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terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Encontrado evidência de Batalha do Rei Davi, em Edom

Arqueólogos encontram evidências de batalha do Rei Davi, em Edom
Arqueólogos realizam escavação no Vale de Timna.
(Foto: EREZ BEN-YOSEF / TEL AVIV UNIVERSITY)
Uma grande muralha e vestígios de trabalhos com cobre na região do Vale de Timna são algumas das evidências do relato bíblico, exposto em 2 Samuel 8:14.

Os arqueólogos escavaram uma antiga muralha que remonta ao século X a.C.. Na região do deserto de Arava, no sul de Israel, o que segundo alguns especialistas, faz alusão à história bíblica do rei Davi capturando a terra de Edom, como se encontra em 2 Samuel 8:14.

O site 'Breaking Israel News' informou que um local de fundição de metais também foi descoberto junto com a muralha nas minas de cobre, em Timna. A muralha tinha pelo menos cinco metros de altura e os pesquisadores estimam que ela se estendia para proteger centenas de metros.

"Temos muitas provas arqueológicas para determinar que os mineiros que trabalhavam nas minas de Timna não eram humildes escravos, como se supunha, mas sim ministros experientes que supervisionavam o complexo e exigente trabalho dos aprendizes", disse Erez Ben-Yosef, da Universidade de Tel Aviv e chefe da equipe que descobriu a estrutura.

"Hoje, estamos descobrindo cada vez mais evidências de uma sociedade concentrada e hierárquica que interagiu extensivamente com seus vizinhos, o que combina com textos da Bíblia e outras fontes", acrescentou.

O número de pedras de funda encontradas perto do local também pode ser uma evidência da batalha mencionada em 2 Samuel 8:13, observaram os pesquisadores.

Vale de Timna

A equipe do site "Live Science" elaborou mais informações sobre a escavação e disse que os arqueólogos encontraram um portão fortificado com estábulos na fábrica de derreter cobre, conhecida também como a colina dos escravos, no vale de Timna.

"Os vastos depósitos de cobre no Levante Sul foram explorados por seres humanos durante centenas de anos. Este campo particular foi identificado pela primeira vez na década de 1930 pelo famoso arqueólogo bíblico americano Nelson Glueck", explicou o relatório. "Ele o chamou de Colina de Escravos, teorizando que as maciças paredes que cercavam o perímetro eram destinadas a impedir que os trabalhadores escapassem para o deserto".

Ben-Yosef revelou que o cobre tinha um grande valor para as organizações militares na época, mas ao mesmo tempo era um desafio para produzir.

"Porque o óleo de cobre, hoje, talvez - fosse a mercadoria mais cobiçada, aterrada no coração dos conflitos militares. A descoberta da fortificação indica um período de séria instabilidade e ameaças militares naquela época, na região", disse ele.

Como Eric Metaxas - orador evangélico e autor 'best-seller' - observou em um editorial no 'Christian Post', na semana passada, os últimos anos foram de grandes avanços para a arqueologia bíblica.

Os descobrimentos relativos à era do rei Davi foram numerosos, e em maio de 2014 um arqueólogo israelense afirmou que a lendária cidadela capturada pelo rei Davi na sua conquista de Jerusalém foi encontrada.

"Esta é a cidadela do rei Davi, esta é a cidadela de Sião, e foi ela que o rei Davi tomou dos jebuseus", disse o arqueólogo Eli Shukron, que anteriormente trabalhava para a Autoridade de Antiguidades de Israel, referindo-se ao projeto de escavação de 10 milhões de dólares.
"Todo o local pode ser perfeitamente comparado com a Bíblia", acrescentou.

Fonte: GUIAME
com informações do Christian Post 

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sábado, 28 de janeiro de 2017

A Paz de Deus: Antidoto contra as inimizades

Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” Jo 14.27


Paz de Deus, antídoto contra as inimizades

O ser humano busca a paz. Todos desejam viver em paz. Sem paz a vida é difícil, angustiosa, frustrada, amargurada, traumática, violenta, impossível. A paz é uma espécie de direito natural. Em tese, todo ser humano nasceu com o direito de viver em paz. Entretanto, a paz é concomitantemente interrompida, obstaculizada e impedida pelos homens. Quem não se lembra do longo conflito entre judeus e muçulmanos?! E entre protestantes e católicos na Irlanda do Norte?!

Atualmente, o conflito mais aterrador do mundo é a guerra civil na Síria. O Estado Islâmico tem dizimado famílias inteiras, religiões minoritárias e inimigos políticos, que segundo ele, não merecem viver. O conflito é tão intenso que um fenômeno na região tem chamado a atenção: o surgimento da Brigada Babilônia, uma milícia cristã armada de combate ao terror do Estado Islâmico. Aqui não é o fórum adequado para se discutir as implicações éticas desse fenômeno, mas é uma simples descrição de um fato que remonta as consequências da ausência da paz.

Entretanto, por detrás de um conflito bélico de grandes proporções, está um coração humano impaciente, angustiado e revoltado a ponto de explodir. Nosso Senhor disse que é do coração que “procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias” (Mt 15.19). Logo, não é só em proporções mundiais que a ausência da paz está presente. Mas principalmente em proporções micros. Aqui, seu efeito é danoso, terrível. A ausência da paz na família é trágica. Na igreja local, desvia a motivação espiritual e nos torna carnais. No relacionamento com o colega, alimenta as rixas e as rivalidades. É uma tragédia humana! Na maioria das vezes, a busca pelo entendimento se torna ineficaz. Assim, acordos são desrespeitados e rompidos.

