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sábado, 3 de dezembro de 2016

A Adoração sem conhecimento - A experiência da Mulher Samaritana

Jesus respondeu e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva” Jo 4.10


Texto Bíblico: João 4 1-30
em destaque versículos
19 — Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta.
20 — Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar.
21 — Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.
22 — Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus.
23 — Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem.
24 — Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.

INTRODUÇÃO

O episódio da mulher de Samaria pode ser tomado como uma imagem da condição espiritual de muitas pessoas na época de Jesus e ainda hoje há pessoas que elegem lugares, outras pessoas e até elas mesmas como elementos dignos de adoração. A ignorância é um perigoso estado para aquele que busca a Deus.

Adorar a Deus é o mais nobre privilégio que o Pai concede-nos. Por isso, faça-o com todo o zelo, fervor e empenho de sua alma, sabendo que adorar a Deus é conhecê-lo.


Há, no mercado religioso brasileiro, uma variedade de opções de Igrejas e denominações que se apresentam como canal de aproximação entre homem e Deus. Cada uma com seu discurso, suas doutrinas, suas proibições e permissões, tenta atrair para si a maior quantidade possível de fiéis.

Através de um olhar generalista e simplório, todo espectro religioso brasileiro – com especial apresso o protestantismo – poderia ser igualado e tratado como massa homogênea. Todavia, quem milita nas trincheiras da espiritualidade brasileira bem sabe que, em meio a charlatães e tecnocratas da fé, ainda existem homens e mulheres comprometidos exclusivamente com o anúncio do Reino de Deus.

Mas como, diante desta multiplicidade de opções, deste enorme “cardápio” de cultos e práticas religiosas, discernir aquelas que iram de fato aproximar-nos de Cristo? Dentre as várias respostas possíveis para esta questão, uma parece sobressair-se com relação as demais: a espiritualidade que Cristo veio ensinar conduz as pessoas a um processo de libertação, esclarecimento e restauração.

Uma sintética reflexão sobre o que propriamente seja cada uma destas três características do Evangelho de Cristo poderá nos ajudar, seguramente, a identificar estruturas ou grupos religiosos que sinceramente estejam buscando ao SENHOR.

Inicialmente, pode-se identificar uma igreja ou denominação comprometida com os valores do Reino avaliando-se o quanto ela contribui para a libertação das pessoas. Onde o Espírito de Deus age há liberdade; toda estrutura que compactua com práticas opressoras, de controle e limitação de pessoas, não está vinculada aos valores de Jesus Cristo. O Evangelho, como bem nos afirmou Pedro, não é estabelecido através de práticas que imponham sobre as pessoas o “peso” de fardos, mas antes, é alicerce daquilo que produz leveza de ser.

A presença de Cristo em uma comunidade se apresenta ainda, por meio da revelação da verdade. Mecanismos obscurantistas, instrumentos de reforço da ignorância, são as armas mais perversas de quem deseja afastar pessoas de Deus. Nós, pentecostais, somos tradicionalmente acusados de reforçar tais práticas por meio de cultos carismáticos, com manifestações do Espírito Santo que as pessoas, de um modo geral, não entendem. Bem é importante compreender o fundamento desta falácia: para aqueles que não acreditam na atualidade dos dons sobrenaturais do Espírito, o falar em línguas, revelações e visões, são eventos ininteligíveis; para um cristão pentecostal, entretanto, é exatamente nestes momentos que a verdade de Deus se torna inteligível.

A manifestação de Deus dá-se de modo pessoal, íntimo, mas sempre esclarecedora. Se muitas vezes falta ao homem e a mulher pentecostal profundidade para compreensão dos esquemas teológicos profundos, sobre piedade para – através de uma vida de oração e santidade – fundamentar o relacionamento com Jesus. A complexidade das premissas e corolários teológicos é encarnada por meio de experiências pessoais com o SENHOR. No caso do pentecostalismo brasileiro, muito associado às camadas mais simples da sociedade historicamente, está foi a estratégia utilizada por Deus para fazer claro sua vontade a nós. Isto não nos faz melhores ou piores que outras expressões do protestantismo no Brasil, simplesmente fundamenta o que somos, bem como nossa opção cúltica. A manifestação da verdade de Deus em nossas vidas dá-se muito mais intuitivamente do que por meio de uma mediação acadêmico-teológica. É claro que para muitos isto é uma afronta, até porque foi por meio desta característica central do pentecostalismo que negros, pobres, mulheres, analfabetos, tiveram o privilégio de serem ouvidos.

