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sábado, 16 de dezembro de 2017

Perseverando na Fé

“Ao que vencer, lhe concederei que se assente comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono” Ap 3.21

Perseverando na Fé

O tema da perseverança é um dos assuntos que causa polêmica no meio evangélico. De um lado, os que crêem que o crente não perde a sua salvação; do outro, os que creem que é possível sim o crente apostar-se da fé. Aqui, é importante ressaltar que não se deve confundir “apostasia” com o “pecado ou desvio acidental”. Neste último caso a pessoa pode, à luz da parábola do Filho Pródigo, fazer o caminho de volta; naquele, o coração é endurecido pelo engano do pecado, a pessoa se mostra com uma dura cerviz, assim, a Palavra de Deus mostra que esse caminho não tem volta (Hb 3.13; 10.26,27).

A Perseverança na fé e a possibilidade de voltar a atrás

De acordo com a Palavra de Deus, perseverança remonta a ação contínua do Espírito Santo na vida do crente. A ideia é de que dia a dia o Espírito Santo nos ajuda a combater os nossos adversários espirituais e carnais (Rm 8.1). Logo, perseverança não significa que ao proclamar a fé em Cristo já temos a segurança eterna, mas que dependemos cotidianamente do Espírito. A possibilidade de a apostasia acontecer deve ser levada a sério de acordo com a advertência do escritor de Hebreus: “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e as virtudes do século futuro, e recaíram sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus e o expõem ao vitupério” (Hb 6.4-6). Não por acaso o Senhor Jesus advertiu: “Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus” (Lc 9.62). E mais: “Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem” (Jo 15.6). Bem como disse o apóstolo dos gentios aos gálatas: “Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído” (Gl 5.4). Poderíamos listar muitas outras advertências: 1Tm 1.19; 1Tm 4.1; 2Tm 2.12. O alerta para perseverarmos na fé é porque há sim a possibilidade de enfraquecermo-nos e apostatar-nos da fé.

Vivendo seguros em Deus

O perigo da apostasia é real, mas podemos também desfrutar da segurança da salvação. Não podemos procurar contradição nessas duas realidades, mas à luz do Evangelho precisamos desfrutar da dadivosa certeza da vida eterna que é muito maior que o perigo de cair da graça. Em Cristo, fomos chamados à vida eterna!  Revista Ensinador Cristão nº72

A vida cristã exige perseverança, coragem e determinação. Há uma gloriosa promessa para quem perseverar até o fim.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 2 Timóteo 4.6-8

Somos gratos a Deus por nossa salvação mediante a fé em Jesus Cristo. Agora como filhos de Deus precisamos perseverar fiéis até o fim. Devemos buscar a Deus, rejeitar o pecado e resistir à apostasia que é uma transgressão irrestrita capaz de levar a pessoa a um estado de cauterização da mente, tornando-a insensível à voz do Espírito Santo, sendo portanto um caminho sem volta.

INTRODUÇÃO

A Bíblia nos revela a salvação em Cristo e a confirmação desse bem precioso por intermédio da testificação do Espírito Santo (Rm 8.16). A consequência dessa realidade espiritual é desfrutarmos de uma imensa alegria que só os salvos podem obter enquanto peregrinam como testemunhas de Cristo nesta vida. Entretanto, convém alertar que as Escrituras mostram a possibilidade de se perder a salvação em casos de apostasia da fé em Cristo. Por isso, o crente deve perseverar na fé.

I. A PERSEVERANÇA BÍBLICA

1. Conceito bíblico de perseverança.
Perseverar remonta a ideia de permanecer, resistir, em nosso caso, não desistir da fé cristã em tempos de tentação, aflição, angústia, provação e perseguição. Nosso desafio, mesmo vivendo tais dificuldades, é o de mantermo-nos inflexíveis e firmes na fé em Cristo, esperando pacientemente nEle em tudo. É uma capacidade divina para resistir ao dia mau (Ef 6.13).

