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sábado, 23 de setembro de 2017

Sobre a Família e a sua natureza

Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” Gn 2.24

Sobre a família e a sua natureza

Há uma tentativa clara de desconstruir o modelo bíblico de família. A ideia é demolir conceitos tradicionais de masculinidade e de feminilidade. Assim, se desconstrói o casamento, a família tradicional e, por fim, o modelo de nossa sociedade para dar lugar a outro que ninguém sabe onde dará. Por isso, sugerimos que você pesquise sobre a Ideologia de Gênero, talvez o maior perigo moderno para a família tradicional.

É preciso compreender que a trincheira principal dessa ideologia é a Educação, isto é, as escolas formais onde crianças e adolescentes estudam. Abaixo, apresento alguns conceitos importantes para o professor e a professora darem continuidade à pesquisa.

O que é Ideologia de Gênero?

Para os defensores da Ideologia de Gênero, a sexualidade humana é vista como uma CONSTRUÇÃO SOCIAL, que para eles significa que o ser humano nasce “sexualmente neutro”. Podemos dizer que essa ideologia surgiu a partir da chamada Revolução Sexual, na década de 1960, onde o corpo e o sexo se desvinculam da função familiar. Antes, a sexualidade era vivida em sua plenitude no matrimônio, hoje essa sexualidade se encontra completamente desvinculada do matrimônio. Nesse aspecto, os proponentes dessa ideologia não mais veem o corpo como algo que lhe é dado de acordo com seus aspectos biológicos e pessoais, mas como uma construção pessoal adquirida a partir da sociedade e da cultura que o ser humano vive. Então, o conceito de masculinidade e feminilidade se dá, não mais pelo curso natural do desenvolvimento humano-biológico, mas pela construção social e cultural da sociedade. Esse conceito quando estimulado em crianças e adolescentes é uma tragédia para construção da identidade pessoal deles.

O que fazer?

• Conhecer o assunto por intermédio de livros e sites especializados, posicionando claramente contra a proposição do movimento de Ideologia de Gênero.

 Conhecer o que as escolas de nossos filhos estão ensinando e exigir o direito de que seus filhos não sejam doutrinados em sala de aula.

 Ter a consciência que esta é uma ideologia formada para manipular pessoas, pois não há outros gêneros que não o Masculino e Feminino, ou seja, homem e mulher.

 Investir na educação religiosa dos nossos filhos e filhas, mostrando-os que Deus criou o ser humano para a sua glória, implantando nele a sua Imagem: “Façamos o ser humano conforme a nossa imagem e semelhança” (Gn 1.26-28).  Revista Ensinador Cristão nº71

Leia também:

Leitura Bíblica em classe: Gênesis 2.18-24

O casamento foi instituído por Deus e ratificado por nosso Senhor Jesus Cristo como união entre um homem e uma mulher, nascidos macho e fêmea.

A família tradicional é uma herança da civilização ocidental. O encontro entre o Cristianismo (ética judaico-cristã), a filosofia grega e o direito romano delineou e modernizou a mais antiga instituição que remonta a criação divina: a família. Há forças no mundo contemporâneo que têm interesses em desestabilizar o conceito tradicional de família, pois fazendo isso, ataca o coração dos valores éticos do Ocidente, por consequência, a derrubada da fé cristã para colocar em seu lugar uma ideologia que todos sabemos no que dará. Quando alguém afirma que a masculinidade e a feminilidade não são naturais (ignorando até a própria biologia), mas construída socialmente ao longo da história, é isso que está em jogo. Nunca houve na história do mundo um ataque tão frontal aos fundamentos da família. Um assunto urgente que merece nossa atenção e estudo!

INTRODUÇÃO

A família é assunto de interesse geral, de cristãos e não-cristãos, de religiosos e não-religiosos. Trata-se de um projeto de Deus para os seres humanos. O livro de Gênesis traz um breve e singelo relato de como tudo isso começou e também revela o propósito de Deus para a família. Não existe prazo de validade para os princípios estabelecidos nessa narrativa e eles continuam valendo na atualidade. Esse é o enfoque da última lição.