Todavia, a paz que a Bíblia se refere (do grego eirenè) é a que excede todo entendimento. E a paz que vem de Deus, que naturalmente não se refere a alguma suspensão frágil ou promessa superficial de trégua. Ela não depende dos acordos ou dos acontecimentos impostos pela “legislação ética” do sistema mundano contemporâneo. Essa paz depende única e exclusivamente de Deus, e para vivê-la não dependemos do estado externo das coisas que estão ao nosso redor. Filipenses 4.7 mostra que essa paz guardará o nosso coração e nosso sentimento. É isso que o Espírito Santo quer fazer na vida de nossos alunos. Boa aula! (Revista Ensinador Cristão nº.69)

A paz, como fruto do Espírito, não promove inimizades e dissensões.

Leitura Bíblica: Efésios 2.11-17


Sabe-se que paz é a ausência de guerra. Vivemos tempos trabalhosos. Em muitos centros urbanos a violência só aumenta e as cidades do interior também têm experimentado este aumento. Na esfera mundial, temos observado muitas guerras (de cunho religioso) no Oriente Médio.
Em Jesus, temos paz. Não estamos falando da paz que o mundo oferece. Estamos falando de uma paz que excede todo entendimento; uma paz com Deus que, mesmo em um mundo cheio de guerras e conflitos, podemos afirmar que vivemos em paz. A verdadeira paz resulta da fé em Deus, porque somente Ele incorpora todas as características da paz. Para encontrar a paz de espírito e a paz com os outros, você precisa encontrar a fé com Deus.

Paz versus Inimizade

Definição sobre a Paz

Em toda a existência do homem o que ele sempre desejou e deseja é paz, tanto para a cidade como a paz interior. Na busca pela paz nas cidades, as autoridades têm feito de tudo para que ela esteja presente, isso aconteceu no tempo de César, ele até conseguiu trazer a paz para Roma, mas não a paz para a vida interior do homem.

O mundo vive sem paz porque é habitado por pessoas que vivem dominadas pela natureza pecaminosa, essa posição é defendida por Tiago: “Donde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?” (Tg 4.1).

A falta da paz na cidade tem origem na ausência de Deus. Paulo disse que quanto mais o homem fala em paz, mais haverá repentina destruição (1Ts 5.3).

Não é utopia, mas um mundo sem guerra, sem conflitos armados, sem brigas, com todos vivendo em tranquilidade, só será possível quando Jesus Cristo reinar e todos os seus súditos estiverem transformados. Jesus tanto trará a paz para o mundo como a paz interior, somente Ele tem autoridade para conceder paz (Jo 14.27).

Na busca por uma definição precisa sobre a palavra paz, estudiosos e filósofos têm procurado descrevê-la de diversas formas. Na filosofia, alguns ensinaram que para a paz realmente acontecer era necessário evitar os prazeres e o aumento de bens materiais, pois quanto mais temos essas coisas, mas se avolumam as perturbações em todos os sentidos.

Ensinaram também que caso uma pessoa deseje realmente ter paz, não deve deixar que as emoções fujam do controle, nem que outras pessoas dominem sua vida. Caso isso aconteça, ele facilmente cairá; por isso, para que não ceda a tais desejos o primordial é controlar a mente, fazer boas escolhas. Sendo assim, em relação às coisas que estão diante de seus olhos, ao seu redor, o melhor é manter-se negligente e jamais depender delas.

Na definição filosófica, a paz desejada pelo homem só seria possível caso ele se mantivesse separado das coisas exteriores, refreasse seus desejos e se mantivesse desinteressado com o mundo que o rodeia. Note que a paz proposta pelos filósofos é sem vida e sem alegria, pois exclui o homem do próprio mundo em que vive e de seus prazeres, como se todo o problema estivesse nas coisas.

A Bíblia sempre deu ênfase ao homem desfrutar das coisas deste mundo, posto que tudo o que Deus criou é bom e perfeito (Gn 1.31). Riqueza, poder e prazer no trabalho, todas essas coisas são bênçãos de Deus para o homem, delas ele precisa desfrutar com alegria.

Não há poder nos objetos para conceder felicidade e paz. Jesus disse que a felicidade do homem não está na abundância de bens que alguém possui (Lc 12.15). Na obra de Humberto Rohden, O Pensamento Filosófico da Humanidade, a felicidade é retratada assim:

O estoicismo é, substancialmente, socrático, universalista; mas, diversamente dos cínicos, não pensa que a felicidade do homem consinta em não possuir nada, e sim em que não ser possuído de coisa alguma, seja de fora, seja de dentro. Pode o homem possuir externamente o que quiser, mas não deve internamente ser apegado a coisa alguma, de maneira que suas posses sejam a causa de sua felicidade, ou a falta dessas posses seja a causa de sua infelicidade. A felicidade não está naquilo que o homem possui, porém no modo como possui. (ROHDEN, s/d, p.81)

Jesus disse que o homem bom tira do seu tesouro coisas boas, ao contrário do homem mau, que tudo o que sai de sua vida será destruidor (Mt 12.35). Os que vivem sob o poder destruidor da natureza pecaminosa produzirão ações para a morte, mas os que desfrutam da comunhão com Cristo, tendo a paz como virtude do fruto do Espírito, produzirão um ambiente de alegria e harmonia.

A Paz na Definição Bíblica

A Paz no Antigo Testamento
No Antigo Testamento, a paz é denominada Shalom, essa é uma saudação normalmente usada no dia a dia com a qual os judeus se cumprimentam. Na obra do pastor Billy Graham, fazendo uma definição da paz como fruto do Espírito, ele afirma que:

Paz traz a ideia de unidade, satisfação, descanso, segurança e tranquilidade. No Antigo Testamento a palavra é Shalom.
Quando encontro algum amigo judeu o cumprimento com Shalom. E quando cumprimento um dos meus amigos árabes uso um termo semelhante que na língua deles significa paz, Shalom. (GRAHAM, 2009, p. 222)

A palavra Shalom pode ser entendida como boa saúde, um bom viver, prosperidade e riqueza (Gn 43.27; Sl 38.3; Jó 15.21).

