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sexta-feira, 28 de outubro de 2016

A separação de um povo para Adoração exclusiva

Porque povo santo és ao SENHOR, teu Deus; o SENHOR, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que sobre a terra há” Dt 7.6

“Depois da morte dos 12 patriarcas, os israelitas tiveram de esperar 400 anos até que uma nova geração de líderes estivesse pronta. E, conforme sabemos, não é sempre que aparece um libertador com a fidelidade de Moisés, um sacerdote com a postura de Arão, ou um general com a coragem de Josué. É imperioso que a nação seja submetida a alguns processos históricos, sociológicos, políticos e teológicos, visando o seu amadurecimento. Tais processos são bastante morosos; requerem décadas e, às vezes, séculos. Era imprescindível, pois, que os hebreus deixassem a fase tribal, a fim de se erguerem nacionalmente. Doravante, Deus não trataria mais diretamente com os patriarcas, mas haveria de tratar, através de seus profetas, com a nação. Os pais, contudo, jamais deixariam de ser lembrados como a principal referência teológica, ética e histórica dos hebreus. Nos momentos de crise e dificuldade, o Senhor apresentar-se-ia como o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. Sua menção serviria, também, para lembrar aos israelitas que as alianças firmadas pelo Senhor com os antigos continuavam tão firmes quanto às leis que regem o Sol, a Lua, a Terra e as estrelas. Não é da noite para o dia que aparecem homens da estirpe de Moisés” [1]

Todas as pessoas e instituições sobre a terra possuem uma finalidade que dota de sentido sua existência; para a nação de Israel, existir significa louvar e adorar ao único Deus verdadeiro.

Leitura Bíblica: Êxodo 19.1-8

Na continuação de nossas reflexões a respeito do louvor e adoração a Deus, analisaremos na aula de hoje a gênese do povo de Israel como comunidade formada exclusivamente para a glória de Deus. Nascido das promessas anunciadas a Abraão e sua descendência, o povo de Israel é uma prova histórica da ação benevolente de Deus em favor daqueles que lhe servem amorosamente. Partiremos do episódio da saída do Egito para demonstrar a natureza do relacionamento de Deus com o seu povo que desafiadoramente exigia daquelas pessoas o rompimento com os costumes politeístas da época e as chamava para uma experiência de adoração reservada apenas a Deus.

"Porque todas quantas promessas há de Deus, são nele sim, e por ele o Amém, para glória de Deus por nós." 2 Coríntios 1:20

INTRODUÇÃO

Miraculosamente Abraão, que era apenas um peregrino guiado pela voz de Deus, torna-se pai de uma multidão incontável (Hb 11.12). Aquela pequena família, que se alocou nas terras egípcias em busca de sobrevivência durante um período de fome, tornou-se um numeroso povo que causava medo aos governantes das terras do Nilo (Êx 1.10,11).

Com a bênção divina, nem a opressão do Egito nem seu controle de natalidade perverso, foram capazes de fazer estéril a semente santa abençoada por Deus. Mas abandonar a dependência — econômica e política — do Egito e aventurar-se num retorno a uma terra tão distante quanto os sonhos mais idealizados de qualquer israelita, era um enorme passo de fé; não mais para um homem e sua família, mas para centenas de milhares de pessoas.
É sobre essa trajetória, que exigiu ruptura com o comodismo e a construção de instrumentos coletivos de fé, que nossa lição se refletirá neste domingo.

I. ISRAEL, POVO DE DEUS, POR DEUS E PARA DEUS

1. Quem fez este povo?
Antropologicamente, afirma-se que um povo é o resultado de uma conjunção de fatores culturais, étnicos e econômicos que unem determinado grupo de pessoas que habita certo território através de vínculos e interesses comuns, que extrapolam os laços familiares. Segundo a fé cristã, estes fatores antropológicos, no caso do povo de Deus, foram diretamente coordenados pelo Altíssimo que, para o propósito específico que Ele determinou, fez surgir Israel. A riqueza de detalhes com que a Bíblia narra a formação do povo de Israel — as esterilidades das três matriarcas (Gn 11.30; 25.21; 30.1,22-24), as peregrinações e a escravidão — tem como função principal revelar a contínua intervenção de Deus nessa história, com o intuito final de deixar inconteste que a existência de Israel é ação da graça e poder de Jeová.

