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terça-feira, 30 de maio de 2017

Barro nas Mãos do Oleiro

"Levanta-te, e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras." Jeremias 18:2

No livro de Jeremias, Capitulo 18, Deus conduz o profeta a visitar uma olaria e observar o trabalho de um oleiro. A visão do profeta, serviria de mensagem para toda nação de Israel: Deus, O Oleiro. Israel, o barro. A roda do oleiro, o tempo. A voz de Deus, foi audível, naquele lugar. O trabalho dos oleiros, na confecção de vasos de barro, nunca mudou. É o mesmo, através dos séculos. A mensagem, portanto, a ser transmitida, permanece. O que Deus, nos fala através dessa metáfora?

O Barro: Em seu estado bruto, não serve para manuseio, na roda de oleiro. Precisa, passar por todo um processo, se tornar elástico, para modelagem: Colhe-se o barro, penera, mistura com água, deixa de molho (para livrar das impurezas) e é pisado até sair todas as bolhas de ar(enfraquecem o vaso na hora de passar pelo forno). No forno, o barro, enfim, se torna mais resistente.

O Vaso: Do barro fomos criados (Gn 2:7) e ao barro tornaremos (Ec 12:7). Vivemos, portanto, para o objetivo de sermos levados "a casa do Oleiro". Um digno destino. A olaria, simboliza, o Reino de Deus.

Algumas porções de barro, se tornam, "vasos de honra" (II Tm 2:21). Carregam tesouros (IICor 4:7). Algumas, vasos de desonra (Rm 9:21): Passaram pelo Oleiro, porém, estão a carregar coisas impuras, ilícitas, produtos de roubo, morte e destruição. Relaciono estes, aos apostatas, pessoas que deixaram "o primeiro amor", no afã de se tornarem, servos de Mamon. Vasos de desonra.

Ainda existe, um terceiro e triste destino para um vaso: ser quebrado. "...Deste modo quebrarei eu a este povo, e a esta cidade, como se quebra o vaso do oleiro, que não pode mais refazer-se..." Jr 19: 11. A quebra do vaso, pelas mãos de Jeremias, tinha o propósito de alertar as pessoas de seus graves pecados. Simbolizava julgamento. Israel, passara, de vaso de honra, para desonra e por fim seria destruída. A utilidade (ou inutilidade) do vaso, define sua longevidade. Que tipo de vaso, estamos sendo?

O ser humano, pecador, cheio de impurezas, barro, no estado bruto, chega a "Olaria" para ser trabalhado. Somos escolhidos (At 9:15), purificados (Jo 17:17), provados (Sl 11:5) e aprovados (IITm 2:15).

O Oleiro: Com destreza e paciência, molda o barro, que, na roda de oleiro, é totalmente dependente D'Ele. Se deixa moldar. Se, ao tomar forma de vaso, o barro, se despedaçar, O Oleiro, torna a juntar a massa e faz outro vaso, ainda melhor. Ele não abandona o vaso, despedaçado em suas mãos.

Deus, anseia que entremos na olaria, no Seu Reino. Só assim o barro ganha forma. Um material, pobre e fácil, tornado excelente. "Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro para que a excelência do conhecimento seja de Deus e não de nós" II Cor 4:7. Um paradoxo: Seres humanos, frágeis, tornando-se instrumentos nas mãos de Deus.E nesse processo, Ele perdoa, a todo que se fizer servo. Ele revigora as forças do abatido, animando-o a prosseguir. Como o vaso, que quebra na roda de moldar e recebe nova vida.

Que Deus em Cristo, nos faça recordar, sempre, que eramos barro, destinados a perdição: Arrastados pela água, ressecados pelo sol, levados pelo vento. O Oleiro, nos recolheu. Entregues em suas mãos, nos tornamos vasos. Moldados para o serviço. Louvado seja O Oleiro!

por: Wilma Rejane

Fontes:Bíblia de Estudo Plenitude, Almeida J.F. Edição Revista e Corrigida 1995, SBB.

"Mas agora, ó Senhor, tu és nosso Pai; nós o barro e tu o nosso oleiro; e todos nós a obra das tuas mãos." Isaías 64:8
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segunda-feira, 29 de maio de 2017

Pastor John Harper - Pregando o Evangelho no naufrágio do Titanic

Pastor que estava no Titanic morreu pregando durante naufrágio

John Harper entregou seu próprio colete salva-vidas para outro passageiro e continuou pregando o Evangelho até o fim, conforme relatos dos sobreviventes.

Pastor John Harper e o Titanic no porto de Southampton,
na costa sul do Reino Unido, em 10 de abril de 1912.
(Foto: Wikipedia)
Homens de Deus estão em todos os lugares. Um desses homens foi o pastor John Harper, que morreu entre as vítimas do naufrágio do Titanic, em abril de 1912, que afundou depois de atingir um iceberg no Oceano Atlântico.

Harper nasceu em um lar cristão na Escócia, em 1872, e começou a pregar o Evangelho aos 18 anos. Em 1897, se tornou pastor da Igreja Batista Road Paisley, na cidade de Glasgow, e viu a igreja crescer de 25 membros para mais de 500 fiéis.

Na época do desastre do Titanic, Harper tinha 39 anos, era viúvo e estava com a filha de seis anos, Annie Jessie, e sua irmã, Jessie W. Leitch. Juntos, eles estavam viajando rumo a Chicago, em Illinois, nos Estados Unidos, para pregar por várias semanas na Igreja Moody.

Sua filha e sua irmã foram colocadas em um bote salva-vidas e sobreviveram, mas Harper ficou para trás com o objetivo de cumprir sua última missão: perder sua vida para salvar outras.

Em certo momento, o pastor decidiu entregar seu próprio colete salva-vidas para outro passageiro e continuou pregando o Evangelho de Cristo até o fim, conforme relataram os sobreviventes.

No livro “The Titanic's Last Hero” (“O Último Herói do Titanic”), publicado em 2012 por Moody Adams, foi registrado o testemunho do último homem evangelizado pelo pastor.

"Nos cinquenta minutos finais, George Henry Cavell, que estava apoiado numa prancha, se aproximou de John Harper. Harper, que estava se debatendo na água, gritou: ‘Você é salvo?’ Ele respondeu: ‘Não’. Harper gritou as palavras da Bíblia: ‘Creia no Senhor Jesus Cristo e será salvo’. Antes de responder, o homem foi puxado para dentro do mar.

Minutos mais tarde, a corrente trouxe George de volta e eles ficaram à vista um do outro. Mais uma vez, Harper gritou: "Você é salvo?" Novamente, ele respondeu: "Não". Harper repetiu as palavras de Atos 16:31: "Creia no Senhor Jesus Cristo e você será salvo".

Cansado e sem forças, Harper escorregou no mar e morreu afogado. O homem que ele evangelizou depositou sua fé em Jesus Cristo e, mais tarde, foi resgatado pelos botes salva-vidas. Na província de Ontário, no Canadá, George Henry testemunhou que foi o último convertido de John Harper.

O pastor Harper selou em sua morte o que ele tinha vivido ao longo de sua vida: a paixão pelo Evangelho e a preocupação com almas perdidas. Segundo seu irmão, o pastor George Harper, John levou multidões ao Senhor durante sua vida e mostrou a força do Evangelho para o mundo.