Para os judeus, esse Shalom é visto como algo que faz com que a vida se torne uma vida de qualidade, eles não viam a paz apenas como uma ausência de guerras, uma vez que pessoas podem estar juntas sem que tenham harmonia, outras podem ter muitos bens, mas não desfrutam da verdadeira paz. O aspecto positivo da paz, na visão dos hebreus, é aquilo que age na produção de um bem para todos. Os judeus viam a paz como algo que contribuía para um estado permanente de felicidade, nela estava presente a bênção de Deus, de modo que o Shalom não seria uma mera saudação convencional, mas, sim, um agir divino para a promoção do bem e da felicidade daqueles que confiavam em Deus (Is 23.6). A Septuaginta carregou o mesmo significado do judaísmo, em sua forma eirene passou a ser traduzida por tranquilidade, felicidade, segurança, prosperidade, harmonia, unidade, acordo, quietude e descanso, certo que tudo isso vinha diretamente de Deus (Is 32.17; SI 4.8).

Quem tem a paz na vida está disposto a viver bem com todos. Vivendo na paz, Shalom ou eirene, o homem poderá desenvolver relacionamentos saudáveis com o seu próximo, já que estaria vivendo na paz que lhe encaminharia para o bem, evitando comportamentos que prejudicasse o seu próximo. O salmista, querendo incentivar a todos a viverem bem, buscando relacionamentos estruturados, não diz primeiro: sejam unidos, pelo contrário, ele começa incentivando a todos a buscarem a paz, e que todos se empenhem por ela (SI 34.14) ainda que outros não queiram (Rm 12.18). Um homem de Deus sempre agirá buscando a paz com todos, nas páginas do Antigo Testamento os homens de Deus sempre procuraram promover a paz com o seu próximo (Js 9.15), eles agiam dessa maneira porque estavam em paz com Deus (Is 54.10; Jr 29.11).

Ter a paz na vida é algo muito singular, pois, ainda que os servos de Deus enfrentem problemas, lutas, desavenças e contrariedades, essa paz concede um bem-estar para a alma, para o corpo e uma serenidade grandiosa, e os conduzem a procurar viver harmoniosamente com o seu semelhante.

A Paz no Novo Testamento
Nas saudações do apóstolo Paulo o eirene, isto é, paz, sempre estava presente; em Romanos 1.7 ele diz: “A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus nosso pai, e do Senhor Jesus Cristo” (Rm 1.7).

Cháris humin kaí eiréne (Graça a voz e paz). Pelas palavras finais de Paulo, percebemos que as pessoas às quais ele falava eram gentios convertidos, que agora estavam separados, ou seja, separados para viverem os ideais divinos, vivendo em Roma com cristãos verdadeiros, cheios da graça e paz, que pode soar como uma saudação pessoal, contudo ela vai muito mais além, indica a ação salvadora de Deus em suas vidas. Esses cristãos poderiam impactar Roma com o poder do Evangelho que estava em suas vidas.

Em muitos outros textos Paulo fazia uso de eiréne como uma saudação (1Co 1.3; Gl 1.3; Fp 1.2; 1Ts 1.1; 1Tm 1.2), deixando claro aos irmãos que eles poderiam estar sempre bem, porque tinham recebido tudo o que precisavam para serem felizes. Paulo entendia que essa paz maravilhosa vinha de Deus por meio da fé (Rm 15.13), e levava os crentes a crer no gozo divino.

Vivendo na paz que vinha por meio da fé em Deus o cristão poderia praticar o bem para com todos os homens (Rm 2.10), isso porque ele desejaria estar em total e absoluta obediência, pois é do Senhor que vem a tranquilidade para a vida. O homem não pode criar sua paz, Paulo esclarece que a paz vem de Deus, por isso está acima da mente humana (Fp 4.7).

Paulo sempre falou da importância da paz na vida do crente, e algo importante quando lemos João 14.27 é que Jesus poderia ter provido a paz na terra, pois em seus dias a falta de paz era grande, mas Ele desejou conceder aos seus filhos a sua paz.

Os discípulos de Jesus Cristo tinham muitos problemas, inclusive medo; cremos que o que eles mais desejariam ouvir do seu Mestre eram as seguintes palavras: “Eu os farei prosperar, darei boas condições de vida a todos, os melhores cargos e empregos”, mas, não foi bem assim, antes de morrer dos seus lábios saíram as palavras mais maravilhosas: Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou: não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize. (Jo 14.27)

Essa paz presente no coração dos discípulos acalmou seus medos, suas desesperanças, seus anelos e suas ansiedades, eles procuraram viver certos de que o eiréne divino lhes conduziria a todo tipo de bem.

Quem vive na paz de Deus sempre batalha para que tudo concorra para o bem, Paulo disse que um crente que tem a paz na vida não intenciona criar dificuldade, mas procura desenvolver relacionamentos harmoniosos porque sabe que o desígnio de Deus é: que todos vivam em paz (1Co 7.15).

Um casal cristão, que tem a paz de Deus, no momento em que surgir um conflito não pensará logo no divórcio nem em separação, como os dois tem ciência de que Deus os chamou para paz, seu alvo primordial é procurar desenvolvê-la. É triste dizer, mas em muitos lares cristãos as brigas e contendas são constantes, criando um ambiente de infelicidade, porque a verdadeira paz está ausente.

