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quarta-feira, 21 de setembro de 2016

EDOM - Os Edomitas

Os Edomitas descendentes de Esaú (filho de Isaque e neto de Abraão)

Os Edomitas e o excesso de confiança e segurança devido a topografia de seu território - uma fortaleza natural.


EDOM
Jacó e Esaú seguiram seus respectivos caminhos, embora fossem irmãos gêmeos. O povo de Israel descende de Jacó, e os edomitas ou idumeus descendem de Esaú. Esaú, de acordo com as tradições judaicas posteriores, mencionadas então no Novo Testamento, como no nono capitulo da epístola aos Romanos, não era favorecido por Deus. Porém, isso não é indicado pelo próprio relato veterotestamentário. De fato, ali Esaú aparece como homem de caráter mais nobre que Jacó. Pessoalmente, creio que Deus cuidou da alma de Esaú, através do ministério de Cristo, na vida após-túmulo. Sem importar como lhe tenha acontecido, o certo é que os descendentes de Esaú ocuparam um território que fica na fronteira suleste da Palestina (ver Jz 11:17; Nm 34:3), que era chamado de terra ou monte de Seir. ver também Gn 32:3; 36:8; Ez 35:3,7,15.

I. A Palavra

No hebraico, edome«vermelho», uma alusão ao cozido vermelho (ou marrom amarelado de lentilhas, o adashimcuja preparação culinária aparece em gravuras egípcias), em troca desse cozido Esaú vendeu o seu direito de primogenitura, porquanto não dava valor à realidades espirituais. Essa palavra, pois, veio a tornar-se um sobrenome de Esaú. O nome também tornou-se apropriado para designar o território de Esaú, a saber, o monte Sir, visto que a área é dominada por uma coloração avermelhada, devido à natureza das rochas superficiais.

Usos da Palavra. Essa alcunha foi dada a Esaú, filho de Isaque, depois que ele se desfez de seu direito de primogenitura por um mero prato de lentilhas cozidas (Gn 25:30). Passou a ser um nome alternativo para indicar a Iduméia, ou seja, o monte Seir. Também designa a terra de seus descendentes (Gn 32:3; 25:20,21,30), ou então, coletivamente, todos os idumeus (Nm 20:18,20,21; Amos 1:6,11; Ml 1:4).


II. O Território
Esse pais estendia-se desde o mar Morto, na direção sul, até o golfo de Acaba e desde o vale da Arabá, na direção leste, até o deserto da Arábia, isto é, tinha cerca de duzentos quilômetros de comprimento por quarenta e oito quilômetros de largura. Era uma região montanhosa, composta de rochas avermelhadas como uma de suas características principais. Acima dessas rochas havia pedras calcárias que assumiam formas fantásticas, ao mesmo tempo que de ambos os lados dessas formações havia colinas de pedra calcária. Para o lado oeste, ao longo do vale da Arabá, as colinas são mais baixas. Para o lado oriental, as montanhas atingem sua maior expressão. Grande parte do terreno era inóspito, embora houvesse áreas que podiam ser cultivadas (Nm 20:17-19). O território compreende uma espécie de retângulo malformado. — O ponto mais elevado tem cerca de 1740 m de altura, acima do nível do mar. Os idumeus fortificaram a região em vários lugares, especialmente na sua fronteira leste, mais exposta. O Caminho do Rei passava ao longo do planalto leste dessa área, perto de Tofel, Bozra e Dana, mais ao sul, e então descendo ao vale de Hismé. A capital, Selá, estava situada a oeste desse caminho no maciço platô chamado Umm el-Biyara, que se eleva a 300 m acima de Petra. Petra é o nome grego da mesma cidade de Selá.