Fonte: Guiame 
com informações de Evangelical Focus
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sábado, 27 de maio de 2017

Hulda, a mulher que estava no lugar certo

“Assim diz o Senhor: Eis que trarei mal sobre este lugar e sobre os seus habitantes, a saber, todas as maldições que estão escritas no livro que se leu perante o rei de Judá” 2Cr 34.24

Num tempo onde o ofício profético era exercido majoritariamente por homens, Deus levantou uma mulher dentre os profetas para exercer esse santo ofício.
A nação de Israel estava afastada dos caminhos de Deus. Segundo o livro de Deuteronômio 28, havia uma profecia proferida por Moisés sobre o povo de Israel que determinaria a exaltação ou a humilhação da nação: “E será que, se ouvires a voz do Senhor, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu te ordeno hoje, o Senhor, teu Deus, te exaltará sobre todas as nações da terra. E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do Senhor, teu Deus” (vv.1,2). Ora, quando essa profecia foi proferida o povo de Israel estava próximo de entrar na terra prometida. O conteúdo do texto é claro: o sucesso da nação na nova terra estava condicionado à obediência do povo aos mandamentos de Deus.
Enquanto o povo fosse fiel a Deus, o eterno o abençoaria (Dt 28.3-14). Mas quando essa fidelidade fosse interrompida o povo sofreria as consequências de sua decisão: “Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do Senhor, teu Deus, para não cuidares em fazer todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então, sobre ti virão todas estas maldições e te alcançarão” (Dt 29.15). Ou seja, no lugar de bendito na cidade, o povo seria maldito; de bendito no campo, maldito; de bendito ao entrar ou sair, maldito. Consequências inumeráveis viriam sobre o povo eleito por Deus em decorrência da sua desobediência.
Nos tempos do rei Josias a nação de Israel estava completamente alheia aos princípios e propósitos dos mandamentos de Deus. Quando o Hilquias, sumo sacerdote, achou o livro da Lei e o levou ao rei Josias e leu ao rei, ao tomar conhecimento do conteúdo da Lei, Josias temeu. Imediatamente procurou a profetisa Hulda para ouvir de Deus sobre o que fazer. Ele sabia que a nação estava afastada de Deus e as consequências para isso eram irreparáveis.
Aqui, Hulda aparece como a profetisa que não se cala e confirma o que Deus faria à Judá devido à desobediência da nação. A mensagem de Hulda era de maldição, não de bênção. Deus faria cumprir sua vontade. A profetisa Hulda não teria outra atitude a tomar, senão a de entregar o que Deus havia determinado, embora o conteúdo fosse duro e pessimista. A coragem e a determinação de Hulda são dignas de nossa admiração. Revista Ensinador Cristão nº70

Quando o povo se corrompe, Deus levanta homens e mulheres como instrumentos de advertência contra o pecado.

Hulda foi uma mulher sábia e prudente que entrou em cena num período da história de Judá e de Israel em que os reis corromperam-se mais do que os povos ímpios que não reconheciam a Deus. Mesmo vendo a situação calamitosa de seu povo, não se apressou em emitir profecia ou mensagem de sua própria vontade. Porém, no tempo de Deus, ela foi tirada do anonimato e foi usada para transmitir uma mensagem muito dura contra o povo de Judá, no reinado de Josias, filho de Amom e neto de Manassés, que foram reis perversos que levaram a nação inteira a dar as costas para Deus e voltar-se para a idolatria mais perversa que a Bíblia registra. Josias foi contemporâneo dos profetas Jeremias (Jr 1.2) e Sofonias (Sf 1.1), que o ajudaram em sua missão de reconduzir o povo aos caminhos do Senhor. Mas Deus não quis usar nenhum desses homens para entregar a mais tremenda mensagem de condenação a seu povo por suas iniquidades. Ele quis usar a profetisa Hulda para advertir o povo da grande tragédia que haveria de cair sobre Judá e Jerusalém. Hulda entrou em cena na história do povo de Judá, mas logo desapareceu após cumprir a missão árdua que Deus lha confiara. Pouco se sabe sobre ela, a não ser que era esposa de Salum, guardador das vestiduras, e que habitava em Jerusalém, “na segunda parte” da cidade, ou na “cidade baixa” (2 Rs 22.14). Ela entrou para a história quando o rei Josias tomou conhecimento do conteúdo do livro da Lei, que fora perdido na Casa do Senhor. Ao ouvir a leitura do livro da Lei e as maldições que cairiam sobre seu povo, o rei mandou consultar ao Senhor sobre tamanha desgraça causada pela desobediência do povo. E o sacerdote Hilquias procurou Hulda, a profetisa, para saber como proceder. E Hulda, usada por Deus, proferiu terrível profecia contra Judá, mostrando que Deus derramaria terrível juízo sobre a desobediência do povo. Apesar disso, a mensagem de Deus para o rei Josias foi de amor e misericórdia. Por meio de Hulda, Deus mandou dizer ao jovem monarca que vira o seu coração humilde e o seu quebrantamento e que não traria mal algum que previra sobre Judá no tempo de seu reinado. De pronto, o rei tomou as medidas urgentes e necessárias para levar o povo ao arrependimento. Ele próprio fez concerto com Deus de obedecê-lo em seu reinado. Depois, levou o povo a fazer o concerto com Deus. E, de forma mais concreta, mandou retirar todas as abominações que o povo adotara em Judá e Jerusalém.

I - HULDA, VIVENDO NUM TEMPO DE CRISE

1. Quem Foi Hulda
Foi uma serva de Deus que demonstrou ter um caráter firme, decidido e discreto, num tempo em que reis e profetas desviaram-se dos caminhos do Senhor. Pouco se sabe acerca dela. Seu nome, no hebraico, significa “doninha”. O texto em estudo diz que ela era esposa de Salum, filho de Ticva, que era guardador das vestiduras e habitava em Jerusalém, “na segunda parte” da cidade, ou na “cidade baixa” (2 Rs 22.14). Ela exerceu a atividade de profetisa num tempo em que esse ofício era predominantemente confiado a homens. A Bíblia registra que houve apenas mais duas profetisas em toda a história do Antigo Testamento: Miriã, irmã de Moisés (Ex 15.20), e Débora, que, além de profetisa, era Juíza (Jz 4.4). Hulda entrou em cena num momento especial e dramático da história do reino de Judá, no reinado de Josias (639-609 a.C).

Deus não fica impedido de operar quando os homens fogem à sua responsabilidade como líderes para servir a seu povo. Em termos espirituais e morais, a situação de Israel era das piores. Avaliamos melhor o papel de Hulda no meio de seu povo, bem como o seu testemunho eloquente de mulher de Deus, quando vemos, ainda que de forma resumida, o pano de fundo histórico em que ela vivia. O texto bíblico dá a entender que Hulda reconhecia o seu lugar como profetisa, mas ela só entrou em ação quando foi solicitada.