Jesus morreu na cruz para promover paz no nosso interior e com o próximo (Ef 2.14-17). Paulo diz que Jesus derribou a parede de separação. No meu livro Cartas da Prisão, tratando sobre esse assunto, escrevo:
A palavra parede no grego é mesótoichon, muro. Note que essa palavra é composta, mésos fala de meio, ou no meio (Jo 19.18), isso como adjetivo, como substantivo fica o meio (Mc 7.31), no caso neutro funciona como um advérbio, nesse caso é usado como preposição com genitivo: no meio (Mt 14.24; Fp 2.15). Paulo está falando do muro que separava o pátio dos gentios e o dos judeus no Templo, nessa parede tinha um escrito que advertia aos gentios sob certas penalidades, inclusive a morte, se eles se atrevessem a entrar no lugar dos judeus. Essa inimizade o Senhor Jesus Cristo desfez, tudo isso foi feito por meio da cruz de Cristo, por meio dela todos têm acesso a Deus. (GOMES, 2015, p.50)

A paz que Deus dá aos crentes faz com que os relacionamentos sejam sólidos na igreja (Ef 4.2), observe que a paz que recebemos divinamente não está limitada apenas ao nosso interior, como um rio ela se alastra atingindo outras pessoas. É impossível um crente ter a paz de Deus e estar criando confusão, contendas e  brigas na igreja, isso porque a paz de Deus é seu árbitro, é ela que decide tudo (Cl 3.15).

Quando a paz de Deus está no coração de cada membro da igreja, as decisões, atitudes, projetos, nada é feito baseado na busca da autopromoção, nem governado pelo espírito de louvor pessoal, pois quem decide tudo é a paz de Deus que age como um ser soberano, um juiz que dirime.

O cristão que tem a paz sente-se responsabilizado em promovê-la com todas as pessoas (Hb 12.14), anelando que os relacionamentos sejam bem construídos, não cedendo aos desejos carnais na intenção de promover dissidência. Quem tem paz com Deus busca promover o que é bom, pois já foi justificado (Rm 5.1), o cristão é consciente que por meio de Jesus foi restabelecida sua paz com Deus (Cl 1.20), como então ele poderá trabalhar para desfazer essa paz? Na paz de Deus o nosso relacionamento é tanto vertical como horizontal, podemos nos voltar para o nosso Senhor em qualquer lugar e a qualquer momento, e chamá-lo de Pai, como fez seu Filho Jesus Cristo (Rm 8.15).

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Cristo, nossa paz, forma o novo homem
Ao sintetizar tudo o que Deus fez na salvação por intermédio de Cristo, Paulo diz que Cristo é a fonte da nossa paz (2.14-18). No contexto de Efésios, isso não quer dizer que Cristo seja a fonte da paz interior, mas que Ele é o meio de reconciliação entre judeus e gentios e entre os membros da nova comunidade e Deus. O objetivo da salvação não é apenas fazer com que os indivíduos estejam corretos diante de Deus, mas também que estejam corretos uns com os outros. À medida que Deus, por intermédio de Cristo, une judeus e gentios, a reconciliação opera de forma triangular entre os três. Judeus e gentios, quando entram na nova comunidade, não deixam de ser quem eram; todavia, agora, eles podem atuar juntos, lado a lado, como evidência do amor transformador e conciliador de Deus (1Co 7.17-24; Rm 14-15). Essa obra de reconciliação é o fundamento para a nova comunidade que Deus está edificando por intermédio de Cristo. Por isso, ao longo de Efésios 2.11-22, o termo dominante e repetido é o prefixo syn (‘juntos’). Deus formou uma nova unidade, na qual se diz que Ele de dois criou ‘um novo homem’” (ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008, p.347).

Paz com Deus
Há uma transformação na vida do pecador quando passa a ser um crente verdadeiro, não importando o que tenha sido anteriormente. Sendo justificado pela fé, tem paz com Deus. O Deus santo e justo não pode estar em paz com um pecador enquanto este estiver sob a culpa do pecado. A justificação elimina a culpa, e assim abre caminho para a paz. Esta é concedida por meio de nosso Senhor Jesus; por meio dEle como o grande Pacificador, e Mediador entre Deus e o homem. O feliz estado dos santos é o estado de graça. Somos levados a esta graça. Isto significa que não nascemos neste estado”. (Comentário Bíblico de Matthew Henry, CPAD, p.929.)

Leia também:  PAZ COM DEUS

A Paz como Virtude Fruto do Espírito

Acima descrevemos um tipo de paz que o homem não pode produzir, porque depende exclusivamente de Deus para tê-la e desenvolvê-la (Jo 14.27; 16.33). O restabelecimento da paz entre Deus e o homem, conforme já falamos, foi feita por Jesus, que concedeu restauração ao homem, o que é chamado de paz com Deus (Rm 5.1). O cristão tem tranquilidade na alma, firmeza, alegria e paz, porque por intermédio da cruz tudo isso foi conquistado (Cl 1.20).

Matthew Henry em seu Comentário Bíblico do Novo Testamento, Atos a Apocalipse, falando sobre a paz como virtude do Espírito diz:

[...] Depois vem a paz com Deus e com a própria consciência, ou seja, uma harmonia pacífica de temperamento e comportamento em relação aos outros. (HENRY, 2012 p. 568).

A paz como virtude do fruto do Espírito age no crente concedendo-lhe tranquilidade em meio ao desespero, tempestade, tumultos e agitação. A paz que reina em nosso coração é denominada de Paz de Deus, a qual vem precedida pela Paz com Deus.

Entendendo a Inimizade no Antigo e no Novo Testamento

A inimizade nasce no momento em que o homem peca contra Deus no Éden, e logo se dará escatológicamente uma oposição ferrenha entre o homem e Jesus (Gn 3.15). A inimizade não é apenas um sentimento de ódio contra alguém, e sim contra tudo aquilo que é bom e perfeito.

A definição de inimizade descreve um sentido de oposição que se dá entre o bem e o mal e, biblicamente falando, os que são aliciados pelo mau constituem-se inimigos de Deus (Tg 4.4).