2. Provisão divina e cooperação humana.
A ideia popular de que “uma vez salvo, salvo para sempre” não tem amparo concreto nas Escrituras, pois se fosse assim, não haveria necessidade de esforço e disciplina para uma vida de santidade frente às tentações e às provações, o que atestaria contrariedade à bondade de Deus em conceder aos seres humanos o livre-arbítrio (Sl 25.12; Pv 3.31; Mc 13.22). Assim, a perseverança da vida cristã é iniciada e garantida em Cristo (Fp 1.6), com o auxílio do Espírito Santo (Jo 14.26; Lc 11.13; Rm 8.26), juntamente com a cooperação e a sujeição do crente ao senhorio de nosso Senhor (2Pe 1.10; Tg 4.7-10).

¨¨PERSEVERANÇA BÍBLICA

Perseverança provém da palavra grega proskarteresis e tem a ideia de constância, paciência e persistência cristã em tempos de tentação, aflição, angústia, provação e provocação e, mesmo assim, continuar inflexível e firme na fé em Cristo, esperando e dependendo pacientemente dEle em tudo e para tudo. Trata-se de uma capacidade divina para resistir ao dia mau (Ef 6.13) em que, “mediante a fé, estais guardados na virtude de Deus, para a salvação já prestes para se revelar no último tempo” (1 Pe 1.5). Outra palavra utilizada é plerophoria, que significa “plenitude de convicção e confiança”.


A perseverança traz embutida a ideia de que o salvo deve esforçar-se para não perder a sua salvação. Por isso, a Bíblia afirma que é “Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas” (Ap 16.15). Satanás, o mundo e a “concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1Jo 2.16) servem de constante tentação para afastar o crente do lugar que ele ocupa em Cristo. Por isso, devemos constantemente vigiar e orar para não cairmos em tentação (Mt 26.41), pedindo a Deus que nos guarde em sua benignidade e verdade (Sl 40.11). Quanto a esse assunto, Armínio escreveu que:

A respeito da perseverança dos santos [...] as pessoas que foram enxertadas em Cristo, pela fé verdadeira, e assim têm se tornado participantes de seu precioso Espírito vivificador, dispõe de poderes suficientes [ou forças] para lutar contra Satanás, contra o pecado, contra o mundo e a sua própria carne, e para obter a vitória sobre esses inimigos, mas não sem a ajuda da graça do mesmo Espírito Santo. Jesus Cristo, também pelo seu Espírito Santo, as auxilia em todas as tentações que enfrentam, e lhes proporciona o pronto socorro de sua mão; também entendo que Cristo as guarda não as deixando cair, desde que tenham se preparado para a batalha, implorando a sua ajuda, e não querendo vencer apenas por suas próprias forças. (ARMINIO, 2015a, p.232.)

A expressão “uma vez salvo, salvo para sempre” não tem apoio concreto nas Escrituras. Caso assim fosse, não precisaria haver nenhum esforço para a pureza e a santidade, e isso atestaria contra a bondade de Deus de conceder o livre-arbítrio aos seres humanos (Sl 25.12; Pv 3.31; Mc 13.22). Assim, a perseverança é iniciada e garantida por Cristo até o dia final (Fp 1.6) e conquistada pelo crente em cooperação e sujeição a Ele (2Pe 1.10). Aos crentes que perseverarem há a promessa e a esperança de serem conservados até o fim (1Co 1.8).


Embora o crente conte com a ajuda do Espírito Santo para perseverar na fé, algumas providências precisam ser tomadas para que essa ajuda seja efetiva na vida. São elas:

Cultivar uma vida de oração (Ef 6.18; Mt 26.41) que submeta e confesse a Cristo as tentações e aflições da vida e busque nEle a ajuda necessária para vencer;
Manter o coração e a mente sob o escudo da fé, que desfaz as investidas de Satanás (Ef 6.16);
Desenvolver uma dependência de Deus em todas as situações, quer favoráveis ou não (1Ts 5.18); essa dependência leva à humildade, que pode livrar da queda e do tropeço (Pv 29.23);
E, por fim, cultivar a esperança que manterá os olhos em Cristo e na eternidade (1Co 13.13).