2. Ascensão e Decadência do Reino
Hulda viveu no tempo do reinado do rei Ezequias. Ele foi um grande rei usado por Deus de forma extraordinária (716-687 a.C). Porém, ele terminou mal os seus dias por ter dado lugar à exaltação em sua vida. O sucesso em seu reinado e o êxito como administrador fizeram-no sentir-se orgulhoso (2 Cr 32.25). A Bíblia adverte: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda” (Pv 16.18). Sua prosperidade superou a de muitos reis que o antecederam (2 Cr 32.27-30), mas ele não soube administrar o sucesso sem perder a humildade. Quando cometeu a imprudência de revelar segredos a emissários da Babilônia, Deus repreendeu-o, prometendo juízo sobre seu povo em tempos posteriores. Numa demonstração de egocentrismo, ele disse que era boa aquela palavra (2 Rs 20.19). Ezequias é o exemplo de líder que foi escolhido por Deus, que realizou um excelente ministério, mas que não soube consolidar os resultados até o fim. Ele começou bem e terminou de forma melancólica.

II - HULDA VÊ O TEMPO DO AVIVAMENTO

Podemos afirmar que Hulda era uma mulher de oração, de profunda comunhão com Deus em seu ofício incomum de profetisa, num tempo em que os homens eram as referências no ministério profético de caráter nacional. Ela testemunhou os desvios e desmandos de Ezequias e seus sucessores. Certamente, com angústia na alma, ela pedia a Deus a mudança daquele quadro. Humanamente, isso era impossível, mas quando Deus quer agir, o impossível não faz parte de sua linguagem. Se os outros reis não tomaram conhecimento de seu ministério profético, Hulda viu Deus trabalhar de forma evidente para ouvir suas orações e levantou um menino para promover mudanças impactantes no reino de Judá.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Josias foi o último dos reis justos de Judá. Já em tenra idade começou a buscar o Senhor com toda a dedicação e, quatro anos mais tarde, começou a expurgar de Judá a religião falsa. Enquanto o Templo estava sendo restaurado, Hilquias achou o livro da Lei escrito por Moisés. Surgiu daí um novo compromisso com a Palavra de Deus, e todo o país experimentou uma renovação espiritual. Os profetas Jeremias, Sofonias e Habacuque ajudaram Josias no seu esforço de reconciliar o povo com Deus; quanto à condição espiritual do povo nos tempos de Josias.
O ‘livro da lei’ que Hilquias achou, tratava-se da lei que fora dada ‘pelas mãos de Moisés’; era, sem dúvida, um exemplar do Pentateuco, ou seja: os cinco livros da Bíblia. Essa descoberta dá testemunho da mão providente e soberana de Deus, cuidando da sua Palavra inspirada, protegendo-a da destruição pelos idólatras e apóstatas. Realmente, a inspirada Palavra de Deus escrita é indestrutível” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, p.609).

III - HULDA É USADA POR DEUS

1. A Dura Mensagem de Deus
Hulda poderia ter sido usada como outros profetas que, ao contemplarem os desvios do povo, levantaram-se para combater reis, sacerdotes e o povo em geral. Ela, porém, ficou no seu lugar. Essa atitude fazia parte do seu caráter reservado. No tempo de Deus, ela foi apresentada a serviço do seu povo. O sumo sacerdote Hilquias e os demais assessores do rei foram procurar a profetisa Hulda para saber o que iria acontecer com Judá, tendo em vista a grande pecaminosidade de seu povo, motivada pela desobediência à palavra de Deus. Os emissários relataram o grave acontecimento por terem tomado conhecimento dos terríveis castigos previstos na Lei de Deus para as transgressões deliberadas do povo. Desse modo, cumprindo sua missão, ainda que num tempo bastante curto como fiel mensageira do Senhor, Hulda deu a resposta ao rei: “E ela lhes disse: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Dizei ao homem que vos enviou a mim: Assim diz o Senhor: Eis que trarei mal sobre este lugar e sobre os seus habitantes, a saber, todas as maldições que estão escritas no livro que se leu perante o rei de Judá. Porque me deixaram e queimaram incenso perante outros deuses, para me provocarem à ira com toda a obra das suas mãos; portanto, o meu furor se derramou sobre este lugar e não se apagará” (2Cr 34.23-25).

Tanto o rei como os seus assessores já sabiam da gravidade da situação quando ouviram a leitura do livro da lei que foi achado na Casa do Senhor. Talvez, o povo mais abençoado por Deus, o povo de Israel, por motivos estranhos, nunca permaneceu por longo período em obediência plena ao Senhor. O livro de Juízes mostra a obstinação do povo em pecar, em afastar-se dos caminhos do Senhor. Quando obedeciam a Deus, havia paz, havia bonança e prosperidade. Quando desobedeciam, havia guerra, opressão, cativeiro, escassez e miséria. Por misericórdia, Deus sempre dava um escape, mas a desobediência sempre foi recorrente no meio daquele povo. No texto em estudo, vemos o povo do reino do Sul, em Judá, numa situação espiritual deplorável. Dá a entender que já fazia muito tempo que a lei sequer era lida perante o povo. O livro da Lei estava perdido!

A resposta profética de Hulda resume a situação de miséria espiritual do povo: idolatria vergonhosa, a ponto de deixarem de adorar ao Deus de seus pais, que os tirou do cativeiro egípcio e os levou pelo deserto abrasador em segurança até Canaã; o povo inclinava-se perante ídolos ou deuses feitos pelas mãos dos homens, provocando a ira do Senhor. A sentença de Deus através de Hulda foi: “ [...] o meu furor se derramou sobre este lugar e não se apagará” (v. 25). Era o prenúncio do cativeiro de Judá anos depois.

2. Hulda Profetiza para o Rei Josias
Deus sabe separar aquele que é bom no meio dos maus; ele sabe ver o justo no meio da injustiça; Ele reconhece o caráter de homens que não se corrompem no meio da multidão dos corrompidos. Ele viu Noé e sua família no meio da população mundial de sua época e considerou-os dignos de serem poupados da destruição do Dilúvio. Na crise espiritual de Judá e Jerusalém, Deus mostrou à profetisa Hulda que o rei Josias não seguiu os maus caminhos de seus pais, mas humilhou-se diante de Deus, reconhecendo a calamidade espiritual de seu povo quando tomou conhecimento do que estava escrito no livro da Lei, além das maldições que eram previstas por Deus para a nação desobediente e idólatra. E, assim, ela fez saber a Josias que tinha visto o seu coração sincero perante seu Deus. A profecia de Hulda para Josias foi um alento para ele, face o seu desespero diante da tragédia que estava prevista sobre seu povo.

Disse Hulda aos mensageiros do rei: “Porém ao rei de Judá, que vos enviou a consultar ao Senhor, assim lhe direis: Assim diz o Senhor, Deus de Israel, quanto às palavras que ouviste: Como o teu coração se enterneceu, e te humilhaste perante Deus, ouvindo as suas palavras contra este lugar e contra os seus habitantes, e te humilhaste perante mim, e rasgaste as tuas vestes, e choraste perante mim, também eu te tenho ouvido, diz o Senhor. Eis que te ajuntarei a teus pais, e tu serás recolhido ao teu sepulcro em paz, e os teus olhos não verão todo o mal que hei de trazer sobre este lugar e sobre os seus habitantes. E voltaram com esta resposta ao rei” (2 Cr 34.26-28).