Pela formação da palavra inimigo logo se pode perceber seu grande aspecto negativo, do latim a palavra inimigo é inimicu, o in aponta para não, amicus quer dizer amigo, depreende-se então que, inimigo quer dizer não amigo, alguém adverso, contrário e hostil.

Frente ao conceito descrito acima, podemos dizer que a inimizade se processa no campo da rivalidade, ressentimento, ideias e ações maléficas para com o próximo. No hebraico existem algumas palavras que são usadas para descrever um inimigo, a primeira é ar, descreve um inimigo que está acordado (1 Sm 28.16), como adversário aparece a palavra tsar (Gn 14.20) e o inimigo que odeia é chamado de sane (Êx 1.10). No grego, a palavra para inimigo é echtbrós.

Na palavra inimigo ou inimizade está expresso o ódio que alguém dominado pela obra da carne pratica. A Bíblia está repleta de exemplos de inimigos; Israel, o povo escolhido de Deus, sempre enfrentou grandes inimigos (Sl 6.10; Is 1.24), e a Palavra declara que todos os que são dominados por essa obra da carne sempre causam grandes males.

A inimizade é dominada pelo ódio e seu objetivo é prejudicar.

Está relatado em Gênesis 4.5-8 que o primeiro homicídio na terra foi por causa da inimizade, por isso esse sentimento sempre foi combatido por Deus. Moisés escreveu para os israelitas afirmando que eles deveriam amar a todos, quer fosse judeu ou não (Lv 19.34), em o Novo Testamento o amor será ainda mais destacado, visto que o Espírito Santo estaria em cada crente produzindo as melhores virtudes do Espírito.

Os que vivem na prática da inimizade, inclusive contra o povo de Deus, serão punidos (Lm 2.4; SI 97.1,3), essa castigo seria feito ou baseado segundo a lei da semeadura (Ex 21.24). O bom para todos nós é procurar sempre desenvolver boas amizades, jamais manifestando sentimento de ódio contra quem quer que seja, especialmente para com os que vivem em comunhão com o Senhor, pois os que os atacam estão atacando o próprio Deus.

Deus falou para Abraão que iria abençoar os que lhe abençoassem, mas iria amaldiçoar todos quantos o amaldiçoassem (Gn 12.3), nesse caso se entende que quem se opusesse a um escolhido do Senhor estaria combatendo contra Ele mesmo, ou sendo seu inimigo (Ex 23.22).

Nas páginas do Novo Testamento de modo diáfano, o termo inimigo, do grego echtbrós, pode ser entendido de diversas formas, em destaque podemos dizer que se trata de inimigos pessoais e contra os cristãos (Rm 12.19-21; G1 4.16). Também é dito que aqueles que fazem oposição aos servos do Senhor estão tentando combater contra Ele (At 13.10; Rm 5.10), e o grande inimigo dos que servem a Deus é Satanás; ele usa as pessoas para disseminarem o ódio de modo hostil, procurando de todas as formas acabar com todos (Mt 13.30; 1Pe 5.8).

Uma coisa interessante, no que diz respeito à inimizade no Antigo Testamento, é que Israel fora ensinado a odiar os seus inimigos, e incentivado a amar o seu próximo, que se trata dos seus conterrâneos e estrangeiros, mas quanto aos seus inimigos declarados, os quais sempre os estavam cercando, ele deveria odiar.

Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e aborrecerás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão havereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus. (Mt 5.43-48).

Esse tipo de amor que era ensinado por Jesus está contrapondo-se ao costume judaico, como também o manual de disciplina do Kumran, que dizia: “Amar todos o que Ele escolheu, e odiar a todos o que Ele rejeitou”. Jesus fala da importância de se amar o inimigo, veja que Ele coloca o amor agápe em destaque, esse amor busca atingir o coração do inimigo, daquele que está dominado pelo ódio, então, é dever do cristão lutar para libertar o inimigo que está dominado pelo ódio. Esse amor é desenvolvido por meio de ações maravilhosas e atitudes de um verdadeiro servo de Deus.

O amor do servo de Deus deve ser expansivo, ou seja, não se direciona apenas a pessoas perfeitas, ou àquelas pessoas que têm notoriedade; antes, o amor do cristão deve ser como o amor do Pai, que abrange a todos indistintamente, é nesse particular que devemos ser perfeitos como Deus. Nós não somos perfeitos como Deus, pois o próprio Senhor Jesus fala nesse texto que devemos sempre ter sede pela justiça, uma prova de que não somos justos na íntegra. Precisamos sempre ser sedentos nas coisas espirituais. Podemos entender que os inimigos que Israel deveria odiar seriam aqueles que vivessem na prática do pecado, isso pode ser comprovado pelas seguintes passagens bíblicas (Dt 20.16-18; SI 26; 31.6), pois não podemos imaginar um Deus que ensina a amar e ao mesmo tempo manda odiar. Jesus ensinou que nós devemos amar ao próximo, ou seja, não deve haver em nossas atitudes qualquer artifício de ódio contra o nosso semelhante, porque esse princípio era também um mandamento (Mc 12.30,31).

O Comportamento do Cristão para com o Inimigo

O comportamento do cristão fora da esfera congregacional é uma prova clara da ação do Espírito Santo de Deus em sua vida, além disso, um testemunho vivo para o mundo de que nossa vida é dirigida pelo Espírito Santo. O cristão deve manifestar um amor sincero e sem hipocrisia, deve sempre aborrecer o mal e apegar-se ao bem, deve ter um amor fraternal, deve ser incandescente, isto é, fervoroso de espírito e deve sempre servir ao Senhor.

O cristão precisa alegrar-se sempre na esperança diante de tudo aquilo que Deus lhe tem feito e prometido, sempre viver em oração e suportar as provações, deve ser hospitaleiro e suprir as necessidades dos outros, e manifestar uma atitude de abençoar os outros e orar pelos que os perseguem sempre; manifestar alegria para com os que estão alegres e ser complacente com os que estão tristes.