I. A ORIGEM

1. O homem e a mulher.
No relato da criação, ambos aparecem juntos, mostrando a igualdade ontológica do homem e da mulher. O texto de Gênesis 1.27 diz: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou”. A palavra hebraica usada para “homem” aqui é adam, que serve tanto para o nome do primeiro homem que Deus criou, como também para “homem” no sentido de representante do ser humano, semelhantemente à palavra grega anthropos. A expressão final, “macho e fêmea os criou”, mostra que adam, nesse versículo, diz respeito ao ser humano. Isso revela a igualdade de ambos, macho e fêmea, homem e mulher, como portadores da imagem de Deus; a diferença está na sexualidade (1Pe 3.7). Ao reunir esse casal, Deus instituiu o que chamamos hoje de casamento.

2. A formação da mulher.
A Bíblia nos conta como a mulher surgiu na história humana. Curiosamente, a formação da mulher não aparece nos antigos registros do Oriente Médio. No relato da criação, em Gênesis, a formação do homem só aparece uma vez (Gn 2.7), e seis vezes a da mulher (vv.18-23). O termo “adjutora” (v.18) quer dizer “auxiliadora”, conforme vemos na Almeida Revista e Atualizada e “ajudadora”, de acordo com o que registra a Tradução Brasileira. Isso não inferioriza a mulher, pois os termos “auxiliador” ou “ajudador” devem ser entendidos à luz do contexto (Sl 54.4; Hb 13.6). O termo hebraico, kenegdó, “como diante dele” (v.18b), tem a ideia de “igual e adequado” (Gl 3.28). O relato da criação pressupõe que Deus colocou o homem com prioridade governamental (1Co 11.3), mas que ambos os sexos, homem e mulher, são mutuamente dependentes (1Co 11.11).

A origem da família remonta a criação do homem e da mulher como a base da formação familiar.

Leia também: 

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Família, Projeto Divino
Na sociedade hebraica a família era o âmago da estrutura social. Na Tanach, exclusivamente em Berê'shîth (Gênesis), encontramos o princípio judaico-cristão da família no texto que diz: ‘E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele. Então, o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar. E da costela que o Senhor Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada. Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam’ (Gn 2.18,21-25). Segundo o filósofo Lévi-Strauss, o princípio da família é dado pelo texto da Escritura que diz: ‘deixará o varão o seu pai e a sua mãe’, regra infrangível ditada a toda a sociedade para que possa estabelecer-se e durar” (BENTHO, Esdras Costa. A Família no Antigo Testamento: História e Sociologia. RJ: CPAD, 2011, p.23).


II. A FAMÍLIA

1. Conceito de família entre os antigos hebreus.
O lar é parte do clã, este parte da tribo e esta, por sua vez, parte do povo/nação (Js 7.16-18). O lar constitui-se de pai, mãe e filhos (Sl 128.1-4), é a família nuclear. Considerando que a base da economia do Antigo Israel era a agricultura e o pastoreio, a família nuclear com poucos membros via-se em dificuldade por falta de mão de obra para o sustento da casa. Por isso, ela poderia se estender com parentes próximos — tios e primos — ou com duas ou mais gerações vivendo juntas (Gn 24.67). As casas descobertas pelos arqueólogos mostram que essa família ampliada era formada, em média, de 15 membros. Quando se tratava de famílias ricas, acrescentavam-se servos e estrangeiros, como no caso de Abraão (Gn 14.14), ou como previsto na legislação mosaica (Êx 23.12). Saul, por exemplo, aparece na Bíblia com a menção de seu pai, avô, bisavô, trisavô, e também da tribo (1Sm 9.1,2).

2. O papel da mulher na sociedade israelita.
A tarefa do homem e da mulher era a mesma, sendo que a mulher cuidava da casa e ajudava o marido nos trabalhos diários para sustento da família. A sentença divina por ocasião da Queda no Éden diz: “E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua conceição; com dor terás filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará” (Gn 3.16). Isso significa que a mulher se dedicaria ao trabalho da mesma forma que o homem, e também à maternidade; a mulher não é inferior, mas o homem é o chefe e pastor do lar. Ela levava a criança no ventre e continuava exercendo suas tarefas. Considerando questões médicas, sanitárias e nutricionais, a gravidez era um período de alto risco para a mãe e para o bebê.

A família nuclear constitui-se de pai, mãe e seus filhos, onde homem e mulher exercem funções distintas.