Deus teve misericórdia do jovem rei de Judá. Sua resposta para ele, através de Hulda, mostra que o Senhor considerou as atitudes corretas de Josias. O seu coração ficou enternecido, ou seja, ficou sensível, quebrantado; ele humilhou-se perante Deus quando ouviu a leitura do livro sagrado, que fora desprezado de forma tão irresponsável por seus pais; num sinal de profunda tristeza, vergonha e dor pela situação de seu povo perante Deus, ele rasgou suas vestes; mais que isso, Josias chorou diante de Deus. O Senhor agrada-se quando um homem prostra-se humilhado ante os próprios pecados ou então quando se humilha, intercedendo por outros ou por seu povo. É interessante notar que Josias não viu tais comportamentos em seu pai (Amom) e em seu avô (Manassés). Pelo contrário, ele viu a desobediência, a rebeldia e a obstinação deles em andar de modo contrário à vontade de Deus. Porém, mesmo sendo muito jovem, ele entendeu que o caminho seria o do retorno à vontade do Senhor. Por isso, quebrantou-se e foi reconhecido por Deus. Diz a Bíblia: “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” (SI 51.17). A resposta de Deus a Josias foi altamente positiva e confortadora para ele: “Eis que te ajuntarei a teus pais, e tu serás recolhido ao teu sepulcro em paz, e os teus olhos não verão todo o mal que hei de trazer sobre este lugar e sobre os seus habitantes” (2Cr 34.28).

3. O Efeito da Profecia sobre Judá e Jerusalém
Quando um profeta merece credibilidade, sua palavra é reconhecida como sendo da parte de Deus por ser diferente da dos falsos profetas (Dt 18.18-22). Após ouvir a mensagem profética de Hulda, Josias tomou de imediato algumas medidas que demonstram o seu cuidado e zelo em ouvir a voz de Deus. Ele fez uma convocação urgente “a todos os anciãos de Judá e Jerusalém”. As mudanças numa nação ou numa igreja só têm efeito se começarem pela liderança. Em segundo lugar, ele próprio “subiu à Casa do Senhor com todos os homens de Judá e os habitantes de Jerusalém, e os sacerdotes, e os levitas, e todo o povo, desde o maior até ao menor”. Depois de reunir todo o povo, “ [...] ele leu aos ouvidos deles todas as palavras do livro do concerto, que se tinha achado na Casa do Senhor” (2Cr 34.29,30). Até então, apenas o rei e seus assessores tinham conhecimento do conteúdo do livro da Lei e das maldições previstas contra a desobediência do povo. Por isso, Josias providenciou para que a leitura do livro fosse feita perante todo o povo, a exemplo do que fizera Esdras, o sacerdote, no tempo de Neemias, diante todo o povo (Ne 8.2,3).

Todas essas medidas eram de caráter conscientizador, mas faltavam as medidas de caráter prático. Somente a conscientização e o arrependimento sem as mudanças concretas, na prática, no dia-a-dia do povo, nada resolvem. O rei foi sábio e corajoso. Primeiramente, ele próprio fez concerto com Deus para obedecer a sua palavra: “E pôs-se o rei em pé em seu lugar e fez concerto perante o Senhor, para andar após o Senhor e para guardar os seus mandamentos, e os seus testemunhos, e os seus estatutos, com todo o seu coração e com toda a sua alma, cumprindo as palavras do concerto, que estão escritas naquele livro” (2Cr 34.31). Ele entendeu que precisava dar o exemplo de liderança e, antes de propor um concerto do povo com Deus, assumiu o compromisso diante de Deus e do povo de pautar seu reino pelos mandamentos do Senhor.

Em seguida, ele levou o povo a fazer o concerto com Deus: “E fez estar em pé a todos quantos se acharam em Jerusalém e em Benjamim; e os habitantes de Jerusalém fizeram conforme o concerto de Deus, do Deus de seus pais” (2Cr 34.32). Por fim, Josias usou da autoridade que Deus concedera a ele e determinou que “todas as abominações” fossem tiradas do meio de Israel. Tais abominações eram os ídolos perante quem seus pais ficavam curvados, afrontando a santidade de Deus, e também as práticas abomináveis que provocaram a ira do Senhor sobre Israel e Judá, como oferecer sacrifícios humanos aos demônios, incluindo crianças inocentes. E Josias usou da sua autoridade respaldada na palavra de Deus para obrigar o povo a oferecer o verdadeiro culto ao Senhor: “E Josias tirou todas as abominações de todas as terras que eram dos filhos de Israel; e a todas quantos se achara em Israel obrigou a que com tal culto servissem ao Senhor, seu Deus; todos os seus dias não se desviaram de após o Senhor, Deus de seus pais” (2Cr 34.33).

Depois das reformas necessárias, Josias cumpriu o que Deus determinara e, então, celebrou a Páscoa ao Senhor em Jerusalém (2Cr 35.1-19).

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“O grupo designado por Josias procurou a profetisa Hulda. É difícil explicar porque eles desconsideraram servos de Deus como Sofonias, Jeremias ou possivelmente Habacuque, que viviam naquele tempo. Ela era rara exceção, já que os homens normalmente ocupavam o cargo de profeta. Hulda, presumivelmente, havia se estabelecido como uma confiável porta-voz de Deus. A sua inspiração profética nesta ocasião é justificativa suficiente para os servos do rei a terem procurado.
A palavra do Senhor através de Hulda consistia de dois pontos principais: (a) A ira de Deus havia sido acesa e o julgamento viria sobre o povo por causa das práticas idólatras; Josias, o rei de Judá não viveria para ver a destruição e a desolação resultante da ira de Deus.
A importância das Escrituras tanto na vida pessoal como nacional é realçada nos versículos de 2 Reis 22.8-20. O tema desta passagem é ‘trazendo o livro de volta’. (1) A lei estava perdida dentro do próprio Templo; (2) Sua repercussão levou ao arrependimento; (9) O arrependimento leva ao reavivamento; (4) O reavivamento possibilita a prorrogação da pena, e inclina os corações à busca do perdão” (Comentário Bíblico Beacon. 1ª Edição. Volume I. RJ: CPAD, 2005, p.385).

JOSIAS - "Tinha Josias oito anos de idade quando começou a reinar, e reinou trinta e um anos em Jerusalém; e era o nome de sua mãe, Jedida..." 2 Reis 22:1
“A intenção de Deus em trazer desastre sobre Judá como punição é confirmada pela profetisa Hulda. Porém, a Josias é prometido que o julgamento não acontecerá em seu tempo. Josias responde a essa palavra de graça ao redobrar seus esforços em direção ao Senhor. Nesse mesmo ano, Josias conclama seu povo para novamente celebrar a Páscoa, com cerimônia sem igual desde o tempo de Samuel. Com a idade de 39 anos, o reinado devoto de Josias finaliza subitamente. Ele é morto lutando contra o faraó Neco que, aparentemente, está correndo para ajudar as forças assírias presentes a serem esmagadas pelos babilônios”. Para conhecer mais leia, Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p.301.

CONCLUSÃO

A profetisa Hulda foi uma mulher de Deus que teve um papel significante para a história de seu povo, ainda que de modo muito passageiro. Todavia, o que importa é a qualidade de seu trabalho, e não a extensão de seu ministério. Hulda soube colocar-se discreta e humildemente no lugar que Deus reservou a ela. Mas, no momento certo, entregou a mensagem de condenação de Deus ao povo de Judá, que, de maneira contumaz, afastara-se dos caminhos do Senhor.