O crente precisa ter o firme propósito de perseverar nos caminhos do Senhor, pois, para resistir ao Diabo (Tg 4.7), ele terá de ter essa firmeza; caso contrário, será vencido pelas astutas ciladas do maligno (Ef 6.11). Os sofrimentos e as provas do cristão podem ajudá-lo a produzir nele essa perseverança (Rm 5.3) — desde que as provas sejam aceitas como uma possibilidade de crescimento espiritual. Pedro foi duramente provado pelo Diabo ao negar Jesus, mas o mestre intercedeu por ele para que não desfalecesse na fé (Lc 22.31-32). “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência [ARA - perseverança]; e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança. E a esperança não traz confusão” (Rm 5.3-5a). Portanto, temos para com o Pai um intercessor para ajudar-nos a perseverar na fé (1Jo 2.1), mesmo que as provas sejam aparentemente impossíveis de serem vencidas.


É preciso permanecer em Cristo até o fim.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Perseverar
“[Do gr. hupomone; do lat. perseverantia]. Constância, tenacidade. Capacitação que o crente recebe, através do Espírito Santo, para permanecer fiel até a vinda de Cristo Jesus. No grego, o termo serve para ilustrar a coragem demonstrada pelo soldado em plena batalha. Perseverança é a virtude varonil que só o filho de Deus pode ter” (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 13ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.298).


II. O PERIGO DA APOSTASIA

1. Conceituando apostasia.
Apostasia (do gr. apostásis) que significa afastamento, remonta ao “abandono premeditado e consciente da fé cristã”. É negar, renunciar e distorcer propositalmente o ensino das Escrituras Sagradas. A Palavra de Deus revela que o início da apostasia tem a ver com a “obediência” a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios ensinadas por homens mentirosos (1Tm 4.1) que torcem o conteúdo do ensino bíblico, negando a pessoa ou a obra de Cristo (Jd v.4; 2Co 11.13,14; 2Pe 2.1). Aqui, é importante não confundirmos apostasia com o pecado acidental. Neste, o crente ainda pode alcançar graça e misericórdia de Deus — confessando-o e deixando-o (Pv 28.13; 1Jo 2.1,2); aquela, é decisão deliberada e premeditada, sendo impossível voltar atrás (Hb 6.4-6; 10.26,27).

2. A prática da apostasia.
O Inimigo de nossas vidas, juntamente com as hostes espirituais da maldade, deseja pelejar contra nós (Ef 6.12). Entretanto, a prática do pecado é uma responsabilidade pessoal e intransferível do indivíduo (Ez 18.4,20; cf. Rm 6.23). Nesse sentido, a apostasia sempre será praticada de maneira consciente, deliberada e voluntária. Veja alguns exemplos de apostasia nas Escrituras: rejeição consciente e voluntária à obra de Cristo (Jo 13.25-27); pecado voluntário, consciente e maldoso (At 5.3-5; 8.20); ensino de doutrinas heréticas (2Pe 2.1).


A apostasia pode levar à perda da salvação.

SUBSÍDIO LEXICOGRÁFICO

Apostasia
“[Gr. apostasia, ‘um abandono ou deserção da fé’]. Embora a palavra grega seja usada apenas duas vezes no Novo Testamento (At 21.21; 2Ts 2.3), ela é encontrada na LXX várias vezes, como em Josué 22.22, para expressar a rebelião do povo de Deus, e em 2 Crônicas 29.19 em que vasos santificados no Templo foram lançados fora”
(Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.161).



Leia mais sobre Apostasia:

III. SEGUROS EM CRISTO

1. Cristo garante a salvação.
Embora haja a possibilidade de o crente apostatar-se da fé, a fidelidade de Cristo nos garante a certeza de sermos conservados irrepreensíveis até sua vinda (Jd v.1; 1Ts 5.23,24). Podemos nos sentir seguros em Cristo, pois Ele tem poder de nos manter livres de tropeços (Jd v.24). A oração sacerdotal de Jesus revela muito dessa segurança: “dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará das minhas mãos” (Jo 10.28).

2. A alegria da salvação.
Uma das maravilhosas consequências que alcançamos quando aceitamos a Cristo é a alegria da salvação (Sl 51.12; Is 12.3; Lc 15.22-25,32). Agora não temos mais o peso da culpa e da condenação, pois somos aceitos e amados por Deus, assim, o efeito prático disso é vivermos uma vida cheia de alegria (Lc 10.20).