Os idumeus não habitavam a área inteira desse retângulo, mas controlavam-na. Certas partes da Arabá possuíam ricos depósitos de ferro e minas de cobre, o que era uma das principais fontes de riqueza dos idumeus. As rotas comerciais que ligavam a região com a Mesopotâmia e com o Egito, passavam na extremidade sul dessa região, e isso também contribuía positivamente para a economia dos idumeus. A porção ocidental da Arabá era habitada por tribos nômades, que tinham uma frouxa associação com os idumeus, e que vieram a mesclar-se parcialmente com eles (Gn 36:11,12), embora não fossem totalmente dominadas pelos filhos de Edom. O povo de Israel atravessou essa área, pouco antes da conquista da Terra Prometida.


III. Os Idumeus

Estes eram descendentes de Esaú (também apelidado Edom). O trecho de Dt 2:12 mostra-nos que os habitantes originais da região eram os horeus, os quais foram dali expulsos pelos descendentes de Esaú. A arqueologia tem demonstrado habitações pré-iduméias na terra. Os descendentes de Esaú migraram para esse território e tornaram-se o poder dominante na região, — embora não o único agrupamento humano (Gn 14:6). Por volta de 1850 A.C., houve uma interrupção no desenvolvimento da cultura Iduméia, o que se prolongou até cerca de 1300 A.C., quando a área veio a ser dominada por povos nômades. Esaú ocupara essa área antes de Jacó retornar de Harã (Gn 32:3; 26:6-8; Js 14:4). Chefes tribais controlavam a região (Gn 36:15-19,40-43). Reis idumeus (chefes tribais, ou chefes de várias tribos) antecederam qualquer rei em Israel (Gn 26:31-39; I Cr 1:43-51).

IV. História

As descobertas arqueológicas desvendaram indícios de habitação, nessa área, até tempos tão remotos quanto o século XXIII A.C. A cultura iduméia começou ali entre 1850-1900 A.C. Talvez tenha sido a invasão de Quedorlaomer (Gn 14:1 ssque despovoou a área de seus habitantes mais antigos. Os horeus tomaram conta da região; e quando Esaú e seus filhos vieram a dominar e absorver os habitantes horeus originais (Gn 14:6), eles encontraram as tribos usuais com seus respectivos chefes (Gn 36:29,30). Esaú casou-se com uma filha de um desses chefes tribais (Gn 36:2,25). Por sua vez, os descendentes de Esaú também tornaram-se chefes tribais da região (Dt 2:12,22).

Os idumeus tinham uma cultura bem estabelecida, com uma monarquia que começou antes mesmo da época do êxodo de Israel do Egito. Os registros escritos dos idumeus desapareceram, embora os egípcios nos dêem algumas informações, como também os hebreus e os assírios. Os registros dos dias dos faraós Mernepta (cerca de 1225-1215 A.C.) e de Ramsés III (cerca de 1198-1167 A.C.) mencionam os idumeus como tributários. Alguns historiadores duvidam da exatidão dessa reivindicação. Os trechos de Gn 36:20-30 e I Cr 1:43-54 mencionam a sociedade monárquica dos idumeus. O papiro Anastasi VI, do Egito, menciona tribos-pastores de Edom. E a carta de Tell El-Amarna, n° 256 (cerca de 1400 A.C), ao chamar Edom de Udumurefere-se ao lugar como um adversário do príncipe jordaniano.


A história de Edom inclui grande caldeamento de raças. Os casamentos mistos deram-se com os cananeus (hititas, Gn 26:24) e com os horeus do monte Seir (Gn 36:20-30). A absorção e a mescla criaram um povo distintivo, hostil a Israel. Quando Israel desejou atravessar o território de Edom, a caminho da conquista da Terra Prometida, não tiveram permissão para tanto; mas Edom, visto descender de um irmão distante, não deveria ser perturbado (Js 15:1,21).