Fonte: Livro de apoio - O Caráter do Cristão - Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro - Elinaldo Renovato de Lima
Lições Bíblicas CPAD - 2º trim.2017 adultos - O Caráter do Cristão - Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro - Elinaldo Renovato de Lima
Dicionário Bíblico Wycliffe
Bíblia de Estudo Pentecostal - CPAD

Aqui eu Aprendi!

A Bondade Divina e a Regra de Ouro

E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira fazei-lhes vós também” Lc 6.31

Pedir, Buscar, Bater: Jesus fala da oração (7.7-12)
Interpretação. Duas observações essenciais para nossa interpretação. Jesus está falando estas palavras como incentivo. Jesus está falando de súplica, não de outras formas de oração. Nós sabemos que as palavras de Deus devem ser interpretadas como um incentivo e não como um mandamento, porque cada exortação vem acompanhada de uma promessa:

• Pedi e dar-se-vos-á.

• Buscai e encontrareis.

• Batei e abrir-se-vos-á.

Isto leva à pergunta imediata: Por que precisamos ser incentivados a levar nossas súplicas a Deus?
A resposta pode estar sugerida no contexto total do ensino de Jesus. O relacionamento com Deus é verdadeiramente uma coisa ‘em secreto’. Os incrédulos não podem ver, tocar nem sentir ‘Deus’. Nem nós! Quando oramos, damos um salto de fé, confiando em um Ser invisível para atuar em nosso nome no universo material. À medida que começamos a praticar a oração, precisamos da certeza provida pelas promessas de Jesus” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, p.36).

Pedir, Buscar, Bater
Se os pais humanos, que são maus, dão coisas boas aos seus filhos, Deus, que é completamente bom, certamente dará coisas boas àqueles que Lhe pedirem. Isto verdadeiramente é incentivo. Deus não apenas responderá nossas orações, mas, sua resposta nascerá de seu amor de Pai por nós, e será verdadeiramente uma ‘coisa boa’. Em segundo lugar, o tipo de oração que Jesus está ensinando é a súplica. Isto não é louvor, nem ação de graças, nem contemplação. É pedir a Deus por alguma coisa que é vital para nós. Nós sabemos disto porque Jesus descreve a oração como pedir, buscar e bater. ‘Pedir’ é um ato de oração na sua forma mais simples. ‘Buscar’ transmite intensidade, uma ‘sinceridade fervorosa’. E ‘bater’ retrata persistência. Nós batemos à porta do céu, e continuamos batendo! É importante não confundir o que Jesus está dizendo com o estabelecimento de condições que, se cumpridas, levarão Deus a nos responder. Jesus não está dizendo que se você pedir com fervor o suficiente, Deus responderá sua oração. Ele simplesmente está dizendo que quando sentirmos uma necessidade tão intensa que nos leve ao Senhor repetidas vezes, não devemos nos sentir desencorajados, mesmo se a resposta parecer atrasada. Deus verdadeiramente se preocupa com estas coisas que importam para os seus filhos. E Deus responde às nossas súplicas dando-nos boas coisas” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, pp.36-37).

“Tratar os demais como nós mesmos gostaríamos de ser tratados” é um conhecido dito popular. Contudo, ao analisar melhor tal sentença, é possível perceber que ela diz mais do que conseguimos enxergar em uma primeira leitura. A forma como todos gostamos de ser tratados é algo bastante pessoal. Um exemplo ilustra o ponto: Há pessoas que preferem ser chamadas de maneira formal (senhor/senhora), mesmo tendo pouca idade, ao passo que outras, mais idosas, preferem a informalidade (você). Tratá-las como “gostaríamos de ser tratados” significa justamente observar essa regra. Não nos cabe exigir que as pessoas gostem das mesmas coisas que nós, pois isso seria tratá-las como nós — e não elas — pessoalmente gostamos de ser tratados e não como elas, segundo suas predileções, gostariam de ser consideradas. Isso, porém, não significa que devemos concordar com tudo que as pessoas gostam/fazem e vice-versa. Tal distinção é necessária, pois não se pode confundir educação e boas maneiras com concordância acrítica e descompromissada de práticas reprováveis. Cuidemos, entretanto, de não tornar os nossos “gostos pessoais” a regra, segundo a qual, avaliamos as pessoas.

TEXTO BÍBLICO: Mateus 7.7-12

7 — Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.
8 — Porque aquele que pede recebe; e o que busca encontra; e, ao que bate, se abre.
9 — E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra?
10 — E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente?
11 — Se, vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?
12 — Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas.

INTRODUÇÃO
Os seis versículos da lição de hoje encerram grandes ensinamentos. Os primeiros cinco retomam verdades que já foram implicitamente trabalhadas na oração do Pai-Nosso e também nas orientações gerais sobre o ato de orar (Mt 6.5-13). O Mestre retoma igualmente os ensinos acerca da ansiedade pela vida (Mt 6.25-34). Entretanto, em relação a este último aspecto do discipulado, Cristo instrui, primeiramente, em detalhes e agora o coloca de forma implícita em forma de orientação a respeito da “frequência” com que se deve orar (vv.7,8). A confiança no Pai é ensinada com base na própria bondade humana que, como se sabe, é limitadíssima (vv.9-11). Finalmente, um dos textos mais populares e que é repetido até mesmo por pessoas que não creem em Deus: a regra de ouro é apresentada pelo Mestre como síntese da Lei (v.12).

I. PEDIR, BUSCAR E BATER

1. A vida orante.
É preciso ter em mente que o Mestre dirige-se aos seus discípulos e que eles são judeus. É acerca da justiça do Reino que Ele está a ensinar. Sendo assim, como a abnegação e a confiança são pré-requisitos indispensáveis aos que atenderam ao chamado de Jesus (Mt 6.25-34), o Mestre instrui agora acerca da “vida orante”, ou seja, da adoção de um estilo de vida que tem a oração como uma constante (v.7). A constância aqui nada tem com as vãs repetições que foram reprovadas anteriormente, posto que aquelas consistem em palavrórios vazios de quem não tem discernimento do caráter de Deus (Mt 6.7,8,32,33). A questão visada aqui não é algo circunstancial, mas perene e profundamente espiritual indo além das necessidades básicas que já são conhecidas pelo Pai (Lc 11.9-13).

2. “Pedi”, “buscai” e “batei”.
Através de três verbos, o Mestre ensina acerca da constância e do estilo de vida do discípulo no que diz respeito à oração: “Pedi”, “buscai” e “batei” (v.1). São ações e não meramente contemplações. Quem pede demonstra humildade, pois reconhece sua necessidade (Mt 15.21-28). Buscar está relacionado ao reconhecimento de que há algo mais que precisa ser encontrado, obtido. Não quer dizer inconformismo egoísta, mas a não aceitação de um estado de apatia espiritual e de falta de comunhão (Jr 29.11-14). Finalmente, o que bate sabe que depende da benevolência e da sensibilidade de quem está do “lado de dentro”. Portanto, precisa contar com tal confiança (At 12.16; Ap 3.20).

3. Receber, encontrar e abrir.
Quem tomou a decisão de pedir, buscar e bater, tem do Mestre a confiança de que “aquele que pede recebe; e o que busca encontra; e, ao que bate, se abre” (v.8). Adotar esse estilo de vida orante, significa manter-se em um estado de perpétuo reconhecimento. Não é algo que deve se apresentar apenas em momentos de dificuldades que atingem a todos indistintamente. Comportar-se dessa maneira significa reconhecer a total dependência que temos do Criador (At 17.24-28).