3. A certeza da vida eterna.
O nosso fundamento na certeza da vida eterna não está firmado no mérito próprio, mas única e exclusivamente no mérito da obra salvífica de Cristo Jesus (Hb 9.27,28). Embora tenhamos o livre-arbítrio para tomar decisões, o Espírito Santo age para nos converter do caminho errático (Jo 16.8). Ainda que falhemos em alguma coisa, nosso Senhor nos “prende” por meio dos laços de amor, trazendo-nos de volta ao aprisco (Lc 15.7; cf. 1Jo 5.13).

¨¨SEGUROS EM CRISTO

A segurança da salvação é gerada na mente do crente na experiência de salvação, que é tão marcante e revolucionária181 que gera essa certeza incontestável. Além dessa experiência espiritual e emocional que gera certeza, o crente também crê por fé que, uma vez confessando a Cristo como seu salvador, seu intelecto compreende, e o Espírito Santo testemunha em sua consciência, pois “o mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16), gerando nele a certeza da salvação, que é como um testemunho interior, a qual manifesta a segurança da salvação, que é garantida por fé na graça de Cristo. Jesus disse que os seus ouviriam a sua voz, ou seja, uma forma de ter certeza da salvação é o quanto se é capaz de ouvir a voz de Jesus, “[...] e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz” (Jo 10.4).

É mediante a fé que estamos guardados “na virtude de Deus, para a salvação já prestes para se revelar no último tempo” (1Pe 1.5); assim, resta-nos crer nEle; a parte dEle é guardar-nos. A responsabilidade do crente é aproveitar-se continuamente dos meios da graça que Deus proveu para seus filhos. O cristão não pode guardar a si mesmo; antes, deve submeter-se ao poder imenso do Deus que nele habita e pode guardá-lo. Cabe ao crente alimentar-se constantemente da Palavra de Deus para vencer as dúvidas e apagar os dardos inflamados do maligno através do escudo da fé (Ef 6.16), rendendo-se ao ministério do Espírito Santo para manter a comunhão com Deus através da oração, para, assim, ter a mente ocupada com tudo aquilo que diz respeito ao Reino de Deus (ver Fp 4.8).

A segurança da salvação não é oriunda de um pensamento positivo e nem uma mera expressão de otimismo; é, antes, uma persuasão divina causada pela atuação do Espírito Santo e que está em sinergia com a fé do crente. Todavia, pode haver uma autoilusão quanto à certeza da salvação, originada pelo convencimento hipócrita de se estar andando com Deus, ou mesmo alguém pode ser enganado por demônios por estar na prática constante de pecados grosseiros e deliberados. Nesse caso, a suposta certeza da salvação deve ser comprovada por evidências externas de virtude moral e espiritual (1 Jo 2.3-6). Dessa forma, havendo testemunho interior do Espírito e evidências externas, pode-se acalmar o coração quanto à salvação.

Alguns crentes vivem com certo pavor de terem perdido ou de, no futuro, perderem a salvação. Isso, entretanto, demonstra que eles não entenderam corretamente o que é a segurança da salvação. Esses crentes olham para dentro de si mesmos e tentam descobrir se estão salvos pelas evidências emocionais, quando, na verdade, deve-se olhar para o que a Palavra de Deus diz (Rm 10.9-10). Quando esses crentes percebem que a conduta deles não está de acordo com o que julgam ser a vida cristã e, então, encontram fraquezas e falhas, sua certeza desaparece; todavia, eles julgam que seu comportamento é correto, sentem-se seguros; entretanto, o que falta, na verdade, é crer de coração na Palavra de Deus, que afirma que o sacrifício de Cristo é suficiente para cobrir todos os pecados e também para libertar de falsas culpas que a religiosidade tenta criar para amedrontar os crentes. “Se Deus ficou satisfeito [em Cristo] e decidiu receber-nos, devemos alegrar-nos em crer que fomos recebidos e descansar em sua Palavra.”182 Isso, contudo, não quer dizer que “uma vez salvo, salvo para sempre”; apenas afirma nossa segurança em Cristo se não apostatarmos da fé.