Por fim, uma comunidade identificada com o Evangelho colabora para a restauração da imagem de Deus na vida de todos. É por isso que onde a verdade de Cristo chega, preconceitos são destruídos, estereótipos são desconstruídos e a igualdade dos filhos de Deus manifesta-se. Não somos idênticos – cópias não criativas uns dos outros –, mas igualmente acolhidos e amados como geração de Deus. Espaços onde desigualdades de toda natureza – gênero, sociais, culturais ou econômicas – são acentuadas não são casa de Deus, e sim, prisões do mal. A presença de Deus nos dignifica, dando-nos novamente o privilégio de compreendermo-nos como irmãos, e por isso, próximos demais um dos outros para nos acharmos superiores ou melhores entre si.

Somente a verdade de Deus, por meio do Evangelho de Cristo, poderia fazer com que pessoas que nós, ou que nem a mulher de Sicar, tivéssemos acesso ao Reino do Filho do seu amor. Quem libertaria da religiosidade claustrofóbica uma mulher oprimida ao meio-dia, fazendo-a compreender esclarecidamente a mais límpida verdade do Evangelho – que o salvador está entre nós, sentindo nossas dores, mas também experimentando nosso amor – restituindo assim àquela a dignidade de ser aceita e acolhida em sua comunidade? Somente um, o CRISTO!

Se faltar-nos maturidade e envergadura espiritual para sermos tudo o que Deus tem sonhado para nós, que ao menos possamos crer que, no mínimo – ou talvez no máximo de tudo que importa – Ele nos faz anunciadores de sua chegada entre nossa geração.

A ausência de um conhecimento verdadeiro sobre quem é Deus e sua obra, conduz os indivíduos a perderem a percepção de uma existência além do imediatismo da vida, ou seja, de um pragmatismo existencial (Is 22.13; 1Co 15 32).


Sicar, cuja localização exata é desconhecida, ficava numa região árida. Ao meio-dia, horário do encontro da mulher com Jesus, o clima é extenuante. O Mestre aguarda seus amigos que foram à procura de alimentação; o pedido por água — ainda que estranho em nossos dias de violência e individualismo —, era uma prática corriqueira naquela época. A mulher, fundamentada em seu preconceito, nega o pedido. Como alguém, que inclusive afirmará que adora a Deus (v.20), poderia ser tão insensível à necessidade do próximo? Está é a desprezível consequência que a ignorância espiritual causa: dureza de coração (Is 46.12; Ez 2.4). Note-se assim que a falta de um conhecimento verdadeiro de Deus pode, rapidamente, transformar indiferença em conivência com o sofrimento alheio. Quem conhece a Deus não negará um copo de água fria a nenhum dos filhos dEle (Mt 10.42).

“Sabemos muita coisa a respeito da mulher junto ao poço. No oriente, a hora de pegar água no poço era a ocasião em que as mulheres de uma comunidade reuniam-se para conversar, enquanto se dirigiam ao poço, voltavam dele, ou esperavam a retirada de cada jarro de água. Mas a mulher de nossa história vem sozinha. Evidentemente, alguma coisa a separou das outras mulheres da cidade, e fez dela uma pessoa socialmente proscrita. E sabemos mais. Nenhuma mulher naquela cultura falaria com um homem sem que seu marido estivesse presente. Jesus também sabia disso, por isso seu pedido ‘vai chamar teu marido’ (4.16) tinha a intenção de confronto. Mas não há indicações culturais para o fato de que ela tivesse tido cinco maridos e agora estivesse vivendo com outro, sem estar casada. Assim estendemos sua surpresa quando Ele, homem judeu, é condescendente em falar com uma samaritana. E os discípulos ficaram surpresos por encontra-lo dialogando com uma mulher sozinha. [...] Muitas pessoas evitadas por outras estão esperando que nos aproximemos delas. Como Jesus, nós podemos reconhecer o pecado nos outros, sem acusar nem condenar”
(RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 3ª Ed.RJ: CPAD. 2008. p.206).

Lutamos diariamente para que o pecado não nos domine (Gn 4.7; Rm 3.23; 6.14). Aqueles que não mantêm um relacionamento pleno e consciente com Deus, “domesticam” o pecado e fazem dele algo próprio de suas vidas.