Ponto Importante

A petição do estilo de vida orante não se restringe às necessidades básicas e, muito menos, a desejos caprichosos e individualistas, mas é um reconhecimento da nossa dependência divina.

II. A BONDADE DIVINA E A MALDADE HUMANA

1. O amor paternal humano.
Em continuidade ao seu ensino acerca do estilo de vida orante, o Mestre agora evoca a figura paterna para demonstrar o quanto se pode confiar em Deus. Qual pai, em sã consciência, ao pedido de alimento do filho lhe dará uma pedra, ou, “pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente?” (vv.9,10). Evidentemente que os dois elementos aqui colocados para exemplificar os cuidados paternais — pão e peixe — são típicos da sociedade daquela época. No entanto, a mensagem é clara: salvo os comportamentos patológicos que existem, qualquer pai, em condições normais, cuida do filho e quer o melhor para ele (Lc 15.11-32).

2. A maldade inata do ser humano.
Apesar de este não ser o propósito do ensino do Mestre, Ele reitera uma doutrina cara da fé cristã que é o fato de a humanidade ser pecadora por natureza (Gn 3; Rm 5.12), ou seja, os atos de bondade que somos capazes de exercer não nos tornam bons, pois somos maus (v.11).

3. A infinita bondade divina.
A capacidade humana de praticar um ato de bondade ante a necessidade do filho, a despeito de o ser humano ser mau, faz com que Jesus tome tal situação como referência para exemplificar a infinita bondade do Pai (v.11). Em outros termos, se nós, sendo maus, temos capacidade de dar coisas boas aos nossos filhos, que dirá Deus, que é infinitamente bondoso (1Jo 4.8). Dessa forma, a pergunta do versículo 11 é retórica, pois é claro que Deus é indiscutivelmente mais digno da nossa confiança, pois Ele é bom para todos, independentemente das circunstâncias (Sl 118.1; Is 49.15,16; Lc 18.19; Mt 5.44,45).

Ponto Importante

O discípulo não é como os pagãos que não possuem entendimento algum sobre Deus. Por isso, seus pedidos precisam ser conscientes e nunca individualistas e egoístas.

III. A REGRA DE OURO E A COMPLETUDE DA LEI

1. A regra de ouro.
Conhecida até mesmo, de alguma forma, por pessoas que não leem a Bíblia, a regra de ouro consiste em um ditado que, em sua forma negativa (“Não faça aos outros, o que não queres que façam a ti”) era muito difundida no mundo antigo. Alguns autores defendem ser ela, em sua forma positiva (v.12), uma criação de Jesus. Entretanto, pesquisas realizadas no campo da literatura greco-romana e rabínica, demonstram sua existência em outros lugares e cultura.

2. A novidade da regra de ouro em Jesus.
Como qualquer ditado que, devido ao seu uso popular, tende a se tornar um chavão desgastado e raramente praticado, Jesus surpreende ao relacionar a regra de ouro àquilo que era mais caro aos judeus: as Escrituras Veterotestamentárias (v.12). Nesse sentido, uma vez mais o Mestre demonstra que não veio para “pisar” na Lei, e sim dar-lhe pleno sentido e cumprimento (Mt 5.17).

3. A Lei e os Profetas.
Considerando o volume físico do material do Antigo Testamento, inscrito em papiros e, posteriormente, em pergaminhos, sendo, por isso mesmo, de difícil reprodução, não há dificuldade alguma em imaginar o que o Mestre fez ao acrescentar à regra de ouro que o seu cumprimento correspondia a viver integralmente a “Lei e os Profetas”. Sendo as mentes judias disputadas por várias escolas rabínicas e estas, monopolizadoras do Antigo Testamento, não é difícil entender a revolução que foi afirmar que toda discussão teórica em torno de minúcias da Lei de nada valiam, mas sim o agir em amor, o fazer (praticar, realizar) aos outros aquilo que gostaríamos que fizessem a nós. Esta sim era uma atitude que significava viver, integralmente, o que ensinava a Lei e os Profetas (Mt 22.34-40).

Ponto Importante

Uma vez mais o Mestre ensina que a vontade de Deus não é contemplação, mas ação. Saber sobre a Lei e os Profetas não é tão importante quanto cumprir o que lá está escrito, isto é, amar e agir como gostaríamos que agissem conosco.

CONCLUSÃO

Pedir, buscar e bater são atitudes que indicam reconhecimento de que se está necessitado e de que há falta de algo. O apelo se dirige a quem, a priori, acreditamos nos ser propício e benevolente, posto que confiamos que irá nos atender. Outro grande ensinamento do Senhor é que, fazer aos outros primeiro o que gostaríamos que fosse feito a nós é o que, de fato, significa cumprir o que está na Lei e nos Profetas. Para o judeu este é o maior de seus anseios e objetivos. Mas, e para os discípulos? Sua justiça deve exceder a dos escribas e fariseus (Mt 5.20). Logo, deve ter algo mais profundo. E Jesus revela isso em João 13.34.


Fonte: Lições Bíblicas CPAD Jovens - 2º trim.2017 - O Sermão do Monte - A Justiça sob a ótica de Jesus - Comentarista César Moisés Carvalho 


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segunda-feira, 22 de maio de 2017

Padre Fabio de Melo critica Teologia da Prosperidade na Igreja Católica

Para o padre Fábio de Melo, a teologia da prosperidade tem causado grande mal também no meio católico

O sagrado e o profano cercam a rotina de Padre Fábio de Melo. Há 20 anos na estrada religiosa, o mineiro confessou no Conversa com Bial desta terça-feira (16/5) não temer circular pelo show business e esbarrar em possíveis pecados que rondam o sucesso e a fama. "Preciso me despir da hipocrisia. O pecado está em todos os lugares, na minha sacristia da mesma forma que está na Marquês de Sapucaí. Eu prefiro estar onde ele é mais visível porque eu sei com quem estou lidando", diz.

Ao ser questionado sobre a teologia da prosperidade, o padre falou que os cristãos católicos também têm aderido a esse mal.

Sempre firme nas opiniões, Padre Fábio diz se inspirar em figuras como Papa Francisco. Inclusive, explica como faria se ocupasse o posto dele!

"Fico pensando se eu fosse Papa, não poderia dizer tudo que penso porque existe uma observação muito maior."

E mesmo quando a conversa fica mais afiada e Bial pergunta sobre o surgimento de padres famosos para atrair mais fiéis, Padre Fábio reconhece sua posição nesse mercado.

“Não posso negar que sou um homem do espetáculo, trabalho com música e meu palco é bonito. O que acontece com esse espetáculo é minha grande responsabilidade.”



Fonte: GospelGeral
Aqui eu Aprendi!

sábado, 20 de maio de 2017

Abigail, um caráter conciliador

A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” Pv 15.1

Nabal era um homem destemperado. Não por acaso o seu nome significa “insensato”, “tolo”. Ao ser instado pelos jovens de Davi a usar de benevolência para com ele, por intermédio do seu rebanho, Nabal tratou Davi de maneira desrespeitosa e tresloucada. Por outro lado, Davi também se mostrou descontrolado, afobado e precipitado. Com uma mente voltada para a guerra, a primeira coisa a pensar foi na vingança: “Cada um cinja a sua espada. E cada um cingiu também Davi a sua; e subiram após David uns quatrocentos homens, e duzentos ficaram com a bagagem” (1Sm 25.13). Notou? 400 homens para dá cabo da vida de um homem? Algo completamente desproporcional.