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SUBSÍDIO TEOLÓGICO
A Constituição do Núcleo Familiar
A constituição do núcleo familiar a priori foi composta por um homem e uma mulher. Mais tarde, acrescentou-se ao casal os filhos gerados dessa união. A partir do nascimento dos primeiros filhos, a família tornou-se o primeiro sistema social no qual o ser humano é inserido.
A primeira família, formada apenas por duas pessoas, tornou-se numerosa por meio dos filhos que, ao serem gerados, se inseriram ao núcleo familiar assumindo diversos papéis dentro do sistema: filho, irmão, neto, primo, etc. A família não foi criada, portanto, como um sistema fechado, mas dinâmico, e, com o passar do tempo, o número de seus membros foi aumentando gradativamente, e destes formando novos núcleos familiares ligados por consanguinidade e afinidade. Para mencionar mais uma vez Lévi-Strauss, este considerava que o grupo familiar tem sua origem no casamento. Este núcleo é constituído pelo marido, pela mulher e pelos filhos nascidos dessa união, bem como por parentes afins aglutinados a esse núcleo.
No contexto desse sistema familiar, cada membro do grupo passa por uma série de funções ou papéis sociais determinados tanto por fatores exógenos, que estão ligados aos cenários sociais próximos a ele, como por endógenos, ligados a idade, sexo e maturação psicológica” (BENTHO, Esdras Costa. A Família no Antigo Testamento: História e Sociologia. RJ: CPAD, 2011, pp.25-26).


III. PRINCÍPIOS BÁSICOS

1. Casamento.
É a mais fundamental de todas as relações sociais. Trata-se da união íntima e verdadeira entre duas pessoas de sexos opostos que manifestam publicamente o desejo de viverem juntas mediante um pacto solene e legal. Não existe no universo, entre os seres vivos inteligentes, uma intimidade maior do que a que existe entre marido e mulher, exceto apenas entre as três Pessoas da Trindade. Deus estabeleceu a família para companheirismo mútuo e felicidade, para uma convivência amorosa. A declaração: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24), apresenta três princípios básicos sobre o casamento: monogamia (1Co 7.2), heterossexualidade (Gn 4.1,25) e indissolubilidade (Mt 19.6).

2. Monogamia.
O termo diz respeito às sociedades que adotam o princípio do casamento de um homem com uma única mulher e vice-versa, conforme estabelecido pelo Criador. As palavras “e apegar-se-á à sua mulher” (v.24) apontam para o princípio monogâmico; o texto não diz “às suas mulheres”, mas, pelo contrário, “à sua mulher”. Essa verdade expressa o pensamento bíblico (1Co 7.2; 1Tm 3.2).

3. Heterossexualidade.
Um dos propósitos divinos na criação do homem e da mulher é a procriação, visando a conservação dos seres humanos na terra: “[...] macho e fêmea os criou. E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 1.27,28). Quando Deus formou a mulher da costela de Adão, a Bíblia afirma: “[...] deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24). Isso mostra que a diferenciação dos sexos assegura as particularidades de cada um na união conjugal, postura necessária à formação do casal. O homem se une sexualmente a sua esposa, como resultado do amor conjugal, não só para procriar, mas para uma vivência afetuosa, agradável e prazerosa (Pv 5.18). O relacionamento sexual aprovado na Bíblia é o de um homem e de uma mulher dentro do matrimônio. O pai e a mãe são o referencial para a formação tanto do menino quanto da menina. Acima de qualquer exemplo, o comportamento estabelecido para o homem e para a mulher deve vir da Palavra de Deus.

4. Indissolubilidade.
A natureza indissolúvel do casamento vem desde a sua origem: “e serão ambos uma só carne” (v.24b). O Senhor Jesus Cristo disse que essa passagem bíblica significa a indissolubilidade do casamento (Mt 19.6). O voto solene de fidelidade um ao outro “até que a morte os separe”, que se ouve dos nubentes numa cerimônia de casamento, não é mera formalidade (Ml 2.14). O casamento só termina pela morte de um dos cônjuges (Rm 7.3), pela infidelidade conjugal (Mt 5.32; 19.9) ou pela deserção por parte do cônjuge descrente (1Co 7.15).