Quando um crente demonstra alegria para com aqueles que estão alegres, é sinal de que ele já tem domínio próprio e muita maturidade.

A harmonia deve ser um marco na vida dos cristãos, ela faz com que a competição egoística não se nomeie no meio deles, não há busca por coisas grandiosas, antes a simplicidade os domina, sendo assim não são convencidos e acomodam-se as coisas simples.

Os cristãos não podem pagar o mal com o mal, a sua preocupação é com aquilo que é moral e bom perante todos, viver em paz com todos é a meta de cada cristão. O crente também não vive procurando vingança, antes confia na providência de Deus em tudo.

O cristão deve ter um comportamento totalmente diferente diante dos seus inimigos. Quando os seus inimigos se encontrarem em dificuldades, o cristão deve tratá-los bem, assim estarão amontoando braças sobre suas cabeças; diante dessa delicadeza eles ficarão envergonhados (Rm 12.19-21). Nessa competição o cristão nunca deve perder para o mal, mas com o bem ele deve vencer a tudo e a todos.

Podemos dizer que o comportamento do crente diante de seus inimigos não é resultado de um esforço próprio, mas procede da comunhão que se tem com o Espírito Santo, pois é Ele quem faz com que os bons frutos apareçam (Gl 5.22). Quando o crente, por meio de suas ações, manifesta um amor sincero para com o seu inimigo, é sinal de que de fato o fruto do Espírito está em sua vida e que realmente tem o caráter de Cristo, que pediu perdão por aqueles que o crucificaram (Lc 23.34).

Teologicamente, podemos dizer que Deus quer que tenhamos paz com Ele, pois a inimizade que nos distanciava dEle foi desfeita por meio de Cristo Jesus (Rm 5.10), assim, reconciliados pelo evangelho, tendo o Espírito Santo na vida, podemos agora manifestar esse amor para com os nossos piores inimigos (Cl 1.23).

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Salmos 133.1-3
Davi declarou que a união é agradável e preciosa. Infelizmente, a união que deveria ser encontrada na Igreja nem sempre o é. As pessoas discordam e causam divisões por causa de assuntos sem importância. Alguns sentem prazer em causar tensão, depreciando e desacreditando os outros. Mas a união é importante porque:
(1) faz da igreja um exemplo para o mundo e ajuda a aproximar as pessoas do Senhor; 
(2) ajuda-nos a cooperar conforme a vontade de Deus, antecipando um pouco do gozo que teremos no céu; 
(3) renova e revigora o ministério, porque existe menos tensão para extrair a nossa energia.

Viver em união não significa que concordaremos com tudo; haverá muitas opiniões, da mesma maneira que existem muitas notas em um acorde musical. Mas devemos concordar em nosso propósito na vida: trabalhar juntos para Deus. A união reflete a nossa concordância de propósitos” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 2003, p.822).

CONCLUSÃO
A paz de que tratamos nesta lição é fruto do Espírito. Mesmo em meio às adversidades, podemos ter paz, pois é uma quietude interior que vem de Deus. Que você possa ser um pregoeiro da paz de Cristo, seja na Igreja ou fora dela.

Para realizar a missão de anunciar o Reino de Deus aos povos, o crente precisa viver em paz uns com os outros.

Fonte:

Livro de Apoio 1º trim 2017 - As Obras da Carne e o Fruto do Espírito - CPAD - Osiel Gomes
Revista Bíblica As Obras da Carne e os Frutos do Espírito - Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente - 1º sem_2017 - CPAD - Comentarista Osiel Gomes
Bíblia Defesa da Fé
Bíblia de Estudo Pentecostal
Dicionário Wycliffe


quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

"As inscrições de Siloé"

Turquia não devolverá prova da ligação dos judeus com Jerusalém

"Inscrição de Siloé" é menção extrabíblica da cidade, gravada em pedra

Apesar da retomada das relações diplomáticas no final do ano passado, a Turquia não devolverá a Israel a tabuleta conhecida como “As Inscrições de Siloé”.

O registro, de 2.700 anos de idade, feito em pedra, traz escritos feitos no túnel do rei Ezequias, que supria de água a fonte de Gion, no tanque de Siloé, no leste de Jerusalém.

O texto é considerado um dos mais antigos escritos sobre Jerusalém fora da Bíblia. A mensagem, grafada em um alfabeto paleo-hebraico, tem grande importância arqueológica, pois confirma a inequívoca ligação dos judeus com sua capital.

Ela descreve a construção mencionada no Antigo Testamento (2 Rs 20 e 2 Cr 30). A tradução da mensagem seria: “E esta foi a maneira em que foi perfurado: Enquanto [. . .] ainda havia [. . .] machados, cada homem em direção ao seu companheiro, e quando ainda faltavam três côvados para serem perfurados, [ouviu-se] a voz dum homem chamando seu companheiro, pois havia uma sobreposição na rocha à direita [e à esquerda]. Quando o túnel foi aberto, os cavouqueiros cortaram (a rocha), cada homem em direção ao seu companheiro, machado contra machado; e a água fluiu da fonte em direção ao reservatório por 1.200 côvados, e a altura da rocha acima da(s) cabeça(s) dos cavouqueiros era de 100 côvados.”

Encontrada em 1880 por arqueólogos britânicos, foi cortada da parede do túnel uma década depois. Foi entregue ao Império Otomano, que controlava Jerusalém na época, acabou indo para o Museu Arqueológico de Istambul, onde está até hoje. O local tem em seu acervo outras duas relíquias judaicas descobertas na Terra Santa.