2. Por que Israel?
É evidente que dentre os milhares de povos já existentes àquela época, o Senhor poderia escolher qualquer um destes para torná-lo propriedade peculiar sua. Então, por que Israel foi o escolhido? Segundo Deuteronômio 7.6-10, foi a fidelidade do Senhor, ou como bem interpretam alguns tradutores, foi o “amor-leal” de Iavé para com às promessas feitas a Abraão, Isaque e Israel. Como argumenta o autor de Deuteronômio, não foram motivações materiais ou históricas que mobilizaram o Senhor a escolher Israel como sua possessão especial, mas isto foi resultado exclusivamente de um ato gracioso, que para sempre apontaria para a grandeza do Deus adorado por aquele povo, e nunca para algum tipo de mérito ou qualidade do povo em si. Esta evidência bíblica deve nos levar a refletir sobre o privilégio que alcança aquele que recebe promessas feitas pelo Senhor Deus.

3. Para que este povo foi constituído?
Não sendo obra do acaso, a existência de Israel tem uma clara razão de ser: louvar e adorar exclusivamente ao SENHOR (Dt 14.2; 1Cr 17.22). Diante de um conjunto de povos absolutamente politeístas, a “separação” que Deus exige de Israel não é algo essencialmente territorial, até porque em vários momentos da história do povo eles não terão sequer um torrão de terra, ou mesmo étnico, pois a interação entre a descendência de Abraão e outros povos será geralmente intensa. A separação do povo de Deus terá um caráter cúltico-espiritual; Israel deve evitar ao máximo influências externas que lhe desviem de sua vocação primária: adorar exclusivamente a Jeová. Por isso as tradições, festas, leis sociais, em suma, tudo em Israel deveria apontar para o Senhor e para o seu relacionamento com o seu povo especial.

II. A FORMAÇÃO E A SEPARAÇÃO DE ISRAEL

1. Da necessidade de sair do Egito.
O refúgio no Egito durante mais de quatrocentos anos foi algo extremamente salutar para os descendentes de Jacó. De uma pequena família numerável em Êxodo 1.1-5, Israel torna-se uma multidão de centenas de milhares (Êx 12.37). Quando Moisés reporta-se ao faraó solicitando a liberação do povo de seus afazeres para ir ao deserto, a finalidade é apenas uma: “[...] Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto” (Êx 5.1). Os anos de escravidão estavam afastando Israel do foco de sua existência, a adoração ao Senhor. O Egito não era mais o lugar onde deveriam permanecer; era chegada a hora de voltar às terras prometidas ao patriarca Abraão. Mas sair das terras de faraó não significa apenas sair da escravidão, mas também abandonar casas, propriedades, uma vida já estabelecida a gerações. E agora, o que fazer?

2. A necessidade de desfazer velhas relações para estabelecer novos vínculos.
A permanência do povo no Egito garantir-lhes-ia estabilidade econômica e bem-estar familiar. Era um momento de escravidão, mas havia as “panelas de carne” e “pão” da terra de faraó (Êx 16.3). Havia, entretanto, uma ordem divina: saiam do Egito! Adorar a Deus envolve, muitas vezes, tomadas de decisões radicais que nos custam a comodidade da tradição, o conforto de tudo permanecer como está. A convocação de Deus para Israel no Egito é um símbolo da vontade dEle para seu povo. Israel não deveria servir a ninguém mais, apenas a Jeová (Êx 23.13). Não devia vender sua liberdade por cebolas ou alhos do Egito (Nm 11.5). A exclusividade de Israel para adoração a Deus é uma exigência desafiadora de ser cumprida num contexto social politeísta.

3. O estabelecimento de novos valores.
Antes de o povo deixar o Egito, era necessário que estivessem convictos de que se dedicar exclusivamente ao Senhor era o fundamento da sua liberdade. Não estavam sendo livres para o pecado, ou para submeterem-se ao julgo de outro déspota que se auto-intitulasse deus. A maravilhosa libertação de Israel tinha como finalidade gravar nos corações daquela geração, e das vindouras, que somente um Deus deveria ser reverenciado — exatamente aquele que lhes proporcionará o fim da escravidão — Jeová. A Páscoa deveria ser um memorial de celebração e uniria um aglomerado de pessoas como povo, as quais dali em diante passariam décadas sem território ou Estado, mas que estariam unidos pelos valores de fidelidade, gratidão e adoração ao Deus que os livrou da terra da exploração.