Embora o crente corra o risco de perder sua salvação por causa de suas atitudes (2 Tm 4.7-8), a fidelidade de Cristo e a certeza do cumprimento de suas promessas garantem que esse mesmo crente será guardado e conservado (Jd 1) irrepreensível até a sua vinda (1 Ts 5.23-24). Para ter a segurança da salvação, o crente precisa confiar no poder de Deus que o livra de tropeçar e que o mantém irrepreensível (Jd 24-25). Na oração sacerdotal, Jesus orou pelos discípulos e por aqueles que se haviam de salvar, afirmando que Ele mesmo cuidaria deles: “e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará das minhas mãos. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las das mãos de meu Pai” (Jo 10.28,29).

A segurança em Cristo é afirmada na mente do crente através da atuação do Espírito Santo em seu interior e na sua consciência, como consequência da fé e do testemunho do Espírito Santo em sua consciência. Isso garante que se viva na esperança e na certeza da confiança na graça e na misericórdia de Deus e que o crente poderá partir desta vida sem qualquer medo ansioso, ou pavor terrível ou temor da morte,183 pois encontrará o Cristo ressuscitado esperando-o nas mansões celestiais.

Uma das melhoras consequências que alcançamos ao aceitarmos a Cristo é que podemos ter certeza da salvação (Sl 51.12; Is 12.3; 1 Jo 5.13), pois agora não temos mais o peso da culpa e da condenação e somos aceitos e amados por Deus e, assim, o efeito prático é que se pode viver uma vida muito feliz e radiante (Lc 10.20).

Não podemos ter certeza da salvação a partir de qualquer obra ou mérito próprio. Essa certeza é unicamente possível através da confiança que o cristão tem em Cristo e em sua obra. Embora tenhamos a liberdade de caminhar para onde quisermos e fazer o que quisermos, o Espírito Santo age em nossa mente errante e convence-nos do pecado (Jo 16.8). Podemos ser vacilantes, intemperantes e termos dúvidas, mas Ele prende cada um de nós com laços de amor, trazendo-nos de volta ao aprisco (Lc 15.7).

Nem mesmo o sofrimento de Paulo levou-o a desanimar ou diminuir sua confiança em Deus: “Por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho, porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia” (2 Tm 1.12). O verbo que Paulo utiliza está no tempo pretérito perfeito composto, indicando um ato de continuidade, ou seja, uma fé exercida no início, porém mantida firme durante as duras provações e dúvidas inerentes à vida cristã. A afirmação denota uma confiança contínua na fidelidade de Deus, tantas vezes experimentada por Paulo. A expressão do apóstolo indica um conhecimento profundo (“eu sei”), que é construído com um relacionamento íntimo e amoroso com alguém, no qual se confia porque se construiu essa confiança e são conhecidas as suas ações e pensamentos em seu favor.

O “Dia” final de Paulo é o momento em que esperança e a fé — construídas aqui nesta vida quanto à certeza da salvação e na tensão da caminhada cristã do “já agora” e do “ainda não” — fundir-se-ão no horizonte eterno e alcançarão sua concretização final para a alegria de multidões de salvos que estarão diante do Trono do Cordeiro, porque creram na esperança da salvação que se tornou real: “Porque, em esperança, somos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê, como o esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos” (Rm 8.24-25).

181 BERGSTÉN, 2005, P.165.
182 DUFFIELD; CLEAVE, 1991, P.341.
183 ARMÍNIO, 2015A, P.233.

Se permanecermos fiéis a Cristo estaremos seguros até o fim.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“De acordo com as Escrituras, a perseverança refere-se à operação contínua do Espírito Santo, mediante a qual a obra de Deus começou em nosso coração e será levada a bom termo (Fp 1.6). Parece que ninguém, seja qual for a sua orientação teológica, é capaz de levantar objeções à semelhante declaração” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, pp.375,376).

CONCLUSÃO
O perigo da apostasia é uma realidade, mas a certeza da vida eterna é uma dádiva tão gloriosa que suplanta esse perigo. Não há o porquê de procurar contradição quanto à relação entre a soberania de Deus e o livre-arbítrio do homem. Deus é poderoso para, em Cristo, nos guardar até o dia final a fim de que perseveremos nEle em meio às provações da vida (2Tm 1.12).


Fonte:
¨¨Livro de Apoio - 4º Trim/17 – A Obra da Salvação - Claiton Ivan Pommerening
Lições Bíblicas Adultos 4º trimestre/17 - A Obra da Salvação — Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida – Comentarista: Claiton Ivan Pommerening

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