Desde outubro de 2016, quando as Nações Unidas e a UNESCO passaram a negar os laços dos judeus com o Monte do Templo e com Jerusalém, tentado forçar sua entrega aos palestinos, o governo israelense vem usando como argumento a existência de vários registros extra bíblicos que provam o contrário.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu passou a dizer publicamente que tentaria reaver algumas dessas peças, incluindo a “Inscrição de Siloé”, que ele tentou repatriar pela primeira vez em 1998.

Em troca, ofereceu “qualquer coisa” que estivesse nos museus de Israel que pertencesse ao antigo Império Otomano. A Turquia não deu uma resposta pública na época e adotou a mesma estratégia agora. Com informações de Times of Israel

Uma cópia da inscrição Siloam, colocada perto de sua posição original
dentro do túnel de Hezekiah (Tamar Hayardeni / Wikipedia)


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quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Ordenanças da Igreja

Ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!” Mt 28.20

Ordenanças não são sacramentos
O batismo e a Santa Ceia são ordenanças, não sacramentos. Existe uma interpretação que atribui ao batismo e à Santa Ceia um valor quase mágico, sendo, por isso, chamados de sacramentos. Essa palavra significa: ‘Cada um dos sinais sensíveis produtores da graça, instituídos por Jesus Cristo como auxiliares indispensáveis para a pessoa conseguir a salvação eterna’ (Dicionário Eletrônico Michaelis. São Paulo, 1996).

Como podemos verificar, a palavra ‘sacramento’ é definida como sendo algo que transmita a graça de Deus àqueles a quem for ministrado. Convém observar que essa palavra não é encontrada em nenhum ponto da Bíblia, mas é uma expressão criada pelos próprios teólogos. Nem o batismo nem a Santa Ceia são sacramentos, mas sim ordenanças de Deus. O ensino da Bíblia é bem claro no sentido de que nenhum destes dois atos transmite a graça de Deus a alguém, pois são ministrados exclusivamente aos que já foram salvos pela graça de Deus, em Jesus Cristo.

Além disso, convém observar que Deus jamais entregou aos homens meios visíveis que pudessem ser utilizados por alguém para transmitir a graça divina a outro homem. A graça de Deus vem somente por Cristo, pela fé no seu sangue (cf. Rm 3.24; 5.15; 2Tm 1.9)” (BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 1999, pp.241,242).

“Batismo” e “Santa Ceia”, tais ordenanças não são para serem vistas como obrigações, e sim como privilégios concedidos àqueles que tomaram a feliz decisão de estarem em comunhão com Deus e tornarem-se participantes do Corpo de Cristo que é a Igreja.

As ordenanças de Cristo à sua Igreja são práticas que devem perdurar até que Ele volte.

Leitura Bíblica: Mateus 26.20,26-30

INTRODUÇÃO

Jesus deixou diversas ordens para os seus discípulos individualmente, como ensinar todas as pessoas, evangelizar, orar, perdoar inimigos e amar a Deus acima de todas as coisas. No que tange à Igreja, como reunião de discípulos, o Mestre deixou duas específicas: a celebração do Batismo e da Santa Ceia. Ambas as cerimônias possuem objetivos específicos, e sobre eles estudaremos nesta lição.

I. O QUE SÃO ORDENANÇAS?

1. Definindo o termo ordenanças.
A expressão ordenanças traz a ideia de um grupo de mandamentos específicos, que devem ser repetidos reiteradas vezes. No caso das ordenanças de Jesus, o Batismo e a Santa Ceia, devem ser repetidos sempre, para que o povo de Deus, a Igreja, se lembrasse não apenas do sacrifício de Cristo, mas igualmente do seu efeito para conosco.

Ordenanças, no caso do batismo e da Santa Ceia, são rituais que exemplificam para a Igreja os últimos momentos de Jesus com seus discípulos e a ressurreição de nosso Senhor.

2. Uma ordem de Jesus Cristo.
Jesus deixou claro que seus discípulos deveriam ensinar, batizar e celebrar a Ceia do Senhor: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Em relação à Santa Ceia, “E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide até àquele Dia em que o beba de novo convosco no Reino de meu Pai” (Mt 26.29).

3. O cumprimento das ordenanças confere alguma graça ao crente?
A igreja romana entende que o cumprimento das ordenanças fazem com que o fiel seja contemplado por Deus com uma graça especial, mas a Bíblia não confirma esse ensinamento. Seu cumprimento mostra que somos obedientes e que cremos naquilo que Jesus nos disse; portanto, somos pessoas agraciadas por Deus tendo em vista nossa fé e obediência. As ordenanças, pois, não são um poder mágico que confere alguma bênção especial.

As Ordenanças servem como um memorial para os crentes de todas as gerações, e por isso, sempre devem ser lembradas e celebradas na comunhão dos santos.

II. O BATISMO

1. O que é o batismo?
Batismo significa literalmente imersão. Essa palavra vem do grego, traduzida como “mergulhar, banhar, imergir”. No Novo Testamento, vemos que João, o batista, batizava pessoas no rio Jordão, e batizou o Senhor Jesus (Mt 3.13-17), que a seguir ordenou que seus discípulos batizassem aqueles que cressem no Evangelho (Mt 28.19). Pedro batizou gentios que ouviram a Palavra na casa de Cornélio (At 10), e Paulo foi batizado, possivelmente por Ananias (At 9). O batismo ordenado por Jesus é por imersão.