SUBSÍDIO
“Muitas vezes, João registra declarações depreciativas, sarcásticas ou céticas que as pessoas fazem sobre Jesus. Em João 4.12, por exemplo, a mulher samaritana pergunta: ‘És tu maior do que Jacó, o nosso pai, que nos deu o poço, bebendo ele próprio dele, e os seus filhos, e o seu gado?’. Essas afirmações, como meio de ironia, são verdades ou mais relevantes do que o orador percebe no momento em que o profere. Contudo, o leitor do Evangelho, tendo a essa altura, pelo menos, alguma noção de quem é Jesus, percebe que a afirmação é verdade e pode sancioná-la. No caso da passagem 4.12, Jesus, de fato, é maior que Jacó. [...] Em João 4, Jesus, no diálogo com a mulher samaritana, faz uma declaração a respeito da natureza de Deus. ‘Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade’ (v.24). Embora nenhum desses dois usos da palavra ‘espírito’ aludam diretamente ao Espírito Santo, a noção de que a adoração deve acontecer em espírito e verdade pressupõe a atividade do Espírito da verdade que leva o crente à verdadeira adoração” (ZUCK, Roy. Teologia do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD. 2008. pp.190.221).

Adorar em espírito e em verdade
A vivência da adoração não é algo limitado a um aspecto físico — um determinado local, por exemplo —, muito menos pode ser fundamentada sobre opiniões ou tradições míticas. A verdadeira adoração é “em espirito”, ou seja, é uma experiência que tem seu nascedouro no interior do homem, que mobiliza partes do ser homem que foram criadas por Deus para serem canal de comunicação entre o Criador e seus filhos (Pv 20.27). Além disso o louvor a Deus deve ser “em verdade”, isto é, por meio de uma “revelação” — que é o significado imediato da palavra grega (aletheia) (2Co 13.8). A verdade na vida de um adorador implica uma vida entregue realmente aos cuidados de Deus, onde Ele tem total comando, e onde é adorado não apenas nos momentos de comunhão do culto, mas também nos momentos da vida comum, como trabalho, estudos, família e demais relacionamentos onde Deus também deve se manifestar.

Adoração como uma urgência
Jesus não mediu palavras e disse à mulher que o tempo para a vivência de uma verdadeira adoração já havia chegado (v.21). O erro daquela mulher, que é o mesmo de muitas pessoas ainda hoje, foi imaginar que o louvor ao Pai era algo apenas para um momento específico ou para um tempo futuro. Não há mais tempo a perder, o desenvolvimento de uma vida de adoração é algo urgente, uma viva necessidade da Igreja para o tempo que se chama hoje! Infelizmente em muitas igrejas o tempo da adoração tem sido consumido por infindáveis, e muitas vezes dispensáveis, avisos; já em outras comunidades é a má gerência do tempo de acontecimento do culto (atraso para começar, demorar para execução dos louvores, hiatos de continuidade) que atrapalham a adoração. Cada instante de nossas vidas, especialmente aqueles que dedicamos a Deus na igreja, precisam ser bem aproveitados.


A Verdadeira Adoração tornar-se inspiração para a vida de outros.

Num mundo tão repleto de exemplos negativos, devemos nos empenhar em ter uma vida de adoração ao Pai, e por meio desta, tornarmo-nos exemplo para nossa geração. A mulher pode ouvir, dos habitantes de sua vila, que a fé em Jesus que ela inicialmente testemunhara, tornara-se uma viva consciência espiritual em cada pessoa daquele vilarejo. A adoração não nos torna escandalosos, de modo a afastar pessoas de Cristo; ao contrário, a fé no Salvador é algo tão poderoso e transformador do caráter de uma pessoa que esta passa a ser exemplo e inspiração a todos aqueles que o cercam (At 9.19-21).

CONCLUSÃO

Assim como a mulher em Samaria teve sua história revolucionada, que nosso encontro com Jesus transforme tudo em nós: que nosso testemunho seja para edificação daqueles que estão à nossa volta, que sejamos libertos de todos os nossos pecados, até daqueles que estão no mais profundo de nossas almas. Mas, acima de tudo, que sejamos partícipes da comunidade dos verdadeiros adorares do Pai.

Fonte:
Revista Lições Bíblicas Jovens 4º Trim/2016 - Em Espírito e em Verdade - A essência da Adoração Cristã - CPAD - Comentarista Thiago Brazil
Livro de Apoio - Em Espírito e em Verdade - A essência da Adoração Cristã - Thiago Brasil
Bíblia Defesa da Fé
Bíblia de Estudo Pentecostal


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