Nesse contexto de ira, ódio, precipitação aparece Abigail, mulher de Nabal (1Sm 25.14). Uma mulher formosa e de bom senso. Reconheceu a loucura de seu esposo e preparou uma grande dádiva de suprimentos para Davi e seus guerreiros. A partir de sua prudência e palavras de reconciliação, ela controlou a ira de Davi e salvou a vida de seu esposo. O próprio Davi admitiu que por causa de Abigail não cometeu um ato extremo de vingança em relação ao inimigo: “Bendito o teu conselho, e bendita tu, que hoje me estorvaste de vir com sangue e de que a minha mão me salvasse” (25.33).

Mais tarde, após a morte de Nabal, Davi achou por bem tomar Abigail como esposa. O perfil da sábia mulher, que fez Davi retroceder em sua decisão em relação a Nabal, fez muita diferença. O bom senso, o equilíbrio e polidez de Abigail por certo encantaram a Davi. Logo, Abigail casou-se com o futuro rei e teve um filho chamado Quileabe (2Sm 27.3) em Hebrom.

Quantas dores não foram evitadas por causa de um conselho conciliador de Abigail? A Palavra de Deus diz que “a resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Pv 15.1). Muitas vezes esquecemos esse alerta e pensamos que podemos falar com outras pessoas da forma que se bem pretenda. Usando a desculpa de “sou sincero” ou “só falo a verdade” as pessoas acabam cometendo “sincericídio”. No lugar de aplacar a ira, a estimula mais. No lugar de apagar o fogo da discórdia, o acende mais. Há pessoas que preferem jogar “gasolina na fogueira”, quando deveriam trabalhar para apagá-la. Trabalhar pelo entendimento, pela conciliação, pela unidade. Trabalhar para debelar a contenda e ter um espírito mais manso. Trabalhar pela paz é que fomos chamados! Revista Ensinador Cristão nº70

A mulher sábia, além de edificar a sua casa, contribui para apaziguar os ânimos dos que vivem ao seu redor.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE:  1 SAMUEL 25.18-24,27,28

Estudaremos, na lição deste domingo, a respeito do caráter de Abigail. Ela foi uma mulher sábia que edificou sua casa e demonstrou ter habilidade para lidar com os conflitos. Embora fosse uma mulher inteligente, teve a desventura de se casar com um homem tolo. A insensatez de Nabal fez com que ele ofendesse Davi e seus liderados, suscitando ira e desejo de vingança. Eles estavam prestando um favor a Nabal ao proteger seus rebanhos. Se não fosse a intervenção sábia de Abigail, toda a família de Nabal teria perecido. Quando a crise familiar chegou, Abigail com coragem e sabedoria, soube tomar as atitudes certas e na hora certa. Que nos momentos de crise, venhamos buscar em Deus sabedoria para agirmos com prudência, coragem e de forma pacífica.

INTRODUÇÃO

Abigail era esposa de Nabal, um rico fazendeiro, proprietário de grandes rebanhos de ovelhas e de cabras, que vivia nas proximidades do Carmelo, em Maom, não muito distante do deserto de Parã. Ali, os pastores de Davi travaram contato com os pastores de Nabal. Necessitando de alimento para seus homens, Davi mandou pedir víveres a Nabal. Ao ouvir o pedido, Nabal encolerizou-se e afrontou Davi diante dos mensageiros, negando qualquer apoio (1Sm 25.10,11). Irado, Davi ajuntou homens para atacar Nabal e toda a sua casa. A tragédia foi evitada pela pronta intervenção de Abigail, que soube aplacar a ira de Davi.

I. ABIGAIL, UM POUCO DE SUA HISTÓRIA

1. Nabal, um homem de Belial.
Nabal significa “insensato”, “tolo”. O texto bíblico diz que ele era “homem mui poderoso, e tinha três mil ovelhas e mil cabras” (1Sm 25.2). Além de insensato, “era duro e maligno nas obras, e era da casa de Calebe” (1Sm 25.3). Era um homem dominado por um espírito mal, arrogante, que não se relacionava bem, nem mesmo com sua esposa. Era considerado um “tal filho de Belial”, com o qual não se podia falar pacificamente (1Sm 25.17). Seu coração estava focado em seus bens materiais. Era homem de mau relacionamento, principalmente com seus servos ou empregados.

2. Davi recorre a Nabal e é desconsiderado.
Como a tropa de Davi dependia de ajuda para alimentar-se no deserto, ao saber que Nabal, um homem riquíssimo e muito próspero, estava tosquiando ovelhas, mandou Davi dez jovens para lhe saudar, desejando paz a ele e à sua casa, e solicitou que enviasse o que pudesse para seus homens. Com seu temperamento colérico, Nabal sequer agradeceu a saudação. E respondeu de forma grosseira e irônica aos criados de Davi: [...] “Quem é Davi, e quem é o filho de Jessé? [...] Tomaria eu, pois, o meu pão, e a minha água, e a carne das minhas reses que degolei para os meus tosquiadores, e o daria a homens que não sei de onde vêm?” (1Sm 25.10,11).

3. Davi resolve vingar a afronta.
A resposta dura de Nabal foi uma grande afronta a Davi e a seu grupo de guerreiros dispostos a lutar por Davi, por si próprios e por suas famílias. Ele tomou quatrocentos homens para ir em direção a Nabal. A intenção dele era atacar Nabal e tudo o que ele tinha, com extrema vingança, disposto a destruir tudo (1Sm 25.22). A reação de Davi foi carnal, carregada de ressentimento e vingança, contrária à vontade de Deus (1Sm 25.10-13,21,22).

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
A solução de Abigail
“A irritação de Davi foi compreensível, mas não justificada. Abigail demonstrou grande sensibilidade em ajudar Davi em sua ira. Observe:
1 — Ela trouxe comida para Davi e com esse ato corrigiu a situação que o irritou. Onde uma injustiça foi cometida, necessitamos tentar corrigi-la.

2 — Ela pediu desculpas a Davi. Esta é uma piedosa alternativa para cancelar um tentativa de obter vingança.

3 — Ela apontou as consequências de agir sob irritação. Davi seria culpado do derramamento desnecessário de sangue. E mais tarde, quando Davi se tornou rei, seu ato poderia desgastar a confiança e o apoio do povo de Judá.

4 — Ela também apressou Davi a deixar a vingança nas mãos de Deus. Deus, que corrige todos os erros, se importaria com Davi — e cuidaria de todos os seus inimigos. Impressionado pelas palavras dessa humilde, contudo segura mulher, Davi a abençoou por afastá-lo de agir precipitadamente”
(RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 9ª Edição. RJ: CPAD, p. 196).