2. Jesus foi batizado.
Jesus passou pela experiência do batismo. A Bíblia nos fala em Marcos 1.10 sobre o batismo de Jesus: “logo que saiu da água”, uma referência clara de que Jesus foi batizado por imersão. E o batismo de Jesus foi uma forma de Ele se identificar com os pecadores. Ele não precisava ser batizado, mas o foi, para nos mostrar a importância do ato para a vida cristã e para a compreensão adequada do Evangelho. (Jesus foi batizado nas águas com a idade de trinta anos - grifo nosso)

3. O batismo infantil.
Há igrejas que batizam utilizando o processo de imersão. Outras utilizam-se do processo de aspersão. De forma geral, as igrejas evangélicas não batizam crianças. A Palavra de Deus nos fala que Jesus foi apresentado no Templo, e não batizado, o que só ocorreu quando Jesus tinha a idade de trinta anos. Outro fator que deve ser levado em conta é que o batismo é apresentado nas Escrituras como um ato daquele que crê na mensagem do Evangelho (At 2.41; 8.12), e isso exige maturidade não apenas para entender a mensagem do Evangelho, mas também para aceitar Jesus e prestar o testemunho público prévio ao batismo. Por esses fatores, não é adequado nem bíblico batizar crianças.




O batismo exige que tenhamos consciência de sua importância, e entendimento para publicamente manifestar nosso testemunho em Cristo Jesus.


III. A SANTA CEIA

1. A origem da Santa Ceia.
A Santa Ceia teve sua origem na noite em que Jesus fez sua última refeição com os seus discípulos, antes de ser crucificado. Em um momento de comunhão, o Senhor com eles, lavou-lhes os pés e transmitiu-lhes as recomendações finais. A Ceia foi o último momento de comunhão do Senhor com seus apóstolos até a crucificação (Mt 26.29).

2. Os propósitos da Santa Ceia.
A celebração da Santa Ceia traz para nós diversos significados. Em primeiro lugar, ela representa a continuidade da nossa comunhão com o Salvador. À última Ceia estavam presentes Jesus e seus discípulos, o grupo mais próximo do Salvador. Em segundo lugar, ela representa a lembrança do sacrifício de Jesus Cristo por nossos pecados. A Ceia instituída pelo Senhor foi celebrada na Páscoa, quando um cordeiro era sacrificado, e Jesus, o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, foi sacrificado por nós.

É a celebração de uma nova aliança. Comer e beber juntos traz a ideia de uma aliança feita entre duas partes. Essa Ceia é a imagem de uma nova aliança entre Jesus e os seus seguidores.

É a manifestação da minha fé em Cristo. Quando celebro a Santa Ceia demonstro de forma pública a minha fé em Jesus e a comunhão com Ele, aguardando a sua Segunda Vinda.

É um momento de gratidão. Jesus abençoou o pão e deu graças pelo vinho (Mc 14.22-24). Na Santa Ceia, demonstro minha gratidão pelo que Cristo fez, e agradeço por ter sido alcançado por sua graça.

3. Os elementos da Santa Ceia.
Aqui cabe uma observação. A igreja romana entende que os elementos da Santa ceia, o pão e o vinho, se transformam na carne e no sangue de Jesus. O pão e o vinho não mudam sua forma para se tornarem carne e sangue de verdade, como pensam os católicos. A Bíblia jamais dá a entender essa ideia e a ciência não a respalda a teoria. Jesus não tinha a intenção de nos fazer crer que, por ocasião da Ceia, o pão se tornaria carne e que o vinho se tornaria em sangue. Ele apenas nos orientou a seguir essa ordenança em memória dEle.

A Santa Ceia em Corinto foi alvo de críticas e orientação do apóstolo Paulo. Naquela igreja, marcada por divisões, egoísmo e abuso dos dons espirituais, os membros se reuniam, mas não com o propósito de celebrar a comunhão e relembrar o sacrifício de Cristo, e sim para comerem o que haviam trazido para aquela reunião. Na ocasião de demonstrar comunhão e respeito uns pelos outros, demonstravam seu egoísmo a ponto de uns se embebedarem, e outros passarem fome (1Co 11.21). Por isso, foram duramente repreendidos por Paulo. Mais do que comer juntos, deveriam respeitarem-se uns aos outros e não perder o foco da lembrança do retorno do Senhor.

Leia mais sobre:

Pense! A Santa Ceia é um momento de comunhão importante para os membros do Corpo de Cristo, pois nesse momento, juntos, relembramos o sacrifício de Cristo até que Ele retorne.

Ponto Importante! A vinda de Cristo para buscar a sua Igreja deve ser um dos nossos motivos de celebrar a Santa Ceia, e também a certeza de que nosso tempo aqui está acabando, pois a volta do Senhor está próxima.


CONCLUSÃO

As duas ordenanças de Cristo à sua Igreja são válidas e necessárias para os nossos dias, e a Igreja de Cristo tem o dever não apenas de relembrá-las, mas de cumpri-las periodicamente, dando exemplo às gerações que se sucedem.


HORA DA REVISÃO

1. Defina o termo ordenanças.
A expressão ordenanças traz a ideia de um grupo de mandamentos específicos, que devem ser repetidos reiteradas vezes.

2. Quais são as ordenanças da igreja estabelecidas por Jesus?
O Batismo e a Santa Ceia.

3. O cumprimento das ordenanças confere graça ao crente?
Não. Somos pessoas agraciadas por Deus tendo em vista a nossa fé e obediência.

4. O que é o batismo?
Batismo significa literalmente imersão. Jesus ordenou que os seus discípulos batizassem os que cressem no Evangelho.

5. O batismo infantil é bíblico?
O batismo é apresentado nas Escrituras como um ato daquele que crê na mensagem do Evangelho (At 2.41; 8.12), e isso exige maturidade não apenas para entender a mensagem do Evangelho, mas também para aceitar Jesus e prestar o testemunho público prévio ao batismo. Portanto, o batismo infantil não é bíblico.

Fonte:
Lições Bíblicas - 1º trim.2017 - A Igreja de Jesus Cristo - Sua origem, doutrina, ordenanças e destino eterno - Comentarista: Alexandre Coelho - CPAD 


Sugestão de leitura:

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