Os princípios básicos da família são o casamento monogâmico, sua indissolubilidade e a heterossexualidade.

Leia também: 

    CONHEÇA MAIS
    A natureza indissolúvel do casamento
    “‘Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma só carne’ (Gn 2.24). O Senhor Jesus Cristo disse que essa passagem bíblica significa a indissolubilidade do casamento: ‘Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem’ (Mt 19.5,6). É uma união íntima entre duas pessoas de sexos opostos que assumem publicamente o compromisso de viverem juntas; é uma aliança solene, um pacto sagrado, legal e social”. Para conhecer mais, leia Casamento, Divórcio & Sexo à Luz da Bíblia, CPAD, pp.16,17.


    IV. O DESAFIO DA IGREJA

    1. Institucionalização da iniquidade.
    A tendência humana é desafiar a Deus em tudo; isso vem desde a Torre de Babel (Gn 11.4) e vai continuar até o final dos tempos. E com a sagrada instituição da família não é diferente, uma vez que Deus a instituiu como união entre um homem e uma mulher (Gn 2.24; 1.27,28), o atual sistema de coisas quer institucionalizar a iniquidade ao considerar legítima diante de Deus a união de pessoas do mesmo sexo. É ir longe demais, em uma verdadeira afronta a Deus (Lv 18.22; 20.13). A Bíblia condena a prática homossexual, ou pecado de Sodoma, para usar o termo bíblico (Dt 23.17; Jd 7). O avanço dessa prática é um dos sinais do fim dos tempos (Lc 17.28-30). A Bíblia condena de maneira direta tal estilo de vida (Rm 1.26,27; 1Co 6.10; 1Tm 1.9,10).

    2. A inversão de valores.
    O que se vê hoje é a tentativa de tornar o errado certo e o certo, errado (Is 5.20). O mundo atual está invertendo os valores em busca do hedonismo, ou seja, a procura indiscriminada do prazer, gozo sensual, deleite sexual (1Jo 2.16). Mas essas autoridades vão prestar contas de tudo isso (Is 10.1). Esse também era o desafio da Igreja do período apostólico. O apóstolo Paulo denunciou também essa inversão de valores, dizendo que “mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!” (Rm 1.25 — ARA).

    A Igreja de Cristo está diante da institucionalização da iniquidade e da inversão de valores. O desafio é urgente!

    Leia também: 

    SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
    Os Apelos da Consciência
    O apóstolo Paulo entendeu a ligação entre uma consciência cristã e uma mente espiritual. Ele escreveu: ‘Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo’ (1Co 2.15,16). O cristão que tem a mente de Cristo conhece a sua vontade e seu propósito, por isso ele aprende a viver com uma consciência dos valores morais e espirituais estabelecidos por sua Palavra. Quando praticamos alguma ação, dizemos uma palavra, pensamos algo ou adotamos alguma atitude, devemos agir com uma mente espiritual. Ao avaliar essas várias situações, nossa consciência acenderá sua luz verde ou vermelha, concordando ou discordando; acusando ou defendendo. O julgamento da consciência será de acordo com o senso de justiça que a estiver dominando, se estiver purificada, jamais ela concordará com o erro; se contaminada, ela não conseguirá julgar corretamente. Devemos sempre comparar nossas ações à luz da justiça que a Bíblia apresenta. Nossas ações devem corresponder à uma consciência baseada na Palavra de Deus (2Tm 3.16,17)” (CABRAL, Elienai. A Síndrome do Canto do Galo: Consciência Cristã. Um desafio à ética dos tempos modernos. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2000, p.134).




    CONCLUSÃO

    Diante do exposto, entendemos que Deus criou o homem e a mulher para ser mutuamente dependentes, entretanto, cada um em sua particularidade, para juntos, com os filhos, “a herança do Senhor”, formarem um núcleo familiar. Essa é, então, a primeira estrutura social humana.


    Fonte:
    Lições Bíblicas CPAD Adultos - 3º Trimestre de 2017 - Título: A razão da nossa fé — Assim cremos, assim vivemos - Livro de Apoio - Comentarista: Esequias Soares
    Revista Adultos 3ºTrim.2017 - A razão da nossa fé — Assim cremos, assim vivemos - Comentarista: Esequias Soares


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