III. SOMOS A NAÇÃO DA CRUZ

1. Israel como metáfora histórica da Igreja.

Nossa discussão até aqui deixou claro que Deus formou e sustentou um povo para viver exclusivamente para seu louvor. Apesar da existência histórica de Israel, e da atual vigência das promessas de Deus a este povo, esta comunidade terrena pode ser utilizada como metáfora para falar da grande família que o Senhor deseja estabelecer na terra que, em o Novo Testamento, ganha o nome de Igreja. As promessas de Israel são específicas e restritas a este povo, todavia, em o Novo Testamento, a referência ao povo de Deus amplifica-se e ganha contornos universais — não mais regionais e culturais. A Igreja, como grupo de pessoas que reúne os salvos em Cristo, não é um Estado político ou uma civilização específica, mas o ajuntamento daqueles que foram alcançados pelos efeitos do sacrifício vicário de Jesus (Ef 2.11-22).

2. A Igreja como povo santo.

Em 1 Pedro 2.9,10, essa analogia da Igreja como povo ganha contornos vivos. Ao falar de uma série de procedimentos éticos a serem vivenciados por aqueles que nasceram de novo (vv.1,2), além da necessidade do reconhecimento da singularidade da obra redentora de Jesus (vv.3-9). Pedro declara que os partícipes, da Igreja que antes “não eram povo”, agora foram feitos “povo de Deus”. Novamente percebe-se aqui a ação de Cristo na constituição e manutenção do seu povo. A identificação do Senhor com esta comunidade não se dará por uma marca física (Gn 17.10) ou ligação étnica, mas exclusivamente por meio da fé na pessoa bendita de Jesus (Jo 1.12,13). Assim como Israel, somos separados — não de nossas relações ou papéis dentro de nossa sociedade — mas para uma vida plena de louvor e adoração a Deus.

"Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; Vós, que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia." 1 Pedro 2:9,10


A finalidade da Igreja é adoração, mas não podemos cair no erro de achar que Igreja é apenas o prédio ou a comunidade em que nos congregamos. Igreja somos todos nós, por isso, todas as ações que realizamos no cotidiano devem ter como objetivo último fazer o nome de Cristo ser louvado através de nós.



CONCLUSÃO


É impossível dissociar a fé do povo de Israel de sua história. A formação, constituição e sustentação de Israel foi obra das benevolentes mãos de Deus. Tal como Israel, devemos, enquanto povo de Deus desta geração, reconhecer sua misericórdia como o fundamento de nossa vida e prosperidade. Aquilo que somos é resultado direto do amor do Pai, por isso devemos viver eternamente para adorá-lo.


"Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus." João 1:12,13



Não devemos confundir as promessas específicas de Deus para o povo de Israel, com aquelas que possuem um caráter universal e que atingem todos os Filhos de Abraão, tanto os que são pela carne como os que são pela fé. Compreendamos que não há predileção de Deus, mas fidelidade à Palavra.



SUBSÍDIO - Genealogia

"Adão até Noé"

























"Noé até Abraão"


"Abraão até Moises"


"Genealogia de Jesus Cristo"






















Fonte:
[1] Claudionor de Andrade - O Começo de Todas as Coisas. 1ª Ed.RJ, CPAD:2015, p.102
Revista Lições Bíblicas Jovens 4º Trim/2016 - Em Espírito e em Verdade - A essência da Adoração Cristã - CPAD - Comentarista Thiago Brazil
Bíblia Defesa da Fé
Bíblia de Estudo Pentecostal

Um comentário:

  1. A ORIGEM DE JESUS NÃO É EXPLICADA TAL QUAL A DAS OUTRAS PERSONAGENS BÍBLICAS, CONTINUA OCULTO, CONFUNDINDO AS PESSOAS E GERANDO MENTIRAS E DÚVIDAS, ISSO NÃO PODE CONTINUAR. DEUS DISSE: CONHECEREIS A VERDADE E A VERDADE OS LIBERTARÁ.

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