A história subseqüente inclui vários incidentes de hostilidades, sendo provável que esses fossem permanentes. Saul teve problemas com os idumeus (I Sm 14:47). No entanto, houve idumeus que o serviram (I Sm 21:7; 22:9). Davi subjugou a terra deles, e ali erigiu fortificações (II Sm 8:13,14). Joabe tinha como um de seus alvos erradicar todos os idumeus do sexo masculino; e podemos supor que isso criou uma grande e contínua hostilidade (I Rs 11:15,16). Esse programa de Joabe, todavia, não obteve sucesso total, pelo que, mais tarde, Salomão teve problemas com os idumeus (I Rs 11:14-22). Entretanto, ele dominou essencialmente a Iduméia, tirando vantagem de suas riquezas naturais. Construiu um porto marítimo em Eziom Geber, no golfo de Acaba, para servir ao comércio marítimo (I Rs 9:26; II Cr 8:17). A arqueologia tem descoberto as minas de cobre e de ferro de Salomão, localizadas entre três e cinco quilômetros de Elate (no golfo de Acaba).


Edom, porém, recuperou-se. Aliados de Amom e de Moabe, nos dias de Josafá, os idumeus atacaram Judá (II Cr 20:1). Então, posteriormente, esses aliados combateram uns contra os outros (II Cr 20:22,23). Judá, entretanto, conseguiu o predomínio e um governador, controlado por Judá, passou a dirigir os idumeus (I Rs 22:48). Todavia, no tempo de Jeorão, Edom rebelou-se novamente, atacando Eziom-Geber (II Rs 8:21). Jeorão levou a melhor na refrega, embora não tivesse podido subjugar totalmente os idumeus. E Edom ficou independente por um período de cerca de quarenta anos.

Amazias (796-767 A.C.) promoveu outra invasão de Edom, matou dez mil guerreiros idumeus e capturou Sela, a capital (II Rs 14:7; II Cr 25:11,12). Uzias aniquilou o que ainda restava deles (II Rs 14:22). Porém, uma vez mais Edom obteve a independência e Judá nunca mais teve a oportunidade de reconquistar o território. Tiglate-Pileser III, da Assíria, compeliu Kaush-malaku, rei de Edom, a submeter-se a seu governo. A área foi absorvida pelos babilônios, em 604 A.C. Eles aliaram-se a Nabucodonosor e ajudaram a destruir a cidade de Jerusalém, em 587 A.C, e então regozijaram-se grandemente diante do acontecimento (Sl 137:7; Lm 4:21,22; Ob 10-16). Subsequentemente, alguns idumeus ocuparam a porção sul de Judá, fazendo de Hebrom a sua capital. Isso resultou na formação da Iduméia do período pós-exílico. No século V A.C., Edom caiu sob o poder dos árabes. Os nabateus, no século IV A.C, conquistaram a região e fizeram de Petra (Sela) a sua capital. Alguns idumeus fugiram para a Iduméia, mas a maioria deles foi absorvida pelos novos habitantes da região.


Chegamos então ao tempo dos Macabeus. Judas Macabeu obteve vitória sobre os idumeus, em 164 A.C (I Macabeus 4:1-5; Josefo, Anti. 12:8,1). João Hircano ocupou o território inteiro, em 120 A.C Nessa época, o judaísmo tornou-se a religião obrigatória deles, conforme nos diz Josefo (Anti. 13:9,1; 15:7,9). Depois disso, chegou o poder dos romanos, e todos os territórios em questão ficaram sob o domínio deles. Antípater, pai de Herodes, o Grande, era proveniente da Iduméia. Ele governava o território inteiro; então Herodes, o Grande, tornou-se o governante, em 37 A.C. Foi nesse tempo que houve a última dinastia de governantes palestinos. Após a destruição de Jerusalém, em 70 D.C, os idumeus desapareceram da história. Isso pôs fim à história de Edom. Foi um jogo irônico da história que os descendentes daqueles que tanto haviam exultado ante a queda de Jerusalém, em 587 A.C, estivessem entre os mais resolutos defensores da cidade, quando os romanos a atacaram, em 66-70 D.C.


Fonte: Russel Norman Champlin - Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia vol.2 pgs.266, 267 e 268 - Ed.Hagnos


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