CONHEÇA MAIS...
Nabal e Saul
“Alguns comentaristas observam uma semelhança entre Nabal e Saul. Os dois são hostis ao leal e honesto Davi. Os dois vão contra o conselho da família e partidários. Os dois são finalmente derrubados por Deus, não por Davi. Samuel disse que Saul agira tolamente, usando as mesmas letras hebraicas que compõem o nome de Nabal. O mal de cada um fez Davi voltar para condená-los. Que lição! Deixemos os próprios atos de nossos inimigos condená-los, ao invés de lançarmos mão da vingança”. Para conhecer mais leia, Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p.196.

II. ABIGAIL DEMONSTRA O SEU CARÁTER

1. Uma mulher prudente.
O nome Abigail significa “pai da alegria” ou “exultação”. Seu nome também corresponde ao seu caráter pacificador e humilde. Ela era uma mulher dotada de beleza física e entendimento (1Sm 25.3). Ao tomar conhecimento da terrível ameaça à sua casa, Abigail resolveu agir com prudência, sabedoria e diligência, para evitar um grande mal que seria perpetrado por Davi, o ungido de Deus. Diante de tamanho perigo, foi que Abigail teve oportunidade de demonstrar quem era ela. Abigail deu uma lição para todos os que servem a Deus: saber agir nos momentos de crises e ameaças.

2. O caráter diligente e sábio.
Ao saber do mal que estava arquitetado contra seu esposo e sua casa, Abigail atuou de forma rápida e eficiente. Preparou uma carga de cereais, frutas e vinho e os colocou sobre alguns jumentos, e os levou a Davi. Em sentido contrário, vinha Davi com seus quatrocentos homens, respirando raiva e sentimento de vingança, com desejo de não deixar com vida nem mesmo um menino (1Sm 25.18-22). Que diferença do que Jesus ensinou com seu evangelho. Jesus mandou amar os próprios inimigos, bendizendo-os e orando por eles (Mt 5.44).

3. O caráter conciliador de Abigail.
Davi cavalgava com a fúria dos homens de coração ferido. Mas em sentido contrário, vinha Abigail, montada em seu jumento. Em seu coração, ela levava sentimento de paz, de humildade, de amor e de perdão. Ao ver Davi, ela desceu de seu animal e prostrou-se com o rosto em terra, diante daquele que ia destruir sua família. “E lançou-se a seus pés e disse: Ah! Senhor meu, minha seja a transgressão; deixa pois, falar a tua serva aos teus ouvidos e ouve as palavra da tua serva” (1Sm 25.24). Abigail exortou Davi para que não fizesse justiça com as próprias mãos, pois Deus haveria de julgar seus inimigos (1Sm 25.25-31). Davi nunca imaginou que a sua sede de vingança e fúria contra um desafeto fossem anuladas pela sabedoria e pela força de uma mulher de caráter pacificador.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor procure ressaltar algumas das características de Abigail. Enfatize o fato de que seus sábios conselhos foram eficientes para aplacar a fúria de Davi, impedindo que ele agisse com ira e de forma impensada, e para a preservação da vida de seus familiares. Utilize o quadro abaixo para, juntamente com os alunos, analisarem as realizações e exemplos que podem ser extraídos do caráter de Abigail.



III. O RESULTADO DO CARÁTER DE ABIGAIL

1. Davi foi aplacado por Abigail.
Ao encontrar-se com Abigail, Davi foi vencido pela palavra sábia e prudente de uma verdadeira mulher de Deus. Cumpriu-se o que diz Salomão: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Pv 15.1). A atitude humilde e conciliadora de Abigail foi uma resposta à atitude agressiva de Davi. Certamente ele aprendeu uma grande lição para a sua vida. Ele era corajoso e provou isso quando enfrentou Golias. Mas faltava-lhe a lapidação do caráter para enfrentar situações adversas e oposições.

2. Deus feriu Nabal.
Quando Abigail relatou os acontecimentos a Nabal, “[...] se amorteceu nele o coração, e ficou ele como pedra” (1Sm 25.37). A Bíblia diz de forma bem simples e direta: “E aconteceu que, passados quase dez dias, feriu o Senhor a Nabal, e este morreu” (1Sm 25.38). Se Davi tivesse feito justiça com suas próprias mãos, as coisas teriam tomado outro rumo, imprevisível e perigoso. Mas como a sábia mulher agiu com presteza e eficiência, ele foi poupado de manchar suas mãos e sua história com o sangue de Nabal. “Minha é a vingança e a recompensa, ao tempo em que resvalar o seu pé; porque o dia da sua ruína está próximo, e as coisas que lhes hão de suceder se apressam a chegar” (Dt 32.35).

3. Davi toma Abigail por sua esposa.
Logo após a morte de Nabal, Davi agradeceu a Deus por ter-lhe livrado de cometer um grave erro diante do Senhor; “E mandou Davi falar a Abigail, para tomá-la por sua mulher” (1Sm 25.39). E o fez, mandando seus criados falar com Abigail, transmitindo o honroso convite, que ela aceitou com muita humildade (1Sm 25.39-42). Ela se apressou, certamente mudou suas vestes, “montou num jumento com as suas cinco moças que seguiam as suas pisadas: e ela seguiu os mensageiros de Davi, e foi sua mulher” (1Sm 25.42).

O caráter pacificador de Abigail contribuiu para que sua família fosse salva da ira de Davi.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Tanto os servos de Nabal (cujo o nome em hebraico significa ‘tolo’, insensato intelectualmente e moralmente) quanto sua esposa concordavam quanto à maldade de seu senhor. Quando retornou à sua fazenda, Abigail encontrou seu marido comendo e bebendo como um rei. Ele estava tão bêbado, que ela não lhe contou sobre sua pequena escapada até o dia seguinte, quando estava sóbrio. Após ouvir sobre o perigo que estava exposto, alguns entenderam que Nabal sofreu um ataque cardíaco ou talvez uma congestão e ficou ‘como pedra’. Dez dias depois ‘feriu o Senhor a Nabal, e este morreu’. Davi considerou sua morte como um ato de Deus, pelo qual foi vingado e protegido de derramar sangue por si mesmo.
Pouco tempo depois, Davi enviou servos para pedirem a mão da viúva em casamento. Abigail graciosamente e sem hesitar consentiu, dizendo: ‘Eis aqui a tua serva servirá de criada para lavar os pés dos criados de meu senhor’. Em sua segunda viagem ao campo de Davi, ela foi acompanhada de seus bens pessoais e cinco servas a fim de permanecer com Davi como sua segunda esposa. Mais tarde ela foi com Davi para Hebrom e Jerusalém, como sua rainha” (Dicionário Bíblico Wycliff. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.1324).


CONCLUSÃO

Nabal era um homem insensato, dotado de um temperamento duro e violento. Mas Deus permitiu que Davi dele precisasse, para que uma mulher sábia e prudente protagonizasse um exemplo marcante para seus servos e suas servas, em todo o mundo, ao longo dos séculos. Viúva de um homem irascível, que era bem-sucedido em suas atividades produtivas, mas um tolo e insensato, no relacionamento humano, Abigail jamais imaginou ser esposa do rei Davi, o mais afamado monarca de Israel. O Deus de Davi é o nosso Deus, que provê tudo para os que nEle confiam.


Fonte: Lições Bíblicas CPAD - 2º trim.2017 adultos - O Caráter do Cristão - Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro - Elinaldo Renovato de Lima
Dicionário Bíblico Wycliffe
Bíblia de Estudo Pentecostal - CPAD

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