negligenciada.
A edificação bíblica da família, porém, depende da devoção familiar. Os estatutos e os mandamentos de Deus devem ser constantemente ensinados. As crianças devem ser criadas de modo que temam a Deus e vivam em obediência (Dt 6.1-8). De maneira amorosa, elas devem ser instruídas e guiadas “no Senhor” (Cl 3.21; Ef 6.4).

A Bíblia incentiva a família a criar uma atmosfera de devoção (Êx 12.25-27; Dt 12.7; Sl 78.1-8; Is 38.19), onde a Palavra de Deus seja ensinada e haja uma obediência contínua a ela. Assim, em Deuteronômio 6, os filhos são ensinadas quando os pais fazem com que os estatutos divinos recebam atenção constante da família. Pelo aspecto negativo, isso implica que a Bíblia não deve ser usada de forma imprecisa ou inadequada. Pelo aspecto positivo, implica que a leitura da Bíblia ocorre com regularidade. E, principalmente, implica que a Bíblia deve ser obedecida; e o Salvador, de quem ela fala, adorado.

Fonte: A Bíblia e a Fé Cristã  - via Estudantes da Bíblia. 

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